Interessante, eu nunca vi ninguém questionar os benefícios dessa expansão. Bom saber de sua visão, eu não quis adquiri-la porque acho o jogo excelente como é, apertado e cheio de caminhos. Agora que não vou querer mesmo. Kkk

Não tenho tantas partidas da expansão, mas tenho bastante de GWT. 

Na verdade eu não faço questão da expansão, mas acho o conteúdo dela muito voltado para flexibilizar um pouco o esquema de entregas. Acho que dificilmente uma expansão de um jogo que é um saladão de pontos vai deixar o jogo mais difícil, acho que na maioria dos casos uma salada de pontos com mais opções no buffet vai ficar mais fácil mesmo. Ai depende da expectativa das pessoas em relação a expansão. É claro que a RoTN adiciona uma ação muito forte e que uma vez dentro do jogo não pode ser ignorada se todos estiverem jogando no mesmo nível, então eu acho normal também que a expansão crie uma nova ação praticamente essêncial. Sobre esse paradigma, acho que a expansão cumpre o papel dela perfeitamente e considero uma excelente expansão pro jogo, embora eu não faça questão de jogar com (ainda estou explorando o que consigo fazer sem ela).

Um outro ponto a considerar é que a expansão deixa o jogo mais fácil para todos os jogadores, então o nível de competição com o outro permanace o mesmo. Se um grupo que faz em media 100 pontos pula pra 150 com as novas opções, não faz tanta diferença. O jogo fica mais fácil no que diz respeito a forma como o grupo jogava, mas se não souber explorar o novo conteúdo você vai perder. Você pode perder fazendo pontuações mais altas do que você conseguia fazer sem a expansão, mas você ainda está perdendo, então esse "mais fácil/mais treta" pode acabar sendo relativo ao grupo também. GWT é mais interativo do que as pessoas pensam, então o "outro(s)" é um dos fatores de dificuldade do jogo que acredito que fica praticamente intacto mesmo com a expansão. 

Mas voltando ao começo, é uma salada de pontos, então eu assumo que, quanto mais opções, mais pontos. Existem vários exemplos disso, recentemente joguei o novo La Granja com todos os modulos e a a pontuação de 80-90 pontos subiu pra 120-130...o jogo ficou bem solto com a quantidade de novas opções, e olha que eu nem consegui otimizar todas os novos caminhos. Outro exemplo, jogando Castles of Burgundy - outro saladão - com a nova expansão das uvas que oferece uma quantidade obscena pontos de vitórias extras ao fim da partida e mais uma boa quantia de ações bônus durante o jogo, ficou mais fácil? Ficou! Mas a automa está ali usando essas novas opções também (e me destruindo no processo). Acho que a natureza de todo jogo apertado que ganha mais opções é ficar menos apertado, então cabe ao grupo decidir como gosta de jogar o jogo.

Pode não ser o seu caso, e também não é meu, mas acredito que para a maioria das pessoas (em especial as que jogam pouco o mesmo jogo e/ou não gostam de cobertor curto) uma expansão que potencializa as recompensas tende a ser mais bem aceita em salada de pontos. Será? Não sei, é uma teoria minha. Um exemplo disso é o Marco Polo, eu acho o primeiro jogo uma obra-prima, já o segundo foi para um lado mais genérico e pra mim menos satisfatório porque fica mais fácil vencer o "espirito do jogo" ainda que vencer os outros continue um desafio. No primeiro você sai da partida ponderando tudo que você errou, no segundo você sente que fez tudo que queria fazer mas outro jogador fez melhor do que você. O sentimento de "preciso aprender mais" é mais intenso no primeiro do que no segundo.  

Enfim, eu estou contigo, eu gosto do jogo como ele é e a expansão pra mim é dispensável, mas as novas opções são muito legais, não reclamaria nunca de jogar com elas, só é importante entender que elas não podem ser ignoradas porque o jogo passa ser pautado na nova opção. 

Eu tive a 1º edição do jogo base, jogando-a por diversas vezes e realmente havia o sentimento de cobertor curto, o que proporciona maior interação entre os jogadores inclusive, já que sempre havia aquela tensão se aquele empregado a ser contratado estaria disponível na minha vez, ou se eu conseguiria pegar as moedas necessárias para dar certo o meu planejamento.

Esse ano comecei a jogar GWT com RTTN no BGA e minha impressão foi exatamente como a sua, pois é justamente a ação de colocar casas que amplifica o leque de estratégias no jogo, e basicamente só faço alguma outra ação auxiliar quando acabam as casas.

Eu já havia lido um review que falava que RTTN deixava GWT mais fácil e menos punitivo e o que ocorre é isso mesmo.

A real é que existem jogos que já estão prontos e acabados e não precisam de expansões. GWT é um deles. 

A "fome" por dinheiro das editoras é que faz com que tenhamos expansões "inventadas" para cada jogo de sucesso. Isso quando não retiram um pedaço de um jogo já pronto e vendem como se fosse uma expansão (tô falando de vc, Distilled). 

Outros jogos são feitos para ter expansões. Dá pra ver quando os jogamos que a base está ali, mas falta-lhe o conteúdo. Nesses casos, o tal conteúdo vai sendo liberado a conta-gotas, de modo a manter o jogo sempre em evidência (não é, Everdell?).

Por fim, temos jogos que foram lançados com pequenas falhas, mas que graças ao sucesso alcançado, permitem que a editora ponha no mercado um "patch" para consertá-lo e venda-o afirmando ser uma expansão (casos de Viticulture e sua expansão Tuscany e de Dune Imperium e Rise of Ix).

O pior é que as expansões, sejam elas úteis, inúteis ou cosméticas, sempre atingem o bolso de pelo menos uma parcela do público alvo: o dos colecionistas (gente que não suporta a sensação de ter algo que possa estar incompleto).

GWT é um jogão. Não sinto nele a necessidade de acrescentar nada.

Olha, as ações bônus das estações até que facilitam um pouco o jogo, mas no geral eu penso justamente o contrário. A expansão deixou as cidades básicas mais punitivas, principalmente as 10 e 12, que são as primeiras que permitem liberar um disco preto. Consequentemente o jogador tem que colocar casas no tabuleiro da expansão para ter acesso a novas cidades e evitar penalidades.

Tive um sentimento leve de que a segunda edição base ficou menos dura que a primeira edição, mas blz. Agora, sobre a expansão segunda edição, praticamente refizeram ela né. Muito diferente da original... mas não cheguei a nota que ficou mais facil ainda com ela. Bons pontos tu levantou, vou ficar de olho nas proximas partidas.

Pra mim existem 3 tipos de expansão:

1. Expansão que vem pra corrigir problemas do jogo base.

Na minha opinião um jogo com problemas precisa de uma segunda edição e não de uma expansão.


2. Expansão que não modifica a forma de jogar, mas amplia o número de componentes (cartas, facções, mapas, etc).

Essa sim é uma expansão no sentido real da palavra. Sempre acho legal quando aumentam as possibilidades, sem alterar o gameplay.

Quem não quer gastar muito fica só com o base. Quem quer ampliar as possibilidades pega essas expansões. Não vejo problemas aqui.


3. Expansões que mudam a forma de jogar.

Se esse tipo de expansão melhora ou piora o jogo, depende do gosto pessoal do jogador. Acho que ela se enquadra no exemplo do GWT.

Não tenho uma opinião formada sobre esse tipo de expansão, mas sempre me pergunto “se quero jogar de outra forma, não seria melhor jogar outro jogo?”

Eu sempre tive essa mesma impressão com a expansão, em ambas as edições.

Parece que o jogo perde um pouco da essência de ser um pouco sofrido para conseguir fazer as coisas. Parece que com a expansão fica mais fácil de jogar, o que, pra mim, não é um ponto positivo.

Eu prefiro jogar só com o base.

Lembas::Pra mim existem 3 tipos de expansão:

1. Expansão que vem pra corrigir problemas do jogo base.

Na minha opinião um jogo com problemas precisa de uma segunda edição e não de uma expansão.


2. Expansão que não modifica a forma de jogar, mas amplia o número de componentes (cartas, facções, mapas, etc).

Essa sim é uma expansão no sentido real da palavra. Sempre acho legal quando aumentam as possibilidades, sem alterar o gameplay.

Quem não quer gastar muito fica só com o base. Quem quer ampliar as possibilidades pega essas expansões. Não vejo problemas aqui.


3. Expansões que mudam a forma de jogar.

Se esse tipo de expansão melhora ou piora o jogo, depende do gosto pessoal do jogador. Acho que ela se enquadra no exemplo do GWT.

Não tenho uma opinião formada sobre esse tipo de expansão, mas sempre me pergunto “se quero jogar de outra forma, não seria melhor jogar outro jogo?”

Muito bacana sua argumentação, especialmente esse terceiro ponto.
Em termos objetivos, na maioria das vezes o outro jogo não existe, então a saída é jogar o jogo modificado com a expansão mesmo. Quer dizer, saída não no sentido de ser obrigado, afinal, como você disse muito bem, vai de cada um o desejo. Acho que esse tipo de expansão é muito boa pra quem gosta muito de um determinado jogo, já o jogou "muitississíssimas vezes", mas quer mantê-lo na coleção. 
No caso do GWT, não acho que ela modifica tão drasticamente a maneira de jogar, mas não seja por isso! O jogo já tem seus derivados, que, se bobear, terão suas devidas expansões!