Pes Soberbos::Eu sou o provedor de jogos do meu grupo e Terraforming Mars é um dos poucos jogos que consegui jogar sem ser aquisição minha. Joguei uma vez e não me convenceu a adquirir. Joguei outra e outra, sempre em situações diferentes, com grupos diferentes. Continuou não me convencendo. Uma das jogatinas foi com Prelúdio (que achei que melhora substancialmente a experiência (e com draft)), mas ainda assim não me convenceu a adicionar à coleção. Não achei ruim, longe disso, mas achei ok. Longe, MAS MUITO LONGE, de justificar sua posição em diversos rankings relevantes. Talvez eu precise jogar mais, apesar de eu entender que três partidas são suficientes pra eu fazer um julgamento se um jogo é pra mim ou não.
Seu relato é bem legal e me fez renovar minha atenção ao jogo. Eu não tenho dúvidas de que se trata de um jogaço, só não estou convencido ainda que seja pra mim.

Acho que boa parte da experiência com o Terraforming é entender que ele tem muita coisa de planejamento a longo prazo (uso de micróbios e combinhos de produção), porém possui uma camada de caos com relação às cartas que você pega. Entender quando está perto de fazer algo, ou se virar em tais momentos do jogo é a camada de problemas de terraformar um planeta. Várias cartas vão passar na tua mão, o lance é saber usar somente aquelas em que você exerga valia no seu jogo. e é aí que o jogo começa a brilhar... eu não entendia isso. Eu sempre estava pensando nos outros jogos que sempre entregam uma coisa ou outra, onde você tem mais controle (quero isso, então pego)... ali você tem que se virar com O QUE VIER. O ambiente é hostil, as vezes não ajuda... e jogar em mais pessoas faz com que ele fique mais interessante, porque alguém pode atropelar a tua ação porque você não pensou ou não viu a oportunidade na sua frente. Lembrando que quanto mais pessoas, serão menos turnos e menos coisas que voc6e conseguirá executar.

felipexavier::Eu também tive esse mesmo misto de sentimentos assim que joguei pelas primeiras vezes. Eu sempre me senti sendo jogado pelas cartas e nunca senti o peso das minhas decisões. Sempre fazia o que dava mas não era uma sensação satisfatória.. e nunca foi pra ninguem do meu grupo. Joguei MUITO a versão online com minha noiva e as vezes até solo. Mas a diferença é que até hoje acho um jogo OK somente. Existem várias coisas que na minha opinião já deixariam o jogo mais palatável. Talvez um sorteio em toda partida para os prêmios e marcos, cartas divididas por era assim como vejo no Cidades Submersas dariam talvez um tom mais equilibrado. Existem cartas inúteis para um jogo em 2/solo que poderiam ser facilmente marcadas com aquela iconografia clássica que diz pra tirar a carta num jogo pra mais ou menos players e talz. Tem tantas coisas simples que na minha visão deixariam ele 'melhor', pelo menos na minha opinião. Esse lance de ter expansões que consertam o jogo me deixaram muito com o pé atrás. Ainda mais sabendo que que é algo que poderia estar dentro da caixa do jogo: 47 cartas por 130 reais? tô fora! (Prelúdio). Mas entendo o amor de muita gente pelo jogo! Sei do valor e da influencia que ele teve ao longo dos anos, mas infelizmente não é pra mim!

O lance das expansões só trouxeram benefícios pro jogo. Poderia ter vindo no base? TALVEZ. O prelúdio sim, é uma assimetria de jogo que te dá um empurrão excelente. Agora o resto, gradativamente poderiam ser simplesmente expansões mesmo. Para quem quiser mais itens, porque na real não altera praticamente a estrutura do jogo. É só mais alguma coisa pra ficar de olho.
(Tirando o Reviravolta).

E entendo perfeitamente você falar que o jogo não é pra você, foi justamente nesse feeling que passei todos esses anos, por isso escrevi esse relato.

hahaha 

Ghenov::Hahahaha... O mesmo ocorreu comigo!

É rapaz, é impressionante como o mundo capota. haahahah

Primeiramente, devo dizer que sou um excelente anfitrião (perdedor).

E antes de falar de TfM, eu gostaria de comentar que TfM: AE me parece muito mais parecido com Race for the Galaxy do que com o próprio TfM. Isto é, exclusivamente no ponto de vista de interação das mecânicas do jogo. Parece uma forma diferente de contar uma história, tal como Vital e seu On Mars.

Quanto a TfM, eu acho que um dos jogos já ocorre no Draft. Por que eu preciso decidir o que é melhor dentro do meu universo é, ao mesmo tempo, o que não posso deixar que outro jogador pegue (e talvez seja inútil pra mim). O draft também é uma ferramenta de reduzir a sorte já que vão passar muito mais cartas por você. Todo o resto: apreço pelas cartas, momento de comprar, selecionar a carta (mas não comprar), timming de jogar a carta, tudo isso, é a outra parte do jogo que eu até poderia chamar de "núcleo" do jogo.

Já as expansões, para mim, são expansões mesmo. Nada daquilo precisa estar no jogo principal, à depender do jogador. Se alguém não se preocupa de tomar muitas horas de jogo, o base no modo Era das Corporações pode ser suficiente. 
Pra mim, eu preciso da encurtada de tempo que o Prelúdio dá e da regra da Terraformação do Governo Mundial. 
Colônias dá mais valor para a energia, em vez de ser convertida em calor ou dar suporte para as cidades.
Os mapas aumentam a variabilidade pelos marcos e prêmios (particularmente acho mais divertido o o Elysium do que o Tarsis).
O sentimento que eu tenho do Venus Next é muito semelhante ao que o Ritter teve na primeira partida em relação ao Colonias: tá lá, mas... são só mais cartas e mais formas de pontuar.

Eu até queria ouvir de alguém que gosta muito de Venus Next e de Reviravolta.

tuliobarros::O sentimento que eu tenho do Venus Next é muito semelhante ao que o Ritter teve na primeira partida em relação ao Colonias: tá lá, mas... são só mais cartas e mais formas de pontuar.

Eu até queria ouvir de alguém que gosta muito de Venus Next e de Reviravolta.

Em primeiro lugar, preciso concordar que Prelúdio, Hellas & Elysium e Colônias são as melhores expansões para Terraforming Mars.

Dito isso, Reviravolta adiciona uma camada política que simplesmente faz sentido no jogo. É cobrança de imposto (-1 IT a cada geração) e bônus de governo generoso dependendo da forma como o seu motorzinho de pontos está montado. A governança dos partidos faz bastante diferença, e dependendo da produção de titânio é bem estratégico esperar a Unidade assumir o governo para baixar várias cartas espaciais com o recurso valendo 4MC ao invés de 3MC. Tem até um partido político que cobra imposto para terraformar enquanto está no governo, o que em alguns países pode ser bem próximo da realidade.

Mas aí chega a hora da Unidade assumir o governo e de aplicar o bônus de governo. Cada jogador recebe 1MC para cada ícone de Terra, Júpiter ou... peraí, onde estão os ícones de Vênus mesmo?

Vênus Next é a expansão mais "sem sal" do jogo. Tem um tipo de carta nova com um recurso novo, os tais de flutuadores - não subestime, um motorzinho que fique trocando esses flutuadores de uma carta para outra pode garantir a vitória na contagem dos pontos. Como ela adiciona um tabuleiro novo e mais um planeta para terraformar (importante, ele não precisa ser terraformado para disparar o final do jogo), adiciona também uma regra específica. O primeiro jogador assume o papel de Governo Mundial e escolhe um parâmetro para ser aumentado no final de cada geração. Isso não dá nenhum aumento de IT, mas pode impedir alguém de obter o bônus de oxigênio, oceano ou produção de calor na rodada seguinte (cuidado para não perder o amiguinho que guardou os recursos para isso).

Vênus Next traz sentido para a Colônia de Titan (não faz sentido colocar ela em jogo sem essa expansão) e faz Reviravolta funcionar da melhor forma possível. É a pior expansão já lançada para TfM, mas também é a expansão que faz a Fase Solar brilhar explorando todo o seu potencial.

Edit: Sobre a terraformação pelo GM, ela é uma regra de Vênus Next, embora exista no manual a variante de jogar sem ela. Sem Vênus Next a regra é não existir Governo Mundial, sendo uma "house rule" a inclsuão desta etapa no final de cada geração.

Continuo na vibe nunca mars... Desse aí e do primo mais novo (Ark Nova) passo longe

FCL84::Continuo na vibe nunca mars... Desse aí e do primo mais novo (Ark Nova) passo longe

Então, foi exatamente o meu relato. Eu passava longe…

Ótimo post.

Uma dúvida de um leigo que jogou uma única vez e está tentando curtir o jogo. O que é esse draft? Ele está em alguma expansão? Ou é uma regra fora do manual, criada pela comunidade?

Senti que a partida foi meio arrastada e demorou demais. O Prelúdio realmente dá uma agilizada?

Muito bacana essa sua experiência, por isso aqui nao gosto de subestimar os jogos que compro, e olha que sou uma pessoa que estuda bastante o jogo antes de comprar. Isso aconteceu parecido comigo foi o com o Wingspan, comprei ele bem quando entrei no hobby la em 2019. Joguei ele umas 5x mas de fato não me entusiasmou muito. Era um jogo legal mas que nao me dava muita vontade de jogar, ai ele ficou encostado na coleção. Até que esse ano depois de 2 anos sem jogar ele, resolvi colocar ele na mesa pelo apelo visual dele e pra introduzir alguns amigos nos euros, cara e que partida gostosa, eu consegui entender as nuances do jogo, a galera na mesa pegou rápido a ideia dele e foi uma partida bem disputada. A experiência melhorou bastante. 

Pra alguns jogos aquele ditado: ''dê tempo ao tempo'' talvez faça sentido hahahah

abraço!

Sergiordg ::Ótimo post.

Uma dúvida de um leigo que jogou uma única vez e está tentando curtir o jogo. O que é esse draft? Ele está em alguma expansão? Ou é uma regra fora do manual, criada pela comunidade?

Senti que a partida foi meio arrastada e demorou demais. O Prelúdio realmente dá uma agilizada?

Draft é uma mecânica que garante um controle melhor das cartas que chegam à sua mão e, portanto, favorece um melhor controle estratégico e mitiga a sorte.
Consiste em, na fase de compra de cartas, você compra suas cartas, olha todas, escolhe uma e passa as demais para o jogador à sua esquerda (e recebe as cartas do jogador à sua direita). Repete isso até escolherem todas. Isso resolve um dos grandes problemas do jogo, que é depender demais da sorte na compra das cartas. O lado negativo é que vai aumentar um pouco o tempo de jogo, pois insere essa fase de análise das cartas durante o draft.

Quanto à Preludio, acho quase obrigatório. Dá uma agilizada no início do jogo e insere uma assimetria que te dá um norte mais bem definido pra você seguir.

Como falei anteriormente, acho Terraforming Mars um jogo apenas ok, mas Prelúdio valoriza bem a experiência e draft tem que ter.