rodolphoal::Pesquisando pra comprar esse jogo antigo e esgotado, acabei descobrindo que, ao que parece, a Grow está relançando com outro nome: Sigilo.
Ele tem uma dinâmica um pouco diferente, onde os próprios jogadores escolhem as palavras proibidas (mais ou menos como no Trapwords).
Caro rodophoal
Em primeiro lugar essa é uma ótima notícia, porque é um jogo muito leve e divertido, que dá para jogar com muita gente. Isso sem falar que ele pode ser jogado com gente de qualquer idade, praticamente.
Quanto à mudança do nome, o Taboo é um jogo da Hasbro, que não é a melhor amiga nem da Estrela e nem da Grow, com toda a razão. Além disso, como regras e mecânicas não se encaixam no conceito de direito autoral, esses elementos não podem ser registrados, como se fosse propriedade intelectual. Portanto, considerando que a Hasbro já está presente no nosso país, e que ela não pretende mais licenciar seus jogos, mas lançá-los diretamente, o que outras empresas estão fazendo é mudar alguns elementos dos jogos e lançá-los com outro nome.
É por isso que o "Clue", já está sendo lançado com "Suspeito" (para fugir do termo "Detetive"), o antigo Master agora já existe no mercado como "QI", e o "Heimlich & Co.", que durante anos foi lançado como "Top Secret" no Brasil, agora se chama "Identidade Secreta", e ao invés de espiões, ele envolve celebridades e paraparazzi, e esses são apenas alguns exemplos.
Por falar nisso, só para esclarecer, a decisão do TJ-SP, que determinava o retorno para a Hasbro de alguns jogos consagrados, a destruição dos estoques da Estrela, e o pagamento de royaltes foi modificada recentemente, no sentido de esclarecer que isso se referia especificamente ao brinquedo Super-Massa. Além disso, ficou esclarecido que jogos como "Banco Imobiliário" (o carro chefe entre os jogos da Estrela), e brinquedos como "Comandos em Ação" e "Falcon" (quem é mais vivido vai lembrar desse último), são de propriedade da Estrela. A decisão entendeu que esses produtos são suficientemente diversos dos similares norte-americanos "Monopoly", "GI-Joe" , e porque foram registrados (apenas suas características mais marcantes e específicas, como nome, tabuleiro, imagens) antes da chegada da Hasbro ao Brasil. Dessa decisão ainda cabe recurso, e ambas as Empresas devem recorrer, a Estrela para não pagar os royaltes, nem ter de destruir os estoques e a Hasbro para não perder a patente dos jogos que ficaram com a Estrela.
Na verdade essa questão é bem antiga (mais de 15 anos) e as duas partes não deixam de ter alguma razão. A Hasbro alega que licenciou por contrato os jogos para a Estrela e ela não paga os royaltes desde 2007. A Estrela por sua vez alega que parou de pagar os royaltes por quebra de contrato, por parte da Hasbro. Segundo a Estela o contrato de licenciamento previa que a Hasbro não lançaria seus produtos no Brasil, para não fazer concorrência, com a empresa que detinha o licenciamento (Estrela), o que a Hasbro acabou fazendo sem a anuência da Estrela. Por conta disso, essa história ainda vai longe.
Não sou de dar palpite, mas acredito que no final do processo, se a Hasbro ganhar, ou se não for possível chegar a um acordo (a Hasbro continuaria lançando o "Monopoly", e a Estrela pagaria royaltes menores para continuar lançando o "Banco Imobiliário", por exemplo), a Estrela simplesmente vai mudar os elementos essenciais dos jogos, e relançá-los com outro nome, mais ou menos como a Grow fez em relação ao "WAR" (Risk), e o "Identidade Secreta" (Heimlich & Co.).
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio