Rodrigo Deus::Salve Iuri! Bom ver um texto seu por aqui! Ficou longo, mas achei bem interessante no geral.
Uma pergunta: já reparou que todos esses temas não são, na verdade, "horror"? Parecem temas leves e voltados para público juvenil. Não é como se vê no mundo digital onde existe morte, carnificina, assassinato, desmembramento, guerra, canibalismo e outros. Sempre que existe um jogo de "horror/terror" na mesa eu me anime de conhecer as mecânicas, mas já sei que me decepcionarei com a leveza do tema.
Odanan::
Tem razão... jogos geralmente são voltados para a diversão, então mesmo aqueles com temas "sangrentos" acabam sendo relativamente leves.
Mas agora fiquei curioso para saber os jogos que realmente são de horror. Que fazem os jogadores saírem verdadeiramente assustados/aterrorizados. Eles existem? Onde vivem? Alguém tem exemplos?
Observação: não é de horror, mas definitivamente é um jogo deprimente sério: o This War of Mine. Sinal de que é possível cruzar a barreira do simples entretenimento.
Caros Rodrigo Deus e Odanan
Meus camaradas agradeço por vocês terem prestigiado o meu texto, a muito me alegra, que vocês tenham gostado.
No mais, vocês têm razão quando dizem que os jogos de horror, normalmente, envolvem uma ambientação fictícia. Porém, nesse mundo já acontece tanta desgraça, e que é real, que sinceramente tenho sérias dúvidas se seria uma boa, um jogo baseado nesse "horror real".
Só para ficar em um exemplo, eu cito o "This War of Mine". O jogo é bom, mas existem alguns relatos no Ludopedia, de que alguns cenários são tão "barra pesada", que as pessoas precisam até dar um tempo depois da jogatina, para poder se recompor e digerir o que foi dito durante a partida. Isso inclusive aconteceu com o meu grupo de jogo.
Isso me lembra quando eu li "Os Miseráveis" e "Germinal", na adolescência. Os livros são verdadeiras obras primas, mas é tanta desgraça e miséria humana durante a leitura, que o sujeito acaba ficando deprimido. E isso é a última coisa que eu quero ao final de uma jogatina com meus amigos.
Até hoje me recordo de uma partida de Dead of Winter em que "o couro comeu" metaforicamente, depois da jogatina. Inclusive não jogamos mais nada depois, porque não havia mais clima, e só ficamos debatendo. Uma das pessoas acabou exagerando na imersão, e disse ter ficado genuinamente chocada e desapontada com as outras pessoas, porque todas votaram contra receber os dependentes dentro da colônia, literalmente condenando-os à morte. As pessoas argumentaram que aquilo era apenas um jogo, que inclusive envolvia zumbis. Porém a pessoa contra argumentou que o jogo poderia até ser somente um jogo, mas a postura das pessoas durante a jogatina, dizia muito a respeito delas.
Claro que isso é um exagero, e que um jogo de horror calcado na realidade talvez tenha seu valor. Entretanto, particularmente eu prefiro um bom jogo de horror bem fictício, que sirva até como uma forma de diversão escapista, do que algo que vai me fazer ficar remoendo, o tanto de maldade que existe no mundo, e que é de verdade. Mas como diz a sabedoria popular, cada um tem o seu "cada um", e se um jogo de horror real não é bom para mim, certamente o será para outra pessoa.
Para terminar, sei que o texto ficou um pouco longo, mas eu quis manter em 10 jogos por "capítulo” da "enciclopédia" porque dessa forma consegui agrupar os jogos em uma mesma categoria aproximada. Além disso, se eu utilizasse 5 jogos ao invés de 10, eu teria de escrever 6 capítulos ao invés de apenas 3, e aí ficaria muita coisa para acompanhar.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio