Eu tenho uma opinião contrária diferente a respeito do Arcadia Quest. Creio ser um dos melhores jogos da minha coleção. Já viu mesa 9 vezes desde que comprei o mesmo no início de Maio. Ainda não completei uma campanha, pois joguei com pessoas diferentes. Em um grupo específico (de 4 pessoas) estamos pra fazer a 4a missão, ou seja, faltam 3 para completar. Entretanto, já joguei de 3 e 2 pessoas. O jogo com 2 pessoas tem uma dinâmica bem diferente, já que confrontar a outra pessoa não é algo que ocorre tão frequentemente. De 4 pessoas acontece de você morrer logo na 2a rodada, o jogo se torna bem mais complicado. Todas as pessoas que jogaram (6 pessoas diferentes), sem exceção, gostaram muito do jogo. Um já até comprou.
Sobre os dados, o que esperar de um jogo que tem 8 dados de ataque e 6 de defesa? Não precisa comprar o jogo, é só ver gameplays na Internet que já dá pra notar que os dados tem um papel fundamental, pois são eles que resolvem os combates. Porém, ao mesmo tempo que eles podem te frustar, são um elemento surpresa que arrancam risadas e gritaria do pessoal. No sábado passado um amigo rolou 19 acertos em uma jogada de ataque. Tivemos que memorizar para ele ir re-rolando os dados. Na defesa, uma amiga conseguiu tirar 4 críticos. Minha afilhada jogos os dados pra mim e tirou 5 críticos de defesa em uma jogada, dá pra acreditar?
Sobre ser um jogo simples, discordo novamente. Tivemos que colocar um cronômetro no celular para o pessoal não ficar minutos pensando na jogada. Dependendo da jogada, existem várias opções disponíveis e decidir pode não ser tão trivial quanto pareça. Definitivamente, não se resume a andar e rolar dados. Monstros são controlados pelo jogador à sua direita. O fato de uma pessoa inimiga controlar os monstros, traz mais um detalhe importante de imprevisibilidade para o jogo. Monstros podem abrir e fechar portas, além de usar portais. Se a pessoa souber bem as regras e ter vivência, pode (e deve) usar os monstros a seu favor. Exemplo prático: Eu usei os dois pontos de movimento de um Urrotauro para movimentá-lo e depois usar um portal. A nova posição do monstro prendeu dois heróis de um amigo. Se ele se movimentasse, ativava a reação de alerta do monstro.
Creio que se jogado muitas vezes, o fator sorte é minimizado, pois a estratégia fica consequentemente mais evidente. Existem certos combos que se utilizados fazem muita diferença. O draft de heróis antes de começar a campanha e o draft de compra de cartas no final de cada missão são mecanismos bem interessantes inseridos no jogo.
Sobre a arte do jogo, o único ponto negativo são os tabuleiros. Achei muito poluída a arte impressa. Jogos como o Zombicide (também da Cool Mini or Not), possuem tabuleiros muito mais limpos. O restante é impecável. As miniaturas são excelentes e os tokens também.
Sobre o preço, é realmente caro, mas, pelo menos no meu caso, o jogo já está se pagando desde a 1a partida com a minha esposa. De qualquer maneira, está na faixa de jogos da Cool Mini aqui no Brasil.
A rejogabilidade é excelente. Já joguei o Distrito dos Martelos, A Arena do Sol Brilhante e O Portão da Lua algumas vezes e ainda não consegui me cansar.
Enfim, AQ é um ótimo jogo e que me trouxe boas experiências com amigos na mesa. Valeu cada centavo.