Review: As Ruínas Perdidas de Arnak
por Marcelo Cardoso
Designers: Elwen, Mín .. Artista: Jiří Kůs, Ondřej Hrdina .. Estilo: Estratégico .. Tema: Aventura/Exploração
Ano de lançamento: 2020 (2021 BR) .. Editoras: Devir Jogos/ Rebel Sp. z o.o. .. Dependência de idioma: Mediana
Idade recomendada: 12+ .. Duração: 60 a 90 minutos .. Nº Jogadores: 1 a 4 .. Nível de Regras: Médio
Mecânicas: Construção de Baralhos, Alocação de Trabalhadores
O que é?
"Explore uma ilha desconhecida. Colete tesouros perdidos. Derrote guardiões lendários. Aventure-se em Arnak!".
Vencedor do prêmio "2020 Golden Geek Medium Game of the Year Winner', entregue pelo site Board Game Geek, As Ruínas Perdidas de Arnak é um jogo de exploração que mistura estratégia e aventura com mecânicas de alocação de trabalhadores e construção de baralhos, para 1 a 4 jogadores, com dificuldade média e duração de 60 a 90 minutos, dos designers Mín & Elwen, publicado em 2020 e lançado no Brasil pela Devir Jogos em Setembro de 2021.
Preparação (Setup) para 2 jogadores
Como joga?
A ideia desse tópico não é explicar as regras detalhadas, mas sim dar uma ideia geral de como o jogo funciona, ilustrando seus principais pontos, de forma resumida.
O jogo transcorre em 5 rodadas, em que os jogadores realizam ações de forma alternada até que todos tenham passado, iniciando uma nova rodada. Ao final da rodada 5, o jogador que somou mais pontos de vitória recebe o título de o maior explorador da ilha de Arnak!
..Setup: Os jogadores começam o jogo com 4 cartas básicas da sua cor (todas iguais) + 2 cartas de medo, que são embaralhadas para formar o deck (baralho) de jogo. Cada jogador saca 5 dessas cartas para formar a sua mão inicial. Além disso, cada jogador tem à sua disposição 2 meeples (exploradores) para alocar no tabuleiro a cada rodada, e duas peças (lupa e diário) que devem ser colocadas na posição inicial da trilha de investigação. As pilhas de Locais (I e II), Guardiões, Ajudantes, Artefatos e Itens, devem ser embaralhados e posicionados em seus respectivos lugares no tabuleiro. O cajado lunar (marcador de rodada) inicia na posição 1 com uma carta de Artefato aberta à sua esquerda e 5 cartas de Itens à sua direita (essa é a fileira de cartas inicialmente disponíveis para compra). Os ídolos (marcadores de bônus de exploração) são embaralhados e distribuídos aleatoriamente no tabuleiro da ilha. Tiles (marcadores de bônus) são posicionados na trilha de investigação e de Templo de acordo com o lado escolhido do tabuleiro e o número de jogadores. Os recursos são colocados ao alcance de todos. O marcador de Jogador Inicial é entregue a um dos participantes. Todos recebem recursos (moedas ou bússolas) de acordo com a ordem de jogo. E a partida já pode começar!
..Cartas: Além das cartas básicas iniciais, há dois tipos de cartas: Artefatos (custo em bússolas, com efeito imediato, entram na área de jogo/descarte do jogador que a comprou e tem um custo de reativação), e Itens (custo em moedas, tem efeito sempre que são baixadas da mão para o jogo, entram no fundo do deck de jogo do jogador que a comprou, sem custo de reativação). Além do custo de compra, as cartas possuem uma descrição da sua habilidade, um símbolo do tipo de transporte que ela fornece, e o valor de pontos de vitória que elas valem no final do jogo. Os tipos de transporte são: bota, carro, barco e avião. Ao viajar pela ilha, o jogador deve utilizar uma ou mais cartas para pagar o custo impresso no local de destino. Cartas de medo só servem para pagar custo de viagens "a pé" (bota) e cada uma vale -1 ponto de vitória no final. Algumas habilidades possuem o símbolo de um "raio", que indica que a sua utilização é livre e não conta para o limite de uma ação por turno. Ajudantes, Guardiões e alguns locais do tabuleiro também podem fornecer essas ações livres.

Cartas do jogo (mão do jogador)
..Ações: Na sua vez o jogador deve fazer uma, e somente uma, dessas ações por turno:
_ Escavar um Local: o jogador aloca um dos seus 2 Exploradores num Local não ocupado da praia ou já descoberto da ilha, pagando os seus custos e recebendo os recursos do Local.
_ Descobrir um novo Local: pagando um custo de 3 a 6 bússolas e mais o custo de transporte, um jogador aloca um dos seus 2 Exploradores, recolhendo uma ou duas fichas de bônus (ídolo, que vale 3 pontos no final) para o seu tabuleiro individual, revelando um novo Local para alocação e um Guardião.
_ Vencer um Guardião: Pagando os recursos necessários ele se torna seu aliado, fornecendo um bônus de uso único e 5 pontos de vitória no final.
_ Comprar uma carta: O jogador compra uma das 6 cartas disponíveis, pagando o seu custo.
_ Jogar uma carta: O jogador baixa uma carta da sua mão para o jogo, aplicando o seu efeito.
_ Investigar: Avance sua lupa ou diário na trilha de investigação pagando os devidos custos (investigar com a lupa sempre deve seguir à frente de anotar no diário). Em alguns pontos são coletados Ajudantes ao tabuleiro individual, que fornecem ações extras para o jogador. Chegar ao topo da trilha (Templo) possibilita comprar fichas de bônus.
_ Passar a vez: Se o jogador não tem mais ações a realizar ele deve passar a vez e aguardar que todos os demais terminem suas jogadas para que uma nova rodada tenha início. Nesse momento todos recolhem seus dois Exploradores (se um deles estiver abandonando um Local com um Guardião não derrotado, deverá acrescentar uma nova carta de medo à sua área de jogo), embaralham as cartas do "descarte" posicionando-as no fundo do seu deck de jogo, compram 5 novas cartas do topo para a sua mão e recuperam os seus Ajudantes utilizados (se houver). A seguir, o cajado lunar avança para a próxima rodada, eliminando as duas cartas que estavam adjacentes a ela, e completando a fileira de acordo com a ordem (Artefatos à esquerda do cajado lunar e Itens à direita).
..Pontuação: Ao final da rodada 5, os jogadores irão somar os seus pontos (ídolos e espaços vagos no tabuleiro individual + Guardiões conquistados + posição da lupa e do diário na trilha de investigação + fichas de bônus de Templo + pontuação positiva nas cartas de Artefatos e Itens compradas durante o jogo - pontuação negativa nas cartas de medo coletadas durante o jogo) e determinar o grande vencedor! Desempates são a favor de quem chegou primeiro no topo da trilha de investigação ou o que terminar mais à frente nesta trilha.
Tabuleiro (jogo em andamento)
É bom?
Após jogar algumas partidas virtuais, em até 3 jogadores, via BGA (site Board Game Arena) e gostar bastante, enfim consegui adquirir a minha tão esperada cópia física do jogo. Tabuleiro no centro da mesa, regras aprendidas e iniciamos uma jogatina em 2 jogadores. Mais tarde, experimentei também o modo solo. E já adianto que me diverti bastante em ambos os casos.
Como líderes de uma expedição em Arnak, os jogadores irão caçar relíquias e criaturas míticas em locais inexplorados dessa exótica ilha.
Reforçando a ideia do meu texto de "primeiras impressões", que também está disponível aqui no canal, o tema de aventura é bem presente no jogo e realmente nos sentimos desbravando uma nova terra, repleta de segredos. A mistura de construção de baralho e alocação de trabalhadores com uma trilha de corrida por pontos traz uma sensação de urgência constante, e de que sempre há mais coisas a fazer do que ações disponíveis.
Jogar a versão física com os belos componentes, que incluem recursos personalizados, e tabuleiros e cartas com uma arte incrível, aumenta bastante a imersão.
As partidas tiveram sempre pontuações muito próximas e, apesar de, a princípio, parecer que a trilha de investigação é a mais essencial, existem outros caminhos para a vitória, o que incentiva a rejogabilidade.
O "lado B" do tabuleiro aumenta os custos para avançar na trilha de investigação e chegar até o Templo, deixando a experiência um pouco mais difícil, além de trazer um novo método de escolha dos Ajudantes.
O modo solo é muito bom e desafiador, com um inteligente sistema de cartas de ação para o "Rival" e dificuldade ajustável. Testei esse modo nas dificuldades 0 e 3 (de 6), e não venci em nenhuma (rs). Acredito que ele exige maior concentração e menos erros, mas me diverti bastante com ele, mesmo perdendo no final. É sem dúvida uma ótima opção para jogadores solitários.
Colocar as novas cartas de Item no fundo do baralho ao invés de no "descarte" é um diferencial na mecânica de deck building que compensa um pouco a baixa quantidade de rodadas para usá-las (apenas 5!). Os Artefatos são ativados já no momento da compra e tem um custo para reativar, o que traz outra novidade interessante.
As batalhas contra os guardiões poderiam ser mais empolgantes e gerar melhores recompensas, mas funcionam bem dentro do jogo, inclusive amarradas às mecânicas de medo.
A grande variedade no Setup, que torna cada partida diferente, as muitas possibilidades de combos e a incerteza sobre quem está à frente na pontuação garantem a emoção até o final e alimentam aquela vontade de jogar mais.
Componentes do jogo (belíssimos!)
A produção da versão nacional está excelente, acompanhando a qualidade do original, e o manual é muito bem ilustrado e claro na explicação das regras.
Para quem é indicado: Apesar de ter regras simples, a quantidade de opções de ação e possibilidade de combos e estratégias pode ser complexo demais para jogadores iniciantes. Porém, com um pouco de dedicação e algum conhecimento prévio de jogos com mecânicas de construção de baralho e alocação de trabalhadores, há uma grande chance de As Ruínas Perdidas de Arnak figurar entre os jogos preferidos do seu grupo durante um bom tempo!
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Observação: Os suportes para cartas e as bandejas de couro para acomodar as peças não vem inclusas no jogo.