mat_resende::
Muito obrigado pelas dicas! Deve ter dado um trampinho juntar as informações quebradas assim. Já ouvi falar de alguns deles (temos também o Pandemic aqui), e podem ser outros jogos que eu vá introduzindo aos poucos.
Ainda penso em pegar o Brazil pelo fator colecionismo mesmo, sabe? Um jogo brasileiro, lindo (eu que me formei em design gráfico, piro), sobre a nossa cultura. Talvez raramente veja mesa mas o contexto todo me faz querer ter isso na coleção. Você já teve algo assim?
Mais uma vez, obrigado pelas dicas e discussões valiosas.
Caro
mat_resende
Todo hobby tem a parte da vivência do hobby, obviamente, mas também um pouco de colecionismo. Claro que, no caso dos board games, muita gente diz "se o jogo inteirar um ano sem ver mesa, eu vendo", mas eu acho difícil acreditar que lá no fundo da prateleira, não exista aquela cópia antiga de um jogo que já não se joga, mas que também não se vende por motivos pessoais. Pode ser o primeiro jogo que a pessoa comprou, ou um jogo que ela ganhou de presente de um ente querido e que não está mais entre nós. Motivo para guardar um jogo é que não falta.
No meu caso, tenho no meu armário cópias do Detetive dos anos 70 e do Banco Imobiliário, War, Scotland Yard e Interpol, dos anos 80. Eu não jogo nenhum desses jogos (o Detetive ainda rola porque minha irmã gosta, só que na versão dos Simpsons mais atual, porque as crianças preferem), mas também não vendo, porque esses jogos me lembram a minha juventude em que só havia basicamente isso para jogar, e mais uma meia dúzia de jogos menos conhecidos. Então eu os guardo por uma questão de valor afetivo.
Também pode ser que o jogo esteja lá parado porque a pessoa comprou na afobação, sem pesquisar direito, e depois viu que aquilo era uma bomba. Isso acontecia muito, inclusive comigo principalmente, porque todo mundo ficou empolgado quando os board games começaram a ser lançados aqui em 2013. Com isso eu acabei comprado "obras primas" dos board games como Intriga em Esteros, Star Wars: Império vs Rebelião, Dwarf King, Game of Thrones Card Game 1ª Edição, e só consegui vender esse último a muito custo e baixo preço. Os outros estão lá, porque ninguém quer nem de graça, e porque eu não tenho coragem de dar esses jogos de presente, nem para meus inimigos figadais. Tem coisa que não se faz, nem com um "argentino embriagado e indefeso".
Quanto a questão da sua escolha, realmente o Brazil Imperial é um jogaço, a arte é primorosa, além de ser um bom jogo brasileiro e sobre o Brasil, o que não é muito comum. O único porém, e do ponto de vista de um "chatonildo" tarado por História, é a utilização do norte do país no mapa, quando todo mundo sabe que na época do jogo essa região era virtualmente inexplorada. Mas essa é uma necessidade óbvia porque não dava para colocar todo mundo começando no mapa, amontoado no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Historicamente seria perfeito, mas o jogo ficaria uma bosta.
Por outro lado, em termos de arte o Scythe também não fica atrás. E um fato interessante que nem todo mundo sabe é que a arte já existia antes do jogo. Reza a lenda que o Stegmaier ficou impressionado com os quadros e ilustrações do artista polonês Jakulb Rozalski, retratando uma Europa alternativa, estilo dieselpunk, povoada por mechs, e usou isso como ponto de partida e cenário para a criação do Scythe. Uma das principais inspirações foi o quadro "Antes da Tempestade", que acabou sendo a caixa do jogo, bem como outras pinturas do mesmo estilo. Quanto ao Scythe o único "porém", é que ele além de ser mais complicado, eu acho que ele incorre mais facilmente no problema da "receita de bolo", ou "jogo scriptado". Dependendo da configuração tem alguns caminhos que o jogador é praticamente obrigado a seguir se quiser ter uma chance de ganhar.
Antes da Tempestade
Só para deixar claro, não estou fazendo isso, para influenciar sua escolha, mas apenas para fazer um contraponto ao que você disse em relação à arte do Brazil, até porque, conforme eu disse antes, para mim todos os dois são excelentes jogos, e certamente você ficará satisfeito com qualquer um deles.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio