Cercado de boas decisões, Evergreen, é uma
grata surpresa em meio a safra de jogos repetitivos.
No jogo, temos a missão de criar um planeta exuberante por meio do cultivo de árvores, arbustos e lagos pelos seis biomas presentes no globo terrestre. E como faremos isso?
Durante o seu turno, o jogador deverá selecionar uma carta de bioma, que lhe dirá em que local do tabuleiro (bioma) será possível realizar a ação da rodada. Após selecionar a carta, é a vez de decidir qual das quatro ações será executada, são elas:
- Executar até 3 efeitos de
plantar um Broto.
- Fazer até 2
Cultivos Genéricos em espaços diferentes
- Realizar 1 efeito de Plantar um Broto e 1 efeito de Cultivo Genérico em espaços diferentes.
- Ignorar a restrição de Bioma e fazer 1 efeito de Plantar Broto ou realizar 1 efeito de Cultivo Genérico. (
Essa ação é a forma de mitigar o efeito Sorte da aleatoriedade das cartas)
E por fim, executar um
Poder Especial: em todas as cartas do jogo, há no canto inferior direto um ícone que representa uma ação “extra” para ser realizada naquele turno. Essas ações podem ser resumidas em: plantar mais Brotos, cultivar novas árvores, plantar um arbusto, adicionar um lago ao seu planeta ou simplesmente ganhar pontos de acordo com seu marcador individual.
Nesse abstrato temático, a palavra de ordem é:
planejamento, seja de
curto ou
longo prazo.
No menor tempo, temos o fim de cada estação (o jogo tem as quatro estações do ano); o período da pontuação parcial que irá considerar o estágio das árvores cultivadas em seu planeta; o tamanho de sua floresta; a posição do sol e a influência da projeção das sombras das árvores, uma sobre a outra.
E o que traz a camada estratégica nessa fase é a posição do sol. Em
Evergreen, o
sol se movimenta, alterando a projeção de sombra das árvores, o que acaba transformando a pontuação, pois árvores que estão “escondidas” abaixo da sombra de outra árvore, não pontuam, tornando a decisão de alocação e posicionamento fundamental. Porém, na próxima estação, tudo o que foi construído, pode não beneficiar o jogador novamente.
E no planejamento a longo prazo, há de se destacar, o elemento crucial para o brilho do jogo:
a seleção de cartas.
No início de todas as rodadas, sempre há uma reserva de cartas, contendo o número de jogadores mais um, disponível para compra. Após todos os jogadores pegarem uma carta da reserva, irá sobrar uma carta que agora será destinada a um novo espaço:
a área de fertilidade.
Essa área será responsável por definir quais regiões (biomas) do planeta receberão a pontuação final do jogo e com isso, valorizando os biomas que não foram selecionados na fase de seleção, no fim da partida. Esse fato transforma a fase de seleção de cartas em um elemento primordial para controle do quê deve ou não ser valorizado, pois o jogador pode deixar de pegar uma carta agora, pensando que ela pode valorizar um bioma na área de fertilidade no final.
Ainda há cartas que podem afetar drasticamente um bioma na área de fertilidade, deixando tudo mais imprevisível.
O jogo conta com uma
produção impecável: tabuleiros dos jogadores em dupla camada belíssimos e componentes de madeira de ótima qualidade. Atenção aos Brotos que são bem finos e podem quebrar mais facilmente que outros.
Mecanicamente, Evergreen é um jogo simples e que não apresenta qualquer dificuldade para jogadores casuais, fazendo dele, um
ótimo jogo de entrada, pois é lindo na mesa, convidativo e que entrega uma
experiência de controle muito satisfatória, gerando a vontade de recomeço a cada fim de partida.
Por fim, Evergreen chega à mesa com o sentimento de
dever cumprido e com uma mensagem de que, se queremos construir um mundo melhor, devemos
trabalhar com equilíbrio, saber usar o tempo e entender que o poder das nossas ações é forte, mas o que deixamos de fazer pode ser
crucial.
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Evergreen é um jogo para 1 a 4 jogadores, indicado para 8 anos ou mais e tem partidas que duram em média 45 minutos. No Brasil foi lançado pela Galápagos Jogos.
Desenvolvido por Hjalmar Hach e ilustrado por Wenyi Geng.