Danso::Entrei em contato diretamente com a Go On Board e eles lavaram as mãos, agora só podem esperar junto com a gente.
Foram bem claros dizendo que a Conclave atrasou muitas coisas.
Com sorte, meio do ano que vem chega. Estão ignorando os contatos, não vão reembolsar... Enfim, a lição foi aprendida. Abaixo o email completo da Go On Board.
"We are also not very happy with this situation, but we can only wait for the production that will happen by the end of this year and that you will get the games from them during next year. It should be Q1 or Q2.
They had delayed many things in our cooperation, and I'm afraid we couldn't wait with other language versions for them."
DuqueXenofontes:: Por essas e outras que a gente entende o motivo de ser tão raros os financiamentos em colaboração com as editoras nacionais.
E essa resposta me faz crer ainda mais que aquela história da mudança no padrão de cor dos arquivos é uma grande lorota. Na época eu não engoli essa história, não.
Onde já se viu uma fábrica realizar uma mudança dessa proporção afetando os projetos em andamento?
Os arquivos já estavam (supostamente) prontos para produção no início de julho. E agora, na melhor das hipóteses, haverá um atraso de pelo menos quatro meses.
Eu não consigo acreditar que uma fábrica poderia ser tão irresponsável a ponto de cometer uma falha que atrasaria em quatro meses a entrega de seus clientes.
Caros
Danso e
DuqueXenofontes
Pode ser que eu esteja falando besteira, e se for o caso me corrijam por gentileza. Mas eu achei essa história de mudança no padrão de cor muito mal contada.
Até onde eu sei, as editoras gringas exigem, inclusive contratualmente, que os jogos sejam rodados na mesma fábrica chinesa por dois motivos. O primeiro é que juntando todos os pedidos de jogos, de todos os mercados nacionais do mundo, a tiragem fica gigantesca, diminuindo o preço por unidade de jogo para as próprias editoras gringas e todas as demais. O segundo motivo é para manter o padrão de qualidade, de modo que o jogo saia nas mesmas condições para todos os mercados, e faça sucesso na Europa, nos EUA ou em Quixeramobim (como cantava o Chico, em "Até o Fim").
Assim sendo, a palavra do dia é "padrão".
E é aí que entra a minha dúvida. Se a produção do jogo é toda na mesma fábrica, e segue o mesmo padrão, como é que pode a tiragem do Brasil, ter tido uma mudança no padrão de cor. Eu acho no mínimo estranho que a mesma máquina que rodou o jogo para o mundo todo com uma peça em "azul royal", resolver variar e ser criativa, usando azul claro, justo na tiragem brasileira. E isso causa ainda mais desconfiança quando a editora gringa responde dizendo "do nosso lado estava tudo pronto e foi a editora de vocês que atrasou, não em uma, mas em várias questões".
Obviamente eu posso ter entendido errado, ou simplesmente as coisas não funcionarem como eu acredito que funcionam, por isso peço esclarecimentos, numa boa, a vocês ou quem quer que saiba mais a respeito, do que eu.
É por essas e outras que, pelo menos na minha opinião, mesmo pagando menos pelo jogo, financiamentos coletivos das grandes editoras nacionais, cada vez compensam menos. Quem embarcou no financiamento do High Frontier 4 All da Mosaico amargou anos sem receber notícias e se nem saber se no final receberia o jogo ou não. No final todo mundo recebeu, mas olha o aborrecimento e frustação causados por uma espera de anos sem a editora dar nenhuma satisfação.
Curiosamente, fica difícil entender como é que a Conclave incorre nesses atrasos, dispondo de mais recursos financeiros e estrutura, mas isso não acontece com uma editora pequena como a MS Jogos do Marcos Macri, que produz board games de qualidade, com ótimos preços e com projetos de dimensões quase que artesanais. Participei do financiamento do Jester, do Chaparral e do Engis e tive zero problemas, além de ficar muito satisfeito tanto com o design quanto com a qualidade dos materiais desses jogos. Do mesmo modo, a 101 Games fez o For The Quest que atrasou um pouco, o que é natural em se tratando de um projeto de uma empresa pequena, mas que não foi nada de absurdo.
O resultado disso é que tanto uma editora quanto a outra tem um conceito altíssimo comigo, e qualquer financiamento coletivo que anunciarem, e que for do meu interesse, eu tenho a garantia que posso embarcar sem medo, porque pelo retrospecto positivo, sei que não terei surpresas desagradáveis. Tanto assim é que fiz o meu apoio do
A Herança de Cthulhu - Board Game da 101 Games já no primeiro final de semana. Aliás quem gostar de dungeon crawler e do universo lovecraftiano, eu recomendo muito uma olhada, nesse projeto do Catarse.
Por fim só para terminar parafraseando o título de um filme de terror trash oitentista, bem sem vergonha: financiamento coletivo de editora grande - "Pague para Entrar, Reze para Receber a Tempo"
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
P.S. Só para não dizer que eu não falei nisso, no projeto Herança de Cthulhu, a 101 Games colocou um prazo de entrega bem maior que o normal, justamente, por conta do atraso do For the Quest, de modo a cobrir qualquer eventualidade e entregar o jogo dentro do prazo. Isso se chama respeito e cuidado com o cliente, e com já dizia Ray Kroc "cuide do seu cliente que o seu negócio se cuidará sozinho". Seria muito bom se Conclave, Galápagos, Devir e assemelhadas aprendessem com esse exemplo.