Fala Meus Queridos.
PaladinoMonge na área.
Quando ouvimos falar de jogo de tabuleiro logo vem à mente jogos que vão precisar de uma mesa para pôr seus componentes. Afinal, estamos falando de tabuleiro né?
Jogos de tabuleiro precisam de espaço. De uma mesa para colocar seus componentes: tabuleiro, dados, cartas, miniaturas. Alguns vão necessitar de mais espaços do que outros é verdade. Tanto que tem muito jogo aqui na minha coleção que não consigo jogar com tudo que ele oferece em uma mesa normal.
Inclusive esse fator espaço x tamanho é avaliado por muitos jogadores: Será que esse jogo vai caber na mesa que eu tenho lá em casa?
Mas ei que surge um designer inspirado que pensou: Por que não posso fazer um jogo que não precisa de espaço? Um jogo que eu posso jogar com as minhas mãos? Um jogo que eu posso jogar em qualquer lugar literalmente?
E assim surgiu o jogo Palm Island, lançado no Brasil pela Papergames, que se compromete a ser isso: Um jogo altamente compacto que você pode levar e jogar em qualquer lugar, pois você joga na sua mão.
(o jogo é jogado realmente na sua mão)
Palm Island foi um dos poucos jogos lançados nesses últimos 4 anos que trouxe um ar de inovação no que já existe dentro dos boardgames.
Eu não estou falando aqui das mecânicas em si, mas da forma de se jogar. Você joga literalmente apenas com as suas mãos. Não precisa de mais nada. E isso é simplesmente genial.
Um dos pontos que sempre precisamos nos questionar ao comprar um jogo de tabuleiro é o espaço que ele precisa para ser jogado. Inclusive tem jogos que esse espaço físico pode ser um impedimento para determinados jogadores. Quer um exemplo?
Gloomhaven. Ele é um jogo que carece de espaço para jogar e para guardar. E isso é um limitador para muitas pessoas. Tanto que eu coloco como um ponto de atenção para todo mundo que me pergunta sobre o jogo. Ele é maravilhoso, mas sem espaço físico, ele vai se tornar um problema.
E eu poderia falar de muitos outros jogos que precisam de um espaço relativamente grande para ser jogado: Teotihuacan, tekhenu, Nemesis, Maracaibo, Anachrony. E Palm Island simplesmente fez isso inexistir. Simples assim.
(o jogo é baseado em cartas e você joga com 17 delas)
Como você joga com suas mãos, você pode jogar sentado no sofá. Em pé numa fila. No metrô. Numa lanchonete aguardando seu lanche. No banheiro... anh.... acho melhor não!
Ou seja, em praticamente qualquer lugar.
A caixa dele é pequena, do padrão pocket da Papergames, que cabe em qualquer bolso de calça ou numa bolsa e mochila.
Quanto aos componentes do jogo, as cartas tem uma ótima qualidade e aguenta um embaralhamento mais tranquilo sem precisar de sleeves. Na verdade, essa vai ser a primeira vez que vou falar algo que nunca pensei que iria falar: Não sleeve esse jogo. Sério. Colocar sleeves no jogo vai complicar a questão de segurar as cartas pois elas ficarão mais escorregadias. Como as cartas são de boa qualidade, basta tomar um cuidado na hora de embaralhar que tá sussa. Elas vão durar bastante. Até porque você embaralha apenas uma vez por partida.
(a carta que conta as rodadas do jogo)
Palm Island é um jogo de gerenciamento de recursos e transformação desses recursos em pontos de vitória. E olha, pense num gerenciamento em que as decisões do jogador são mega importantes. Como jogamos 8 rodadas, precisamos decidir o que fazer com as cartas que vão aparecendo.
Vamos guardar recursos para evoluir as cartas de recursos ou vamos tentar logo evoluir uma moradia ou templo que dão mais pontos? Qual das duas cartas eu vou utilizar no momento? Qual descartar?
E o bacana é que esses questionamentos são feitos durante toda a partida. O jogador precisa se planejar para o que quer fazer e executar de forma ótima esse planejamento para conseguir pontuar cada vez mais.
E tem um detalhe que achei muito legal no jogo.
Num primeiro momento você pode até pensar que bastaria gravar a ordem que saiu as cartas que pronto, desafio superado. Só que isso não é possível pelo simples fato de que a ordem das cartas muda constantemente. Logo, aquela carta que você pegou para evoluir e te dar 2 peixes ao invés de 1 e que era a quinta carta, agora pode ser a décima. Isso traz uma questão ao jogador de precisar se adequar ao que está acontecendo sem tirar do horizonte seus objetivos.
E já que toquei nessa questão de objetivos, esse é outro ponto que acho que o jogo acerta demais: As façanhas que o jogador pode fazer para desbloquear novas cartas. Isso por si só traz um refresco a como você vai jogar o jogo. Isso porque não será apenas um jogo para conseguir a maior pontuação possível. Na verdade, essa é apenas a primeira façanha.
(algumas das cartas de façanha e como conseguir)
As demais são bem distintas entre si, como por exemplo, ter todos os templos no nível 2. Ou todas as cartas de recurso no maior nível possível.
Esses objetivos de façanha moldam como será a partida. E como eles vão aumentando de dificuldade, faz com que o jogador jogue várias e várias vezes o jogo para conseguir liberar todas as cartas.
Palm Island também pode ser jogado de forma cooperativa e competitiva. E da mesma forma, somente com as mãos. Confesso que o competitivo eu achei bem mais interessante que o cooperativo, que se mostrou até fácil de ser vencido (e pra mim cooperativo tem que ser difícil). Mas o competitivo traz uma nova forma de se jogar Palm Island que é bastante divertida, ainda mais usando os aldeões. Vale a pena viu?
Um detalhe que me chamou a atenção é que, como a configuração inicial das cartas é igual nessa variante competitiva, um jogador pode acabar copiando o que o outro está fazendo, caso ele fique prestando muita atenção no que o seu adversário está fazendo. Eu vi isso acontecer. E não é legal. Claro que não é culpa do jogo, mas ele pode trazer essa tendencia.
Contudo, preciso ser bem sincero e dizer que Palm Island brilha na sua variante solo. Creio que para mim o jogo foi pensado assim e depois o designer acrescentou possibilidades. Mas tanto competitivo quanto cooperativo não tem o mesmo brilho que a versão solo tem, seja pelas cartas de façanha ou por sua portabilidade.
(essas cartas são apenas para o jogo competitivo)
Um ponto que vou colocar aqui é que o jogo precisa ser jogado com cuidado. Lembra que lá em cima eu disse para ter carinho com as cartas? Elas são de boa qualidade. E não precisa sleevar. Mas se não tomar cuidado, elas vão acabar estragando mais rapidamente. E cartas marcadas nesse jogo inviabiliza o seu gameplay.
Além disso, tem a questão de ficar segurando as cartas com mão e toda a rotação que fazemos com ela. Quem tem mãos pequenas, como as minhas, sofre um pouco. Nada que um pouco de prática não ajude, mas saiba que, sim, vai ter um pouco de dificuldade.
(quem tem a mão pequena vai sofrer segurando desse jeito. Use as duas mãos)
Palm Island é um jogo mega divertido que traz algo inovador para nosso hobby: Jogar em qualquer lugar apenas com as mãos. Um jogo que pode tomar o lugar do celular nos momentos de espera ou tédio, uma vez que seu setup é absurdamente rápido e sua portabilidade é praticamente igualável a um celular.
Um jogo que acredito tem todo o potencial para agradar a todo tipo de público de jogador: novatos e experientes.
Digo para você sem medo de errar: Palm Island vale a pena muito conhecer e ter na coleção.
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Até a próxima galera