Linauro::Concordia é um jogo excelente e, provavelmente, o mais elegante que já joguei. Ambientado num período de prosperidade e expansão comercial do Império Romano, o jogo apresenta diversas mecânicas muito bem ajustadas, notadamente, a construção de baralho e o controle de área. Na prática, no seu turno, o jogador seleciona uma carta da mão e realiza a ação e é a partir daí que se expressa a fineza do design de Concordia, quase que uma gentileza com os jogadores: um jogo tão complexo e estratégico que se desenvolve com perfeição a partir da escolha de uma única carta.

O conceito de elegância em jogos de tabuleiro que derivo de Concordia, eu poderia resumir da seguinte forma: design que encontra equilíbrio entre o simples e o complexo. A partir dessa contradição, expressa-se uma experiência tão comedida quanto completa. O manual do jogo contribui bastante para essa conclusão, pois é enxuto, preciso e apresenta as regras em apenas quatro páginas. Por esse motivo, é possível começar a partida logo após ler o mesmo rapidamente e, ainda assim, não faltam informações: além do manual, temos a montagem do jogo em apartado e um folheto com informações históricas sobre a pax romana.

É próprio das coisas elegantes apresentar muito mais sentidos do que é possível apropriar-se à primeira vista. Em Concordia, a complexa pontuação é quem entrega profundidade estratégica ao jogo. Os deuses romanos cedem os pontos necessários à vitória a partir das escolhas feitas pelos jogadores, pobres mortais, durante a partida. Em consequência, a pontuação reflete cada uma das ações realizadas no jogo e quais deuses foram ou não honrados por elas, revelando mais uma camada do seu elegante design. Concordia, sob as bênçãos de Vênus, por esses e outros motivos, tornou-se um clássico instantâneo.
Mais elegante que concórdia, só Hansa Teutonica. Pra mim o supra sumo da elegância. Mas é um jogo que quero na minha estante logo! Jogão digno do status "clássico"!