A técnica usada aqui passa bastante pelo o que você comentou:

Fazemos uma partida TESTE e bastante DESCOMPROMISSADA, com regras simplificadas, e preferencialmente completa para que todos entendam o começo, meio e fim do jogo.

O núcleo do jogo vai sendo fixado e neste ponto normalmente até algumas estratégias já vão aparecendo entre os jogadores.

Vamos sentindo todos na mesa e, se todos estiverem confiantes, recomeçamos toda a partida agora pra valer. Se a maioria estiver em silêncio profundo, então provavelmente ainda estão assimilando as regras e aí segue o jogo até o fim se preciso.

Basta bom senso e não ser o chatão que quer seguir tudo com rigor à ferro e fogo o tempo todo, como se ao invés de humanos fossem máquinas jogando. Despejar uma avalanche de regras e sufocar os jogadores só dá certo na mente do chatão.

Mas sim, a META, no fim, é jogar o jogo pensado pelo autor. Com todas as suas regras, por mínimas que sejam, mas isso precisa ser gradual SE NECESSÁRIO.

Edlomax::A técnica usada aqui passa bastante pelo o que você comentou:

Fazemos uma partida TESTE e bastante DESCOMPROMISSADA, com regras simplificadas, e preferencialmente completa para que todos entendam o começo, meio e fim do jogo.

O núcleo do jogo vai sendo fixado e neste ponto normalmente até algumas estratégias já vão aparecendo entre os jogadores.

Vamos sentindo todos na mesa e, se todos estiverem confiantes, recomeçamos toda a partida agora pra valer. Se a maioria estiver em silêncio profundo, então provavelmente ainda estão assimilando as regras e aí segue o jogo até o fim se preciso.

Basta bom senso e não ser o chatão que quer seguir tudo com rigor à ferro e fogo o tempo todo, como se ao invés de humanos fossem máquinas jogando. Despejar uma avalanche de regras e sufocar os jogadores só dá certo na mente do chatão.

Mas sim, a META, no fim, é jogar o jogo pensado pelo autor. Com todas as suas regras, por mínimas que sejam, mas isso precisa ser gradual SE NECESSÁRIO.

É isso.

Bons pontos elencados, acerca desse assunto.

Eu, prioritariamente, gosto de seguir todas as regras do jogo, para jogá-lo da forma como foi pensado, mas não me incomodo de fazer alguma pequena modificação que não impacte muito, dando uma leve melhorada em algum aspecto, mas tento fazer isso só se sentir grande necessidade.

Acerca de ensinar o jogo, o ideal é fazer como você disse mesmo.

Eu costumo ensinar todas as regras principais, deixando pequenos detalhes ou regras muito específicas para caso a situação dessa regra se apresente na partida.

Além disso, é bom ajudar os outros jogadores, dando opções estratégicas e etc. Quando chega na vez deles, você pode sugerir quais as melhores opções para ele fazer, no seu ponto de vista, para guiar o jogador, até ele começar a elaborar as próprias estratégias, mesmo que suas dicas prejudiquem diretamente você no jogo, pois o que importa, a meu ver, não é vencer a todo custo, mas criar uma boa experiência para os outros jogadores, a fim de que eles retornem para futuras jogatinas.

Acho que isso aí depende muito do grupo e do tipo de jogo a ser jogado.
Tenho um grupo experiente no qual jogamos somente médios-pesados. E não somos um grupo que varia demais os jogos. Gostamos de nos aprofundar. Especialmente pela natureza mais estratégica destes jogos, as nuances aparecem com a experiência e o jogo vai ganhando cada vez mais brilho.
Dentro desse contexto, eu valorizo muito a parte da explicação das regras. Faço questão de explicar tudo, entrar em detalhes e ainda dar umas dicas estratégicas mais óbvias, só pra dar umas amarradas ali na jogabilidade com as regras. O grupo é competitivo demais e “ai” de mim se eu passar batido por alguma coisa importante a ser dita. Além do que é um grupo fixo durante muito tempo, então nós geralmente aprendemos a jogar novos jogos juntos (mas eu sou o provedor dos jogos e , portanto, o responsável por aprender e explicar as regras).
Portanto, o que funciona no meu grupo é diferente, mas entendi perfeitamente o que você quis dizer e faz todo sentido em diversas situações.

Pes Soberbos::Acho que isso aí depende muito do grupo e do tipo de jogo a ser jogado.
Tenho um grupo experiente no qual jogamos somente médios-pesados. E não somos um grupo que varia demais os jogos. Gostamos de nos aprofundar. Especialmente pela natureza mais estratégica destes jogos, as nuances aparecem com a experiência e o jogo vai ganhando cada vez mais brilho.
Dentro desse contexto, eu valorizo muito a parte da explicação das regras. Faço questão de explicar tudo, entrar em detalhes e ainda dar umas dicas estratégicas mais óbvias, só pra dar umas amarradas ali na jogabilidade com as regras. O grupo é competitivo demais e “ai” de mim se eu passar batido por alguma coisa importante a ser dita. Além do que é um grupo fixo durante muito tempo, então nós geralmente aprendemos a jogar novos jogos juntos (mas eu sou o provedor dos jogos e , portanto, o responsável por aprender e explicar as regras).
Portanto, o que funciona no meu grupo é diferente, mas entendi perfeitamente o que você quis dizer e faz todo sentido em diversas situações.

Depende do grupo, mas as vezes o grupo não tá com a pilha zerada, então a gente deixa o jogo suave. Veja, não estou usando regras erradas, as vezes eu omito algumas regras. E nesse exemplo foi mais o ameritrashzao mesmo. Nos euros fica mais complicado de conseguir distinguir isso, não é impossível, mas as vezes dá pra simplificar.

Texto top mano!

Uma coisa que sempre faço é SEMPRE jogar o game no modo mais básico possível, mesmo que a mesa seja só de crackudo de board game, uso as regras que o manual considera como "partida inicial".

Dito isso, dependendo de uma mesa com iniciantes e a galera queira jogar algo mais pesado eu simplesmente tiro algumas regras mesmo.

E vou te falar, se eu tiver que alterar TODAS as regras pra gostar de um jogo, não penso duas vezes. Na época que eu tinha o Mice and Mystics eu ficava puto porque o jogo tinha que rolar dados pra basicamente tudo na partida, se eu tivesse o jogo ainda hoje eu com certeza criaria uma regra completamente diferente.

Meu Charterstone tem uma regra própria feita por mim, me divirto infinitas vezes num jogo pós-legacy. Meu Civilization New Dawn tem regras próprias feitas por mim, transformei um jogo que achei merda num jogaço.

Parabéns pelo texto! Muitos pontos bem importantes para a discussão!

Quando um jogo é coop, acho que fica muito mais fácil a explicação do jogo. Dá quase para iniciar o jogo quase sem explicação de regras. Se os jogadores entenderam o mínimo do jogo: como funciona o turno, quais ações são disponíveis e qual é o objetivo do grupo, qualquer regra que vá entrando ou que seja esquecida não vai causar um sentimento de "injustiça", no máximo vai fazer com que o jogo fique muito fácil ou muito difícil para o grupo como um todo. As regras de manutenção também não precisam ser muito bem explicadas e o jogo flui com mais facilidade. Não é RPG, mas o coop se assemelha muito ao RPG e acho que a regra de ouro do RPG vale aqui também. A diversão do grupo está acima das regras do jogo.

Já num jogo competitivo, é mais necessário que os jogadores conheçam as regras com um pouco de mais profundidade. Ainda que seja possível dar uma visão geral do jogo mostrando como funciona o turno, quais ações são disponíveis e qual é o objetivo, dificilmente a primeira partida de todos os jogadores será realmente competitiva. Esquecer uma regra ou aplicá-la no meio do jogo fatalmente pode surpreender negativamente um jogador. Se eu estou ensinando um jogo para uma mesa, a minha vitória é ver outra pessoa ganhando porque o grupo entendeu o jogo tão bem quanto eu que já o conhecia. Esquecer uma regra ou jogar uma regra errada raramente dá para corrigir no curso do jogo, por isso é tão importante não descartar um jogo na primeira partida. Só depois de jogar duas ou três vezes o mesmo jogo com o mesmo grupo que dá para avaliar o quão divertido pode ser aquele jogo.

Dito isso, eu não estou dizendo que não dá para se divertir na primeira partida. Só estou dizendo que não dá para avaliar o jogo. Mas existe sim um fator diversão que é inerente às primeiras partidas: a descoberta, o teste, a busca para entender as sinergias entre as decisões rumo à vitória. O desafio de quem ensina o jogo é facilitar a jornada do jogador aprendiz, apontando as decisões inúteis que este pode tomar por estar navegando por águas totalmente desconhecidas; mas sem tirar os desafios das decisões duras que precisa fazer para alcançar o objetivo final. Se na minha primeira partida, eu vou me divertir ao descobrir como jogar. Na primeira partida dos outros, eu vou me divertir ao ver que os outros estão achando seus caminhos dentro do jogo.

E se for a primeira partida de todo mundo? Provavelmente eu estarei olhando novamente as regras e dizendo: "sabe aquela ação? ela funciona desse outro jeito - precisamos jogar de novo!".

tuliobarros::Parabéns pelo texto! Muitos pontos bem importantes para a discussão!

Quando um jogo é coop, acho que fica muito mais fácil a explicação do jogo. Dá quase para iniciar o jogo quase sem explicação de regras. Se os jogadores entenderam o mínimo do jogo: como funciona o turno, quais ações são disponíveis e qual é o objetivo do grupo, qualquer regra que vá entrando ou que seja esquecida não vai causar um sentimento de "injustiça", no máximo vai fazer com que o jogo fique muito fácil ou muito difícil para o grupo como um todo. As regras de manutenção também não precisam ser muito bem explicadas e o jogo flui com mais facilidade. Não é RPG, mas o coop se assemelha muito ao RPG e acho que a regra de ouro do RPG vale aqui também. A diversão do grupo está acima das regras do jogo.

Já num jogo competitivo, é mais necessário que os jogadores conheçam as regras com um pouco de mais profundidade. Ainda que seja possível dar uma visão geral do jogo mostrando como funciona o turno, quais ações são disponíveis e qual é o objetivo, dificilmente a primeira partida de todos os jogadores será realmente competitiva. Esquecer uma regra ou aplicá-la no meio do jogo fatalmente pode surpreender negativamente um jogador. Se eu estou ensinando um jogo para uma mesa, a minha vitória é ver outra pessoa ganhando porque o grupo entendeu o jogo tão bem quanto eu que já o conhecia. Esquecer uma regra ou jogar uma regra errada raramente dá para corrigir no curso do jogo, por isso é tão importante não descartar um jogo na primeira partida. Só depois de jogar duas ou três vezes o mesmo jogo com o mesmo grupo que dá para avaliar o quão divertido pode ser aquele jogo.

Dito isso, eu não estou dizendo que não dá para se divertir na primeira partida. Só estou dizendo que não dá para avaliar o jogo. Mas existe sim um fator diversão que é inerente às primeiras partidas: a descoberta, o teste, a busca para entender as sinergias entre as decisões rumo à vitória. O desafio de quem ensina o jogo é facilitar a jornada do jogador aprendiz, apontando as decisões inúteis que este pode tomar por estar navegando por águas totalmente desconhecidas; mas sem tirar os desafios das decisões duras que precisa fazer para alcançar o objetivo final. Se na minha primeira partida, eu vou me divertir ao descobrir como jogar. Na primeira partida dos outros, eu vou me divertir ao ver que os outros estão achando seus caminhos dentro do jogo.

E se for a primeira partida de todo mundo? Provavelmente eu estarei olhando novamente as regras e dizendo: "sabe aquela ação? ela funciona desse outro jeito - precisamos jogar de novo!".

É bem isso.

Massa seu texto!
Espero um dia ser mais leve igual a voce, de verdade!
Mas ainda sou metódico e aviso os amigos antes o tempo médio que vou demorar pra explicar tudo. Os que topam, vem pra jogatina.
Talve eu ainda insista em explicar tudo, pois amo didática e sou professor. De uma certa forma me ajuda! Mas sou fã da galera que leva mais leve esta questao das regras! Talvez seja minha rigidez de autista ainda nao adequadamente bem trabalhada que me leve a ser tao metódico rsrs
Parabéns pelo texto!
Deus abençoe!