Patanga::Pessoal, que tal organizar um diálogo para ver o que é e o que não é?
Na minha vida pessoal, eu vi que muitas vezes vale a pena sentar ('as vezes sozinho, ou 'as vezes com outras pessoas) e fazer uma lista dos acontecimentos, para ver melhor a coisa toda, em sua vastidão, ao invés de só um caso pontual e por vezes emotivo. Isso já valeu pros dois lados: tanto para perdoar tendo em vista o conjunto, quando para mudar a relação para um distanciamento maior.
Se alguém achar que vale o trabalho, que tal fazer uma lista com os jogos, e na descrição de cada jogo colocar o post que foi feito relatando seus problemas. Ex: "Lista de problemas com jogos da Galápagos". Todo dia tem um ou dois novos, ao que me parece.
Sugiro colocar apenas as coisas eminentemente práticas (ex que já li: SAC que não responde, mofo, preços altos comparados com outras editoras, mofo, exclusividade para lojas escolhidas, mofo, vendas na Amazon por preço menor do que o repassado a lojistas, mofo, etc). Poderia ter também o lado bom, com elogios também - por que não?
Aí vai colecionando tudo, e, quando achar que está num bom volume, faz um contato e mostra para alguém da gerência da editora, ao invés de só ficar entre os jogadores. Talvez a pessoa lá assim possa reparar de forma mais objetiva que uma parte da comunidade/clientes considera que a empresa tem falhas consideráveis, principalmente se comparada com outras editoras, e não apenas por conta do maior volume de lançamentos. Ou dar uma resposta pública nos casos de erros justificados da editora ou de erros nossos de percepção, para que a comunidade também saiba como acontecem as coisas do ponto de vista editorial.
Caro
Patanga
Essa é uma boa sugestão, mas que esbarra em um problema insolúvel, porque isso só funcionaria em duas situações: primeiro se as empresas estivessem realmente interessadas na opinião de seus consumidores, e segundo se uma quantidade significativa de pessoas aderissem a essa iniciativa. As empresas brasileiras de modo geral, e em especial as editoras nacionais de jogos estão cagando para os consumidores, e a maior parte dos consumidores não se importam nem um pouco que as empresas lhes caguem na cabeça.
As pessoas que acompanham meus artigos sabem o tanto que eu, e mais uma cacetada de outras pessoas que escrevem aqui, nos esforçamos para despertar a consciência da comunidade boardgamer, e para alertar aos recém-chegados, para que eles não entrem nessa postura viciada, que a comunidade em geral tem. Mas ultimamente eu tenho me perguntado cada vez mais, será que a comunidade boardgamer realmente quer redução de preço dos jogos? Será que a comunidade boardgamer realmente quer que os jogos sejam lançados em condições mínimas de uso (já nem faz mais sentido falar em perfeitas condições), ou pelo menos que eles não venham mofados?
Nós estamos falando do Frostpunk, mas será que se o Heat ou o Food Chain Magnate vierem mofados, com erros, ou a preços exorbitantes, as pessoas vão deixar de comprar? Eu duvido muito.
Uma coisa que eu aprendi na minha vida é que mudanças implicam em sacrifícios. Se o seu desejo e compromisso com a mudança só vai até a página 2, ou até o exato momento antes de precisar fazer um sacrifício mínimo, então, meu camarada, você não tem nenhum desejo real, ou compromisso com a mudança, ou até tem, mas desde que os outros é que arquem com todo o sacrifício.
Funciona mais ou menos como aquela história da melhoria do trânsito nas grandes cidades. Para melhorar significativamente o trânsito, bastava diminuir o número de carros particulares nas ruas, através da carona solidária ou das pessoas intercalarem carro e transporte público, para irem trabalhar. Só que quem tem carro, não está disposto a fazer esse sacrifício. As pessoas querem que os outros adotem essas medidas, para que o trânsito melhore, e elas possam usar seus próprios carros diariamente, com um trânsito bom. Como esse é o pensamento geral, obviamente, o trânsito continua, e provavelmente continuará, caótico nos grandes centros.
Não precisa ir longe, se nós fizermos uma enquete, apenas com as pessoas que estão visualizando esse tópico, e perguntarmos quantas delas estariam dispostas a não comprar o jogo, nem mesmo quando o preço reduzisse para a metade, para, pelo menos uma vez, mandar um recado para as editoras, a adesão seria mínima. Possivelmente as pessoas até diriam que não comprariam, mas após o lançamento, ou quando o preço reduzisse, elas acabariam comprando. Além disso, muita gente diria, que a ideia é boa, mas que ela não deixaria de comprar, porque isso não adiantaria nada, e só faria com que ela ficasse sem o jogo. Isso porque mesmo ela não comprando, apareceriam dois ou três "conformados", para comprar no seu lugar. E de certo modo ela não estaria errada. É o mesmo caso da melhoria do trânsito, ("não vou deixar de usar meu carro diariamente, porque as outras pessoas também não vão").
Por isso eu concordo muito com o
christian1985, quando ele diz que a comunidade boardgamer detém um enorme poder que é a opção de comprar ou não, e com isso pressionar as empresas para que elas mudem seus procedimentos. Só que, se uma pessoa, ou grupo, tem um poder, mas nunca o usa em benefício da coletividade, isso é o mesmo que não ter poder nenhum. Qualquer semelhança com o voto NÃO é mera coincidência.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
P.S. Perdão pelo tom pessimista do comentário, e quero esclarecer só para restar dúvida, que mesmo desiludido com os rumos que o hobby vem tomando, eu pretendo continuar pelejando através da escrita, pela conscientização das pessoas. Se não resultar em nada, pelo menos terei a satisfação pessoal de ter lutado o bom combate.