Salve wargamers!
Neste ultimo fim de semana me reuni com meu amigo Rafael Soar para terminarmos o segundo dia de combate em BOCAGE, o segundo cenário da Campanha da Normandia (expansão Normandy). Ihh... não entendi nada... segundo dia do segundo combate???
Explicando. Iniciamos o segundo cenário (BATTLE OF BOCAGE) a algumas semanas atrás no entanto as monstruosas 15 rodadas de jogo não nos permitiu ir muito longe, portanto paramos o jogo na 8ª RODADA, deixando para disputar as outras 7 na semana seguinte. Batemos fotos de tudo, deixamos os esquadrões montados, embalamos tudo e quando surgiu a chance (2 semanas depois), continuamos exatamente onde paramos.
Infelizmente não foi possível fazer aquela resenha tradicional a qual estamos habituados pois se fôssemos parar para bater fotos a cada rolada de dados essas 15 rodadas precisariam de 1 mês de jogo. Como não foi possível fazer a resenha no mesmo dia do combate (sempre faço isso porque a memória está fresca), só vou postar um resumão do combate.
Eu sempre quis jogar este cenário. Não apenas pelo cenário em si mas sim pelo fato de nunca ter combatido nesse tipo de terreno, chamado SEBES, um terreno novo no TOI e que reservava muita expectativa. Trata-se de um terreno diferente, onde ataques normais tem cobertura de 3 dados mas ataques de área (morteiro ou artilharia) não tem NENHUMA COBERTURA. Sem contar que eu teria em mãos o lendário tanque M-10 Tank Destroyer, um caça-tanques aliado com particularidades únicas: Alto poder de fogo contra veículos no entanto suscetível a FOGO DE SUPRESSÃO já que sua torre é aberta e qualquer alemão esperto poderia jogar uma granada lá dentro.
Nesta campanha estou com os Americanos e lá fui eu tentar atravessar a 29ª DIVISÃO para tentar tomar um HOSPITAL do outro lado do cenário. Achei que fosse mais um "passeio" dos aliados devido a grande quantidade de REFORÇOS, mas a história por trás deste combate me deixava intrigado. As baixas nas Sebes da França foram tão grandes (mas tão, tão, tão) que os Aliados tiverem que reunir seus maiores estrategistas para tentar traçar uma estratégia de abordagem em terrenos deste tipo. Agora entendi o porquê...
ESCOLHA DOS DECKS
Os americanos tinha à disposição um deck de ARTILHARIA (que se mostrou pífio neste cenário) e o deck BLITZKRIEG (esse foi escolha minha, mas também foi um tiro no pé pois melhorou o desempenho de meus blindados apenas contra veículos e não contra tropas, que era o que eu precisava).
Já os alemães tinham a disposição um deck de REFORÇOS e, por escolha de meu oponente, o deck TANK BUSTER, que se mostrou uma escolha bem mais acertada pois várias cartas permitiam realizar ataques contra meus blindados com melhorias no poder de fogo.

Americanos à esquerda, alemães à direita. Os pobres aliados não sabem o que lhes aguarda...
COMEÇO LENTO
Os aliados começam este cenário numa posição muito ruim e são obrigados a atravessar terrenos com pedras, rios e construções, além das Sebes, o que consome muitos pontos de movimento.

Logo de cara você percebe o tamanho na "naba" que tem pela frente. Os morteiros alemães abatem os aliados como formigas sendo pisoteadas.

E os aliados vão tombando pelo caminho enquanto os alemães estão praticamente intangíveis.

O melhor momento das primeiras rodadas: Com um poderoso LANÇA-CHAMAS, os aliados conseguem assaltar um terreno com OBJETIVO NEUTRO.

Os SHERMANS estão equipados com LÂMINAS que podem abrir BRECHAS entre as Sebes, por isso eles precisam tomar a frente.

O preço que os Shermans pagam para abrir caminho entre as SEBES para as tropas aliadas é alto e eles vão sendo abatidos, porém o objetivo foi cumprido: Caminho facilitado para avanço terrestre.

Reforços aliados aparecem. Porém longe das tropas que precisam de ajuda.

Os alemães retomam o terreno com OBJETIVO NEUTRO.

A CATASTROFE: Na 5ª rodada desaba uma TEMPESTADE no cenário. Movimentos caem pela metade e ataques só atingem no valor 6. Era tudo o que os aliados não queriam.

Com seus tanques e suas tropas praticamente paralisadas devido ao mau tempo, os aliados optam por esperar o tempo mudar e perdem várias rodadas sem nada poder fazer. Os alemães aproveitam para obter vários REFORÇOS.

O tempo melhora e dá aos aliados um impeto de avanço. Mais um Sherman avança para a morte mas consegue abrir mais uma brecha entre as SEBES.

Apesar da grande quantidade de ARTILHARIA aliada, a ausência de LOS por parte dos Oficiais torna estes ataques extremamente arriscados e portanto inúteis.

Novamente cai uma chuva forte no cenário, os movimentos reduzem à metade e o General aliado decide DESISTIR do combate prevendo não ter tempo nem material humano suficiente para alcançar seu objetivo.
CONCLUSÃO: VITÓRIA ALEMÃ
O jogo é encerrado na 11ª rodada, quando o tempo muda para CHUVA FORTE e leva os planos aliados por água abaixo. Sem tempo hábil para alcançar o objetivo e com chances praticamente nulas de chegar ao terreno com vida, os Aliados DESISTEM do combate.
No começo do jogo você fica meio perdido, sem saber por onde avançar. O corredor aberto entre as sebes é um convite à MORTE CERTA para seus esquadrões pois não oferecem cobertura e abrem CAMPO VISUAL para que suas tropas virem farinha pelo Morteiros alemães. Só resta avançar por este local com seus TANQUES. Como apenas os SHERMANS podem abrir caminho pelas Sebes, eles são o principal alvo dos esquadrões ANTI-TANQUE e se forem destruídos antes que abram brechas nas Sebes, os demais tanques se tornarão inúteis.
Com essa limitação você não tem muita liberdade para flanquear seu oponente. Sua única chance contra as armas anti-tanque inimigas é a habilidade OVERRUN, que permite avançar sobre tropas inimigas e piná-las (uma ação rara de se usar mas que aqui neste cenário deve ser empregada à exaustão).
A medida em que você avança, começa a perceber o tamanho da encrenca na qual está metido. A única forma de atacar seu oponente é tendo CAMPO VISUAL para ele. O problema é que as SEBES impedem tal ação, o que te obriga a parar ADJACENTE ao seu oponente. Detalhe: Você não tem como realizar FOGO E MOVIMENTO porque as SEBES consomem todos os seus PMs.
Ao parar ao lado do seu oponente você está totalmente à mercê de um ataque à queima-roupa no turno seguinte, o que te obriga a manter a INICIATIVA DO COMBATE durante o jogo todo. Até ai tudo bem. O problema são os malditos MORTEIROS. Com LOS para suas unidades basta que seu oponente acione seus morteiros e pegue seu esquadrão sem NENHUMA COBERTURA.
Some-se a isso a possibilidade do TEMPO MUDAR e reduzir seus Pontos de Movimento pela metade e você logo imagina porque o jogo tem 15 RODADAS, lembrando que o tempo fechado também prejudica demais os ataques.
O deck de ARTILHARIA aliado se mostrou praticamente INÚTIL já que você fica praticamente CEGO durante todo o combate e sem visão clara para o inimigo qualquer ataque desses pode causar fogo amigo.
Já joguei cenários desbalanceados no TOI e posso afirmar com certeza que BATTLE OF BOCAGE me pareceu sem nenhum problema nesse sentido, mas é preciso admitir que, sob certas circunstâncias, é praticamente IMPOSSÍVEL vencê-lo com os aliados, principalmente se a última checagem de tempo do jogo trazer uma CHUVA FORTE ou uma TEMPESTADE para o combate. Neste caso pode entregar os pontos pois com o movimento reduzido pela metade seu avanço será lento e suas tropas serão massacradas uma vez que o deck de reforços alemão garantirá um esquadrão novo a eles a cada 1 ou 2 rodadas e você não conseguirá abatê-los em quantidade suficiente para compensar esse reforço.
Podemos resumir tudo a uma única frase: COMBATER NAS SEBES É UM VERDEIRO INFERNO!
Agradecimentos ao meu amigo warrior pelo BRILHANTE combate oferecido neste cenário, uma pena que o desfecho dele tenha sido tão prematuro. E vamos nós rumo ao terceiro combate da campanha, espero que o tempo ajude.
Resultado atual da campanha: ALIADOS 1 X 1 ALEMÃES