Amaral::
Caro Iuri, boa tarde.
Também compartilho da ideia do Fabico de que Village seja um jogo com predominância de seleção de ações ao invés de alocação de trabalhadores. Explico.
Na sua vez de jogar, você tem que, obrigatoriamente, escolher um dos cubos do tabuleiro, selecionando aquela ação e, opcionalmente, executar aquela ação. E mesmo decidindo executá-la, não necessariamente precisa alocar um trabalhador lá. Você pode simplesmente pagar os recursos necessários. A vantagem de alocar um trabalhador é que você economiza nos recursos, mas gasta tempo. E ainda há oficinas em que você já tem um trabalhador lá e, ao selecionar a ação, você a executa sem precisar alocar outro trabalhador.
Resumindo, a seleção de ação é obrigatória (pegar um cubo), mas a alocação de trabalhador, não! Por isso, considero Village um jogo de seleção de ações como mecânica principal e alocação de trabalhadores como mecânica secundária.
Forte abraço.
Caro Amaral
No caso do Village eu sempre encarava os cubos como "trabalhadores diferenciados" dos meeples tradicionais. Mas analisando pelo prisma desse seu raciocínio vejo que você e o Fabico têm toda a razão.
Possivelmente o meu julgamento tenha sido prejudicado por uma certa má vontade que eu tenho, pela especificação exagerada das mecânicas, que eu vejo nas análises teóricas dos board games. Por exemplo, se você vai na página do BGG onde as mecânicas estão listadas, existem diversos tipos de mecânicas de leilão como se elas fosse mecânicas únicas e diferenciadas. Assim sendo, se o leilão é feito com os lances em aberto, como no caso do High Society a mecânica é uma, mas se os leilões são feitos de forma fechada, como ocorre no Isle of Skye, então é como se fosse uma outra mecânica, o que para mim não faz muito sentido, porque no final das contas é tudo leilão.
Do mesmo modo, alguns jogos usam dados ao invés de meeples, como se esses dados fossem os seus trabalhadores, só que nesse caso a mecânica deixa de ser alocação de trabalhadores e passa a ser alocação de dados. Claro que alocar um meeple ou um dado são situações diferentes, porque no caso do meeple não há variação alguma e no caso do dado há a variação da numeração que fazem daquele "trabalhador" mais forte ou mais fraco. Mas na minha opinião esse único detalhe não é suficiente para diferenciar uma mecânica da outra, a ponto de termos alocação de trabalhadores e alocação de dados como mecânicas distintas.
Obviamente, no caso da alocação de dados, eu estou me referindo aso jogos em que os dados se comportam como trabalhadores, sendo alocada em determinadas áreas do tabuleiro, para se realizar a ação correspondente, e não nos casos em que os dados são alocados para apenas ocupar um determinado espaço, completando um puzzle, como ocorre no Sagrada por exemplo.
Por fim, agradeço a sua explicação, que me forneceu um novo ponto de vista a respeito do Village que é um jogo que eu gosto muito.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio