fivinh0::Considerando reimpressões recentes que esgotaram antes mesmo de irem para as lojas eu não vou nem levar um comentário desses na vera.
A gente brinca e reclama por aí sobre a calango e seus jogos mofados mas ela não faz essa patifaria que Grok, Devir e Meeple fazem. Pelo menos não na mesma escala ou na mesma frequência.
Mas vai lá. Segue na loucura de que falta no mercado porque não dá lucro. Ark, Brass, Terra Mystica, Projeto Gaia, Guerra do Anel, burgundry special edition, etc. são todos jogos baratinhos que só e que fazem as editoras operarem no vermelho, por isso falta no mercado. E isso falando dos mais caros mesmo, não tô nem entrando em jogos de valor mediano como cascadia, wingspan, etc.
Não há muito até Dobro estava esgotado na editora.
piogovieira::
Se deixam faltar no mercado é porque não dá tanto lucro assim. Ou porque outras coisas que elas estão fazendo dão mais lucro.
Eles vão repor o mercado sem emoção, olhando números.
Com todo o respeito, camarada... Não imagino alguém de uma editora grande lendo o comentário do fivinh0 e pensando "Caramba! É verdade! É só a gente vender mais! Liga as impressoras lá!"
Muitas vezes isso entra como custo/beneficio, o preço atual fez esgotar porém pode acontecer de mesmo assim a empresa não ter o lucro desejado pra compensar uma revenda no mesmo preço, aí teriam duas opções: não fazer mais ou fazer e aumentar o preço pra valer a pena pra empresa.
patrickbnu::
Já parou para pensar que para cada jogo desse aí que vendeu rápido e está sem estoque a editora correspondente pode ter outros 5 que tem a venda ainda, e que isso pode significar muito dinheiro parado?
Eu diria que tem mais jogos que demoram mais de 1 ano para zerar estoque do que jogos que zeram em menos de 6 meses.
--- porque se realmente for fácil assim, queria eu jogar 1 milhão e em um ano ter 2 milhões na conta
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A frustração é válida, mas totalmente compreensível faltar o estoque, ainda mais que alguns jogos são feitos a nível mundial
Danso:: Se deixam faltar no mercado é porque não dá tanto lucro assim. Ou porque outras coisas que elas estão fazendo dão mais lucro.
Eles vão repor o mercado sem emoção, olhando números.
Caros
fivinh0,
piogovieira,
patrickbnu,
Danso
Rapaziada, pode ser que eu esteja errado, mas eu vejo essa questão de reimpressão e reposição, de uma forma diferente. Durante anos as editoras investiram muito dinheiro para fomentar o HYPE em cada jogo, deixando-o lá nas alturas. O resultado foi essa verdadeira fixação com lançamentos, o "culto ao novo", que é uma das principais características do hobby dos board games modernos, especialmente no Brasil.
Lá fora isso acontece também, mas como estamos falando de mercados com milhões de consumidores e não de apenas alguns milhares, mesmo que se invista muito no novo, os clássicos e suas reimpressões sempre ocuparão lugar de destaque nos planos estratégicos das editoras. Em um mercado absolutamente diminuto como o nosso, não dá para as editoras se preocuparem com jogos antigos e com os lançamentos ao mesmo tempo. E o interessante é que a própria noção de "jogo antigo" vai se alterando ao longo do tempo. Alguns anos atrás jogos de 10 anos ainda não eram tão antigos, mas hoje, um jogo com 5 anos de lançamento parece que é ancestral.
Desse modo, não há muita dúvida de que as editoras nacionais, sempre 100% focadas nos lançamentos, não se preocupem muito com jogos lançados algum tempo atrás, mesmo que eles tenham vendido horrores, exceptuando jogos que são verdadeiros fenômenos de venda como Azul, Pandemic, Ticket to Ride e Zombicide. Da forma como eu vejo, e já disse algumas vezes em outros tópicos, as editoras nacionais de jogos não trabalham como produtos, mas sim com projetos. Desse modo, apesar de todo aquele furdunço com os componentes defeituosos do Ark Nova, que a Grok muito a contra gosto, se viu compelida a resolver, mesmo descontando isso, o jogo vendeu para caramba. E é isso, o "projeto Ark Nova" acabou, é passado, e vamos focar no novo "projeto" da vez. As editoras de jogos não parecem querer criar uma marca, um produto que seja vendido continuamente, e para mais pessoas, ao longo dos anos, como os board games clássicos funcionam no exterior. O negócio é produzir a menor tiragem, que dê o maior lucro, vender tudo e bola para frente, em busca do novo lançamento. Se o jogo vender e esgotar maravilha, e se não for esse o caso, manda a ficha para o setor de "elegíveis para a Black Friday", e vamos aumentar a margem de lucro do novo lançamento, para compensar o encalhe.
Eventualmente, quando um jogo dá um lucro (e que não seja algum daqueles "blockbusters" que eu citei antes), se a proposta for boa e se Marte se alinhar com Saturno, pode ser que a editora nacional se interesse em participar de um reprint mundial, mas eu esperaria sentado. Ao menos essa é a minha opinião pessoal, baseada no pouco que eu sei, e no muito que eu observo, acompanhado o mercado de board games.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio