Pes Soberbos::E me desculpem por ter forçado o desvirtuamento do tema do tópico, não vou mais atrapalhar, rs.
metelo:: Justo. Eu vejo como o jogo se compara com jogos similares atuais. Por definicao vamos chegar em lugares diferentes.
Novamente, e um jogo que marcou epoca, importante pacas para a historio dos BGs, com mecanicas inovativas para a epoca. Mas o jogo, na pratica, e exercicio de resolver uma planilha de excel na cabeca tentando bloquear o jogador a sua esquerda, enquanto vc espera o jogador a sua direita cometer um erro e entregar o jogo para vc.
PS - Ja faz um tempo que a thread ta meio desviado.
Caros Pes Soberbos e metelo
Meus camaradas, não se preocupem com essa desvirtuada porque o papo está ótimo e muito instrutivo, e tenho certeza que ninguém que está lendo se incomoda nem um pouco com isso.
Com relação ao ponto que vocês levantaram, eu acho que já surgiu um consenso no sentido de que "envelheceu bem ou não", é fundamentalmente uma questão de opinião pessoal. Da minha parte, em relação aso jogos citados pelo metelo, eu tendo mais para o lado do "envelheceram muito bem".
Quanto à questão "Simplicidade/Linearidade vs Complexidade/Diversidade de Estratégias", que o metelo levantou, eu acho que isso também entra no mesmo balaio do gosto pessoal. Algumas pessoas preferem jogos mais complexos, com uma grande variedade de ações possíveis, que consequentemente levam a uma infinidade de estratégias diferentes. Essa pessoas talvez enxerguem a linearidade do Puerto Rico como um problema.
Por outro lado, eu também acho muito válidos e interessantes jogos que não envolvam tanta variedade de estratégias, desde que essa linearidade que eles apresentam esteja calcada em algo inteligente, interessante e atraente. Um exemplo disso são os jogos abstratos, ou próximo a eles, que mesmo apresentando a linearidade em maior ou menor grau, ainda são muito apreciados e respeitados, apesar da grande variedade de jogos disponíveis hoje em dia (tais como o Othelo, Abalone, Quarto!, Hive, Tsuro, Quoridor, Crokinole e isso para não falar em Xadrez, Go, Mahjong, Gamão, Damas, Trilha e Dominó). O mesmo também se aplica mesmo a alguns jogos que estão talvez um degrau acima dos abstratos. Exemplos disso são o Carcassonne, o Kingdomino e o Azul, que para mim são verdadeiras obras primas e que serão jogados até o final dos tempos. Na mesma toada, mas em uma categoria diferente de genialidade estão o Splendor, o Tsuro, o Torres e o Santorini. Todos esses jogos envelheceram muito bem para mim, e continuarão envelhecendo assim, porque a proposta deles, apesar de simples, é algo fenomenal e muito gostosa de jogar.
Não é que eu só goste de jogos simples, porque também curto jogos mais complexos, com mais variedade de opções, como os sandbox ou jogos de mundo aberto. Mas, para mim o mais importante para qualquer jogo é, acima de tudo, que ele seja divertido, e pessoas diferentes encontrarão diversão em coisas diferentes, seja na complexidade ou na simplicidade.
Outra coisa que é importante destacar é que a grande maioria da comunidade boardgamer nacional é composta de jogadores "light users", e nem todos tem acesso à quantidade de jogos dos "heavy users", feito você metelo. Eu sempre me espanto que a cada tópico que nós nos encontramos, você sempre cita jogos dos quais eu nunca ouvi falar (para mim, até ontem, Wealth of Nations" era apenas um clássico da literatura econômica). Talvez por isso, você ache que jogos como Puerto Rico, El Grande, Tigiris & Euphrates não tenham envelhecido tão bem, considerando a infinidade de jogos que você conhece. Essa percepção pode ser diferente para outras pessoas que não conheçam tantos board games. Não custa lembrar que até 10 anos atrás, para a grande maioria da rapaziada aqui do Ludopedia, (e para a quase totalidade da população brasileira até hoje) jogos de tabuleiro eram apenas os clássicos Detetive, WAR, Banco Imobiliário, Imagem e Ação, Master, etc.
Por conta disso, cada vez mais eu acredito que, não apenas a questão sobre o envelhecimento de alguns jogos, assim como "o jogo XYZ é melhor que o jogo ABC", trata-se acima de tudo de uma questão de gosto pessoal, e gosto cada um tem o seu.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio
P.S. Em se tratando de "simplicidade X complexidade", não posso deixar de citar o Erasmo Carlos que dizia, muito acertadamente, que "se o simples fosse fácil, já teriam feito outro parabéns para você"!!!