smsnick::Toda vez a mesma discussão, inclusive levantado pelo próprio Iury em outras vezes... E novamente a discussão se resume a muito choro e pouca atituda. Acho até nobre levantar discussões do tipo, mas de novo a mesma?
.
Como em todos os tópicos, vou contribuir repetindo novamente o pragmatismo e indo contra a maré, conhecido popularmente como "passa-panismo"..
Caro smsnick
Com todo o respeito, eu tive a mesma impressão que o @
Zargon, no sentido de que o início da sua mensagem pareceu agressiva um pouquinho além da conta. Sinceramente não vi necessidade disso. Eu reconheço que você não é a primeira pessoa que reclama da minha insistência em discutir e procurar sugestões para contribuir para a melhoria do hobby, dentro das minhas limitadas condições.
Agora, se você entrou no meu tópico e viu que essa discussão, "propostas para melhorar o hobby", foi algo que você já me viu escrever algures, não seria melhor, e mais produtivo, e eu digo isso numa boa, você simplesmente ignorar, e partir para outro tópico mais do seu agrado, do que escrever reclamando da forma como eu faço uso do meu direito de expressar a minha opinião?
Fora isso, eu queria dizer que escrever a respeito, e propor o debate para outras pessoas, também é uma atitude, e que inclusive pode gerar ações futuras que efetivamente contribuam para a melhoria do hobby. Um exemplo disso foi a questão da crise do lançamento do Tainted Grail na Coreia. O jogo foi lançado pela editora local Summon Games, com tantos erros e tão caro, que revoltou parte da comunidade boardgamer sul-coreana. A maioria das pessoas resolveu se conformar, porque board game era assim mesmo, as pessoas compraram apesar dos erros, o cenário de jogos lá era assim mesmo e não adiantava fazer muita coisa. Por outro lado, uma meia dúzia de pessoas começou a debater isso nos fóruns de lá, e resolveram tomar uma atitude a respeito. Só que isso surgiu depois de muita conversa. O que apenas um grupo pequeno de pessoas decidiu foi comparecerem em massa ao BGG e dar nota 1 ao jogo, não porque ele fosse ruim, mas sim porque a experiência deles com a versão sul-coreana do jogo foi terrível, por conta dos seus diversos erros. O movimento cresceu e no final apenas 150 pessoas tinham aderido a essa forma protesto. Eu admito que essa talvez não seja a melhor forma de agir, porque o jogo é excelente, muito embora a sua versão sul-coreana não seja, e isso foi deixado bem claro no protesto e nas justificativas e mensagens explicando o porquê da nota tão baixa. Mas essa foi a única alternativa encontrada pelos boardgmaers sul-coreanos, para pelo menos extravasar a sua frustação, após serem solenemente ignorados pela editora local (foram até chamados de terroristas na nota oficial da empresa). Com isso, houve uma verdadeira comoção no BGG, para saber o que havia dado tão errado, na Coreia, com um jogo tão bom. Essa comoção ganhou maiores proporções, a ponto da própria toda-poderosa Awaken Realms intervir, e garantir que os problemas do jogo seriam sanados. Como eu disse antes, não foi a melhor, nem a mais justa das estratégias, mas foi aquilo que os sul-coreanos puderam fazer, e que, contra todos os prognósticos, foi muito eficaz.
Antes que alguém diga, essa história eu também já contei em outro tópico ("O que Boardgamers Brasileiros Podem Aprender com os Coreanos"), referente ao igualmente problemático lançamento do Nemesis, da Galápagos por aqui, e que também é um título original da Awaken Realms. Infelizmente, no caso do Nemesis, nós brasileiros não tivemos a mesma "vontade política" de corrermos atrás e fazermos alguma coisa a respeito, tal qual fizeram os sul-coreanos. E olha que foram apenas 150 pessoas.
Eu só estou contando essa história novamente, para exemplificar que uma ação concreta pode eventualmente surgir, a partir de uma discussão. E é por isso que eu escrevo tanto, e acho muito importante escrever e discutir sobre crescimento de mercado, de aumento e fortalecimento do hobby, da necessidade de divulgação que traga novos pessoas para o hobby, para reclamar do preços cada vez mais altos dos jogos. Mesmo que isso não leve a nada, como você bem pontuou, no mínimo desopila o fígado e dá a sensação de que alguma coisa eu fiz, mesmo que tão pouco quanto escrever um tópico a esse respeito no Ludopedia. Até porque, vai que eu dou sorte e quem sabe algum diretor de editora acabe lendo e se convencendo a começar a dar notícias sobre o andamento das suas produções em tópicos do Ludopedia, ou comece a meditar sobre a disponibilização dos arquivos de lançamentos futuros, para que a própria comunidade contribua com a tradução e revisão do material, antes de ser remetido para gráfica.
O que eu sei é que se nada for feito, e se todo mundo resolver se conformar porque "o hobby é assim mesmo, não vale a pena discutir, e quem não estiver satisfeito é melhor procurar outra coisa para fazer", e com isso parar de discutir preço altos dos jogos, necessidade de expansão do mercado, e profissionalização do hobby, aí mesmo é que nada vai melhorar no cenário nacional de board games.
Para terminar, parafraseando o grande Darcy Ribeiro, coisa que eu também já fiz antes, "só há duas opções nessa vida, se resignar ou se indignar, e eu não vou me resignar nunca". E é por isso que eu continuo, e continuarei escrevendo e levantando essas questões. Lamento muito que o meu tópico não tenha sido do seu agrado, mas é assim que eu penso.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio