Fala Meus Queridos.
PaladinoMonge na área
Distrito 6 é o mais novo lançamento nacional da editora Vem Pra Mesa em que os jogadores são construtores e irão duelar para ver quem constrói o novo Distrito da cidade de Dadópolis.
Será que o jogo entrega o que promete? Será que ele é bom? Seus componentes são padrão estrela? Cabe ele na minha coleção?
Todas essas perguntas eu vou responder aqui nesse texto. Vem comigo.
Hoje estamos assistindo a um boom de criação de jogos de tabuleiro por designers nacionais. E isso se deve ao fato de que algumas editoras estão investindo nesse mercado. Tanto é verdade que até selo específico está sendo criado para isso, como podemos ver na Grok e na Editora Vem Pra Mesa.
Distrito 6 é o mais novo jogo nacional que a Editora Vem pra Mesa está lançando. Um jogo de alocação de dados onde o intuito é construir o novo distrito da cidade de Dadópolis. Para isso os jogadores vão utilizar de seus dados para alocar nas diversas ações para conseguir os recursos necessários para construir e utilizar esses mesmos dados para efetivamente fazer a edificação no distrito 6.
(Distrito 6 é um jogo do Roberto Pinheiro)
E olha, eu posso dizer que ele é, digamos, peculiar. Ao pegar a caixa do jogo, ler o seu manual e entender as regras, você vai achar que é mais um jogo família sendo lançado no Brasil com o diferencial de ser nacional e ter uma utilização de dados bem diferente.
Mas isso muda de figura quando você joga o jogo.
Distrito 6 não é um jogo família. Ele é um jogo euro com uma complexidade de peso média que frita o seu cérebro enquanto você está jogando.
Calma. Deixa eu explicar meu ponto de vista.
Para mim, e deixa eu frisar essa parte bem, PARA MIM, um jogo ser considerado família precisa ter algumas características: ser acessível a todo tipo de jogador, inclusive novatos, ter regras mais fáceis de absorver, um fluxo de jogo dinâmico e de fácil entendimento.
E apesar de algumas dessas características aparecerem no jogo, quando estamos efetivamente jogando, nós percebemos que o jogo foi pensado para um público mais experiente e que jogar com crianças será bem improvável. Só por esse fato eu já tiraria o Distrito 6 dessa classificação de jogo familiar.
(tabuleiro individual do jogador)
Isso não é um demérito do jogo. Por favor não me entendam mal.
A questão aqui é passar esse sentimento que tive ao jogar o jogo. E claro, você pode ter um opinião diferente da minha. Inclusive, deixe aí nos comentários se não concorda com esse meu ponto de vista e vamos dialogar meu querido.
Dada essa questão, agora vamos falar sobre a dinâmica do jogo e o que ele vai te entregar ao jogar.
Vamos começar com o tema. Mesmo que o jogo se proponha a ser um jogo com tema de construção, ele é muito superficial. E isso é auxiliado pelo fato de que não temos ‘recursos explícitos’ no jogo. Os recursos são enumerados e você utiliza pares dependendo do andar e da intersecção do local onde construirá seus dados. Se você está usando tijolo, pedra, madeira, isso fica a critério da imaginação do jogador. E além disso não há qualquer indício do que está sendo construído. Você coloca seu dado lá e imagina que está fazendo uma casa, um parque, um edifício.
Essa escolha do designer Roberto Pinheiro tirou muito da imersão do tema. E me arrisco a dizer que, com pequenas alterações, seria possível colocar uma outra temática.
(o tema não é o forte do jogo)
Quanto as mecânicas, o jogo trabalha com gerenciamento de recursos e alocação de dados nas diversas ações que temos no tabuleiro. A ideia de usar os dados como trabalhadores e ao mesmo tempo como construção é sensacional. Esse é um dos fatores que faz com que o jogo seja mais pesado do que aparenta ser.
Você começa com 10 dados. E no decorrer das 4 rodadas irá construir os dados no distrito 6 e ficará com menos dados nas próximas rodadas. Isso força o jogador a ter um planejamento bem mais assertivo do que vai fazer não somente na rodada atual, mas também nas próximas rodadas, uma vez que você pode ter menos dados do que os outros jogadores e as ações ficarão cada vez mais disputadas. O jogo escalona em estratégica no decorrer do gameplay.
Isso acontece porque, além de se preparar para conseguir os recursos necessários para construir os dados, o jogo tem objetivos públicos e privados que precisam ser completados para ganhar pontos, sendo que os privados, se você deixar de cumprir algum, terá uma penalização. Isso tudo deixa o jogo com muitas variáveis que faz com que o jogador precise avaliar bem suas opções e executar da melhor forma possível seu planejamento.
(nada melhor que tirar um descanso depois de um trabalho árduo)
Só isso já seria muito interessante para jogadores que curtem esse estilo de jogo, mas não para por aí. Na fase de construção, você vai precisar planejar sua construção baseada no que os jogadores podem fazer. Seja porque você vai precisar mexer com o trator ou para construir um dado em um outro andar (os dados são construídos em cima uns dos outros para demonstrar o andar). E esse é um ponto que vai gerar controvérsias entre os jogadores.
Alguns irão gostar desse detalhe, pois haverá uma interação entre os jogadores, mesmo que indireta, mas que impacta o jogo de cada um. Inclusive, com blocks que fazem com que um jogador perca sua ação de construção. Mas outros jogadores irão achar que esse detalhe na verdade deixa o jogo engessado e travado, dificultando a visualização da construção de seus dados, gerando pontuação negativa ao fim do jogo, uma vez que uma quantidade mínima de dados deve ser construída.
Tem um ponto que eu não curti muito no jogo e diz respeito ao tabuleiro. Eu achei ele muito poluído e até difícil de encontrar as ações e onde alocar. A arte do jogo é muito bonita, mas a forma que foi colocada as ações e os ícones dentro do tabuleiro, acabaram ‘sujando’ ele. Claro que depois de uma partida você vai saber onde cada ação está, mas acho que faltou uma pequena revisão para verificar esse ponto.
(o tabuleiro é bonito mas confuso no início)
Em resumo, gostei de Distrito 6. Ele não será um jogo leve para jogar em família, pelo menos na minha visão, mas pode ser um jogo mais pesado que roda em até 1 hora, o que é ótimo.
Os componentes do jogo estão muito bons, mostrando que cada vez mais as Editoras estão tomando cuidado nesse ponto.
Para quem curte jogos de alocação de dados, gerenciamento de recursos bem tenso, planejamento futuro com cumprimento de objetivos, onde há variáveis que fará você mudar o que vai executar naquele momento, Distrito 6 tem tudo para te agradar.
Obrigado por ficarem até aqui.
Beijos do Paladino
Fui.