Sobre a questão de cumpriri os objetivos, acho que a resposta está muito no que o Cacá falou no texto, de como jogar focando em "rushar" pra fazer o oponente pagar os pontos. É uma maneira de se jogar, sem dúvida, mas não é como todo jogador pensa. Tem gente que vai focar em fazer os objetivos antes de pensar em acabar com o jogo. Outros vão só tentar pegar aviões de valores altos pra pontuar bastante com eles. Vai de cada mesa mesmo isso.
Eu comparo com o Azul: o jogo acaba se você preencher uma linha inteira de azulejos. Então, se eu "rushar" pra matar uma linha em 5 rodadas, eu consigo acabar com o jogo rápido e posso estar ganhando, mas não necessariamente isso é verdade. Outra opção é você tentar otimizar ao máximo o jogo e pontuar bastante tendo os conjuntos de 5 da mesma cor, completar colunas e etc, antes de acelerar o final de jogo. E te digo que se todos na mesa estão fazendo isso, o jogo pode ficar bem interessante (já tivemos uma partida de Azul que todos fizeram mais de 100 pontos e o vencedor fez mais de 150 e quanto conto isso pras pessoas elas acham que é impossível, mas é questão de como a mesa joga).
No Airport Rush, você pode acelerar o jogo e decolar 7 aviões rápido e o adversário ter 5 aviões, todos de valores altos, e vencer a partida. Então é uma questão de ler a mesa e ver se dá pra esticar mais a partida. Um exemplo: na Covil Con esse ano teve um cara que fez 145 pontos decolando 10 aviões, cumprindo os 2 objetivos. Dos 4 aviões iniciais dele, só 1 encaixa em um dos objetivos, então ele ficou o jogo todo buscando os demais aviões e só matou o jogo quando ele tinha certeza que ele teria tempo de decolar outros 3 (fechou o 7 e 8 na mesma rodada com a carta de decolar 2, fez o 9 na rodada final e o 10 no fim de jogo, quando é possível decolar todos os aviões completos). Claro, alguém poderia ter fechado o jogo antes dele e ele ter ficado com tudo isso na mão, mas ele leu a mesa e viu que dava tempo. Acho que foi o cara que vi jogar melhor até hoje.
No quesito que vocês comentaram antes de limpar as cartas, foi uma escolha de design mesmo não fazer isso. Pra ter menos manutenção possível no jogo, deixar ele dinâmico e mais acessível. É uma coisa que o Jamey Stegmaier fala muito, sobre como ter um fluxo contínuo de jogo favorece os jogos a serem mais fáceis de assimilar as regras. Uma escolha que pode não ter sido do agrado de muitos, mas que pro perfil da galera mais família, a gente sentiu sim que fez diferença. Acho que isso incomoda bem mais quem vem com a bagagem do eurogame, de ter mais mitigação das coisas, mais controle e tal. Talvez nesse caso em específo possa rolar uma regra pros jogadores "avançados" de como limpar as cartas. Posso pensar em algo e tornar uma variante oficial. Se quiserem sugerir algo inclusive, estou à disposição, desde que seja algo que não mexa no fluxo do jogo (criar uma fase de limpeza/manutenção por exemplo, eu não acho que é interessante).
Mas só de estar tendo esse momento aqui de discutir essas questões do jogo já está sendo bem bacana. Valeu pelo texto e pela oportunidade de defender algumas ideias aqui, Cacá!