Algumas medidas são simplesmente inconcebíveis. Por exemplo 13,8 bilhões de anos, que é a idade estimada do Universo. A dimensão observável dele é de 93 bilhões de anos-luz, podendo ser talvez 250 vezes maior do que isso. E nem vamos falar que anos-luz é uma medida de distância e não de tempo. É nessa infinitude insondável que está Cosmos. Prepare-se para conhecer a história de Beta Eva, uma entre as 275 milhões de estrelas que nascem e morrem todos os dias.
Cosmos é um jogo
nacional do designer paulista
Diego de Morais publicado no brasil em 2021 pela Dijon Jogos após uma campanha de financiamento coletivo muito bem sucedida. Em Cosmos, 1 a 4 pessoas serão protoplanetas orbitando ao redor da fictícia e jovem Beta Eva, uma estrela muito parecida com o nosso sol. Durante os 90 minutos de partida, os jogadores terão 7 bilhões de anos, ou 7 rodadas se você preferir, para desenvolverem seus protoplanetas, absorvendo elementos, desenvolvendo suas atmosferas, ajustando suas orbitas e aumentando sua força gravitacional.
Visão geral do tabuleiro de Cosmos
O jogo faz uso de um simples e eficiente sistema de
construção de baralho já que ao adquirir uma carta, ela vai imediatamente para a mão do jogador e pode ser jogada logo na ação seguinte. O jogo conta também com
gestão de mão, pois após a carta ser baixada, ela permanece na mesa até que uma carta específica que permita recolher todas as cartas baixadas até então, dessa forma é necessário um bom planejamento para otimizar as ações e não ficar apenas com ações mais fracas disponíveis. Além disso é necessária uma boa
gestão de recursos já que eles são usados para adquirir novas cartas e fazer melhorias em seu tabuleiro individual.
Você precisa usar elementos para adquirir as cartas
Uma rodada pode ter quantidades diferentes de turnos já que conforme você aumenta a
rotação do seu protoplaneta, a quantidade de ações disponíveis para você também aumenta. Ao melhorar a
força gravitacional, você pode fazer ações mais fortes de certas cartas e também tem um alcance maior ao absorver elementos. Algumas cartas dão pontos ao serem baixadas, entretanto os pontos recebidos durante a partida podem ser desperdiçados caso você não tenha aprimorado sua
atmosfera, uma maneira muito interessante de “forçar o jogador” a priorizar alguns upgrades antes de outros.
Tabuleiro individual, representando cada protoplaneta com suas melhorias
Cosmos é o clássico
salada de pontos, havendo diversas formas de pontuar, seja durante a partida baixando certas cartas, ou ao final dela de acordo com as diversas melhorias realizadas e cartas adquiridas. O jogo termina após a 7ª rodada vencendo quem fizer mais pontos. Apesar de ser considerado um jogo médio para pesado, as regras são relativamente simples, com fases bem claras e distintas, inclusive com um lembrete muito bem vindo no tabuleiro individual. A maior dificuldade do jogo, na verdade, é decidir quais dos vários caminhos seguir já que dificilmente será possível fazer tudo.
O jogo tem o
tema bem amarrado a mecânica, nada exagerado mas funciona muito bem na proposta. O destaque para o trabalho sensacional de design, tanto dos tabuleiros individuais quanto do manual, muito bem estruturados, exemplo a ser seguido. Além disso é impossível não de citar a ousada e linda tonalidade escura do tabuleiro e das cartas. O preto utilizado remete à escuridão do espaço e, mesmo assim, as informações são claras com, no geral, um bom contraste. Única ressalva são as cartas que, por serem pretas, descascam com facilidade, problema comum de acontecer mas que é facilmente resolvido colocando-as em
sleeves. De qualquer forma, a qualidade dos componentes é excelente e arte do Tiago Souza combina perfeitamente com o jogo.
Alguns dos microrganismos de Cosmos
Cosmos
joga em dois muito bem, sendo necessárias poucas modificações na preparação, já que alguns espaços não são ativados e os jogadores precisam jogar com protoplanetas específicos. Esqueci de citar que há também uma leve assimetria nos planetas e, caso seja utilizado os microrganismos avançados, pode haver ainda mais diferenças. Dado que há vários baralhos diferentes e são usados apenas 4 por partida além dos vários microrganismos disponíveis, o jogo tem uma rejogabilidade bastante alta. Ao que tudo indica, teremos várias jogatinas empolgantes pela frente!
Esta análise foi publicada originalmente no site Joga em Dois. Siga-nos no Instagram para saber as novidades assim que forem publicadas!