Como muito bem lembrando pelo "tiofe", quando o Mestre Reiner Knizia diz que "a meta é que é importante" (minha tradução), o caminho, o objetivo, o sentido, o fim.
Jogo pelo jogo.
Jogo pela diversão.
Jogo pela companhia.
Jogo para sair do dia a dia monótono (produzir, produzir, produzir e nunca colocar os barris no navio?!?!).
Não só os jogos de tabuleiro (ou de cartas, ou de papel, ou de videogame...). Jogo porque quero me divertir. Jogo porque descobri que não tenho como bancar diversão de boa qualidade para todos lá de casa em 100% do tempo sem os nossos jogos.
Gosto de jogar.
Simples assim.
Jogamos muito aqui em casa e, invariavelmente, somos em 4: eu, minha mulher, meu filho de 17 anos e o outro que tem 6·
Sempre que podemos, aproveitamos a oportunidade para passar "valores" durante a partida. Pontuando alguns detalhes, algum feito importante, dando crédito a uma boa jogada (ou a uma boa zoada, com nos "Munchkins").
Mas o fiel da balança está sempre lá. Sempre nos testando.
Ninguém anda 100% na linha, mas não custa nada tentar passar valores, lembrar obrigações, estreitar os laços de amizade (naquela jogada fatal, onde a gente impõe a derrota total ao outro).
A gente não faz maquiagem nas regras para o menor poder jogar.
Ele joga se quiser. E sempre que convidado, joga. Não se sente intimidado, acuado, etc.
A gente não costuma dar mole. Mas ser pai é complicado, viu... Às vezes, o coração fica dividido...
A mulher reclama (mas de vez em quando também faz), o mais velho fica chateado (mas também faz, também dá um mole pro irmão ganhar...).
No geral, lá é assim: jogou bem? Ganhou. Não jogou bem? Jogou.
Mas tem criança na parada... Então tem o lado do alfa (criança, menino, é querer ser alfa 100% do tempo).
Como alguns colegas bem lembraram também, ninguém gosta de perder.
Não está em nossa natureza o gostar de perder.
Meu filho mais velho ainda não se tocou que, ao comemorar uma vitória, às vezes, ele fere o orgulho do mais novo. A gente conversa, brinca, briga, e pasmem!, às vezes o contrário também rola (especialmente numa partida de Loot Letter, em que o menor já aprendeu a contar cartas e passa a perna em todo mundo...).
Aprendi a perder com eles.
Aprendi a cativar alguns jogos com eles.
Ao mais novo, sempre damos o simples toque: isso não... Se não conseguiu por mérito, a vitória não tem valor!
Ao mais velho, um simples: Putz, para! Você quer o quê, fazendo isto?!?!
Tenho 44 anos (45 este ano).
Jogo desde sempre.
Enfim, este assunto é delicado.
Escrevi um monte de baboseiras pra dizer que o que vai ditar a regra capital é o momento, e que o fiel da balança é o grupo. Não se deve julgar sozinho.
Ser ético sempre (nunca, nunca vi ninguém roubando no Loot Letter lá em casa!).
Ser complacente, às vezes (putz, dá uma chance pra alguém ganhar também!!!).
Quando se tem um grupo bom, quando se consegue um grupo bom pra se jogar, ele deve ser cativado. Deve ser incentivado.
O jogo é importante.
Estar junto também.
Aproveito para colocar uma foto das nossas Regras de Convivência (especialmente para quem vem de fora):
