Guilherme.felga::O pessoal tem que entender que ter um hobby é um privilégio. Este hobby, em particular, um privilégio muito caro. Não é acessível, só vai piorar e não adianta ficar reclamando porque isso não é só no Brasil, mas no mundo todo.
O que temos a fazer é votar melhor e cobrar dos nossos representantes políticas econômicas sensatas, responsáveis e que não façam nosso dinheiro perder tanto poder de compra.
Por enquanto, para quem quiser jogar, restam algumas opções: ganhar mais dinheiro de alguma forma, juntar dinheiro para comprar, cotizar com o grupo, comprar jogos mais baratos e/ou usados ou procurar outro hobby.
É muito duro, mas é real. Post na Ludopedia é a nota de repúdio gamer, exatamente com o mesmo efeito prático daquelas emitidas por políticos e autoridades públicas.
Hisiru:: Acho que o preço veio dentro do possível levando em consideração o preço lá fora que já é alto. Eu é que infelizmente não tenho condições de pagar isso nesse jogo, e tá tudo bem. Já tenho jogo pra caramba e tem outras opções no mercado. Vida que segue.
vanderlei52:: Olá,
Obviamente esse tópico não vai mudar muita coisa no mercado, mas acho justo reclamar do preços. Simplesmente falar que é assim mesmo, veio dentro do esperado e que compra quem quer é muita passividade para a situação. Mesmo jogos que são um “punhado de cartas”, com impressão no Brasil subiram muita mais que qualquer medida de inflação. Parte dos custos tem que ser medidos em Reais e pensados para a realidade brasileira. Por exemplo a pessoa que traduz, divulgação e distribuição não é pago em dólar. E outra, se o jogo todo é importado não seria bom estar pensando em uma produção nacional? Enfim, também não tenho a resposta, da minha parte compro cada vez menos jogos novos. Já jogo pouco os que tenho.
Abraço, Vanderlei
railsonga04:: O fato é que a editora está acompanhando esse burburinho, enquanto tiver gente defendendo esse valor ou pior falando que ta barato e que deveria vir mais caro, os valores nunca vão baixar.
E a experiência nos mostra, se sobrar vai baixar o valor e pronto. O mercado vai se regulando a partir do consumo, temos ótimos exemplos de jogos lançados por X e que depois foi virando X/2, X/3.
Caros Guilherme.Felga, Hisiru, Vanderlei52 e Railsonga04
Eu acho que vocês estão corretos, no sentido de que há pouco que se possa fazer, pelo menos individualmente, em relação a atual política de preços das editoras nacionais de board games, a não ser comentar nos tópicos do Ludpedia. Mas pelo menos já é alguma coisa, que é bem melhor que não fazer nada e se conformar. Minha esperança é que quanto mais nós conversarmos a respeito de preços, cada vez mais pessoas vão começar a pelo menos parar para pensar se aquele jogo tão hypado vale mesmo aquele preço de lançamento. Infelizmente nós brasileiros que somos tão gregários e festivos, também temos muita de dificuldade de articulação e mobilização na defesa de direitos e na luta por uma realidade melhor. Nós passamos a vida reclamando dos nosso políticos, mas, miraculosamente, salvo um ou outro, quase sempre são os mesmo políticos que são eleitos a cada quatro anos.
Por isso, para as pessoas que querem continuar no hobby, e atualizar suas coleções de vez em quando, eu só vejo duas saídas. A primeira, conforme vocês já disseram, é não se render ao hype e realmente só comprar os jogos que forem essenciais, mesmo que isso implique em juntar dinheiro o ano todo para só comprar um ou dois jogos mais complexos. A segunda saída é segurar a ansiedade, combater o FOMO, e esperar o tempo passar para ver se o preço baixa, ou se aparece alguma promoção de Black Friday. É claro que aqui se corre o risco de se ficar sem o jogo, caso ele se esgote antes do preço baixar, por esse motivo essa é uma escolha que tem de ser muito bem sopesada. Dando um exemplo pessoal, eu estava interessado no "Blackout:Hong Kong", mas mesmo sendo "um Pfister", eu achava o preço cobrado, no ano passado (mais de R$ 400,00) completamente fora da realidade. Eu fu acompanhando o desempenho do jogo, e percebi que ele não estava vendendo o esperado. No final de 2021, não deu outra, porque com a proximidade da Black Friday, eu consegui comprar o jogo, em uma promoção por algo em torno de R$ 100,00, ou seja, quatro vezes menos, do que o preço na loja. E isso não foi nem alguma coisa de ocasião, porque hoje mesmo já se encontra esse jogo muito mais em conta do que ele estava custando até outubro/2021.
Além disso, também existem diversos outros jogos excelentes, muitos deles até bem premiados internacionalmente, que não custam R$ 500,00, e que também divertem para caramba. Infelizmente, os recém chegados ao hobby nem sempre têm essa informação e se tornam presa fácil dos preços altos, muito incentivados pelo hype e pelo FOMO. Por outro lado, não dá para imaginar que o Gloomhaven ou o Clash of Cultures vão custar R$ 200,00, porque isso não vai acontecer e é até fugir da realidade. Mas se o seu objetivo são esses jogos mais caros, então o jeito mesmo é deixar de comprar outros, lançamentos guardar dinheiro, quem sabe até vender outros jogos, e fazer dessa a sua compra do ano.
Infelizmente não é muito, mas é o que dá para fazer, pelo menos enquanto o mercado nacional de board games estiver nessa situação em que hoje se encontra.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio