rodrego::opiumseed::Punk (e outros subgêneros pós 77) depende de uma dicotomia entre main stream e undergound, a única coisa que vejo que se parece com uma cena underground de jogos de tabuleiro são os encontros e eventos para as pessoas jogarem protótipos. Entretanto, todo mundo que está DIY seus jogos tem como objetivo conseguir uma editora (gravadora) para tentar participar da cena main stream (a única que existe) nem que seja com uma pequena tiragem do seu EP (jogo).
O Punk só aconteceu por conta do Malcom McLarem que empacotou o Sex Pistols para o mercado de massas e fez God Save the Queen explodir. Talvez falte essa personagem mais do que um novo paradigma ou estilo. Alguém de olho no que tem de ousado e diferente circulando na vasta multidão de aspirantes a designer atrás de algo que possa ser empacotado para roubar o holofote dos medalhões.
Pensei no punk aqui mais como uma forma de voltar às origens: um repúdio aos excessos anteriores. Mas talvez a parte do faça-vc-mesmo seja a mais importante mesmo. Por esse lado, eu tendo a concordar que o melhor paralelo possível são os PnPs, ou ainda o Kickstarter de antigamente, que antes era uma forma de promover jogos independentes, e agora virou uma ferramenta de pré-venda poderosa da indústria.
O problema, para mim, é que eu não consigo identificar uma cena de print and play com essa pegada. Quando eu comecei no hobby, a Cheapass era famosa por isso, vendia jogo impresso em P/B (naipe fanzine) super barato, deixava arquivos a disposição e dependia de vc pegar componentes (tokens, dados etc) de outros jogos. Aí foram comprados pela Greater than Games e isso aí acabou. Testei alguns links que fui encontrando e esse acervo não está mais disponível na superfície da internet. VOCÊ TRAIU O MOVIMENTO PUNK, VÉIO! (DOLABELLA, Dado. Gordo a Go-Go. MTV, 2003)
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Hoje até a Asmodee tem uma seção print and play no site (
https://print-and-play.asmodee.fun/en) com um monte de coisa para quem curte DIY que é bem legal. Parece mais uma boa estratégia de degustação e envolvimento das pessoas com o hobby do que de fato um campo de experimentações. Um monte de editora faz isso, a gente é que não costuma dar bola.
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O designer mais punk que conheço é o André Teruya (tentei encontrar ele aqui na Ludopedia para marcar, mas ele deve ter algum nick esquisitão). Aquele jogo do Musashi que vc picota o papel do adversário é a única coisa que me ocorre que atende ao que buscamos aqui. Que outros projetos/designers se encaixam nisso?
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Punk rock died when the first kid said "Punk's not dead, punk's not dead"
Silver Jews - Tenesse