rmxavier92::Eu particularmente penso que, além de tudo que já foi falado sobre a composição dos preços, existe um outro fator que impede que sejam menores: a Galápagos impõe o preço de revenda aos lojistas.
Aqui em Belo Horizonte, conversei com um vendedor e ele disse que não consegue vender a preços menores, porque a Galápagos simplesmente obriga que o jogo seja vendido ao preço mínimo que ela determina.
Mago do Caos:: Eu não disse que as editoras não têm culpa nenhuma. Eu disse que elas estão lá no final da fila dos responsáveis pelos preços praticados aqui. E é bem fácil perceber isso observando tudo o que já vem sendo discutido exaustivamente: o valor dos jogos estão altos globalmente, temos muita burocracia na importação, os impostos são pesados, os fretes internacionais (containers) aumentaram de forma exorbitantemente furiosa, a nossa moeda foi a que mais desvalorizou no mundo, etc. Qual é a culpa das editoras em todos esse tópicos? Zero! Qualquer tentativa de conversão simples, tomando os valores dos jogos lá fora como referência e incluindo todos esses detalhes, você não vai chegar muito longe dos preços que os jogos chegam aqui.
Não tô querendo dizer que editora é santa e nem passar pano, só tô tentando ser justo.
Pelo menos sobre preços, pois questões de problemas de produção, pós-venda, etc, é outro papo!
Caros Mago do Caos e Rmxavier92
Mago do Caos meu camarada, eu não disse, de modo algum que você era um "passador de pano", ou que tivesse dito que as editoras são santas, e se foi isso que você entendeu, com certeza não foi a minha intenção. Por outro lado, você disse realmente que as editoras eram as menos culpadas pela questão dos preços, com o que, eu não concordo. Para justificar o meu ponto de vista eu citei alguns casos emblemáticos.
Como pode não ser culpa da editora, quando ela relança o Stone Age, com base no preço do mercado de usados, altamente inflacionado pela escassez apenas?
Como pode não ser culpa da editora, quando ela abre a pré-venda do Red Cathedral, e depois de vários adiamentos, e às vésperas da entrega do jogo, a empresa cancela a pré-venda, para vender o jogo mais caro?
Como pode não ser culpa das editoras, quando elas nunca falam nem se preocupam, com redução de preços dos jogos, e com formas alternativas de barateamento, e só vem a público nas lives, para justificar os preços cada vez mais altos?
Como pode não ser culpa da editora, no caso da Galápagos, quando, segundo o relato do Rmxavier92, a empresa impõem aos lojistas um limite de preço mínimo, inviabilizando uma eventual concorrência que poderia baixar o preço dos jogos?
Evidentemente, as editoras nacionais de board games não são a "epítome da malignidade", mas apenas empresas, às quais, inclusive nós todos devemos ser gratos, em certa medida, por elas produzirem algo que todos nós gostamos, que são os jogos, em um mercado tão difícil e volátil. Mas também não se pode esquecer, que isso não é nenhum favor que as editoras nos fazem, porque os jogos que elas produzem são vendidos a um preço bastante elevado e que encarece cada vez mais, muito por culpa dessas mesmas empresas. Como os board games são diversão, é muito fácil esquecer que eles também são negócios como outro qualquer. Nesse aspecto, as editoras têm todo o direito de cobrarem o que achar que devem pelos seus produtos, de só se preocuparem em trazer para o Brasil e promover jogos de USD 90, de não se preocuparem absolutamente nada em popularizar o hobby, e de nem sequer pensarem em formas de baixar os preços tornando os jogos mais acessíveis. E é exatamente assim que as grandes editoras nacionais de board games fazem, com exceção talvez da Paper Games, que têm investido em jogos baratos. Esse tipo de postura é plenamente possível, mas ela têm um custo, que é justamente as editoras serem consideradas pelo publico, em boa parte culpadas pelos altos preços atuais dos jogo de tabuleiro.
Então vocês vejam que a questão do preços altos dos board games lançados nacionalmente, vai muito além de uma mera conversão do seu preço em dólar, no mercado exterior. Claro que as editoras não podem ser responsabilizadas pelo preço alto original do jogo, mas se elas só se esforçam em trazer jogos que já são naturalmente caros, se elas só se esforçam para promover esse jogos, e ainda cobram bem caro pelos eventuais jogos originalmente baratos, então obviamente isso é culpa das editoras nacionais sim, e disso não há como fugir. Pelo menos é como eu penso.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio