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Autora: B. Côrtes

Seize the Bean é o jogo mais saboroso que conheci nos últimos tempos.
Basicamente se trata de abrir um café num bairro específico de Berlim (dentre opções) e lidar com públicos possíveis, que correspondem à investigação de perfis que, na vida real, frequentam esses bairros. É um convite a conhecer a cidade por meio de seus cafés, uma verdadeira viagem!
Lida com estereótipos, com toda a certeza – como toda representação externa. Problemáticos? Não achei (ainda, pelo menos).
Vi muito cuidado com todo tipo de representação (de “Hipsters” a “Rebeldes”, passando, é claro, por “Turistas”), e eu acho que devo estar entre as 10 pessoas mais chatas do hobby todo quanto a isso – confere, produção?
Mas, é claro, posso estar cega de paixão pelo jogão que SB se mostrou – aí, assumo o risco! ^^'
Acho que eu nunca vi um título combinar tudo tão bem: mecanismos, variantes, rejogabilidade, balanceamento, estudo/abordagem/aplicação de tema, arte, caixa, componentes, tempo de jogo. Eu tô chocada.
É tão completo quanto uma dose precisa de café. Completo até no fato de que, mesmo assim, vai bem com um docinho acompanhando, e deixa um gostinho de quero-mais.

Comecei a 1a partida subestimando a experiência, que com o andamento se revelou bastante estratégica na boa e velha construção de maquininhas e decks, e terminei apaixonada pelos toques de originalidade do jogo, já querendo testar pelo menos outros 6 caminhos possíveis que ele oferece (isso no modo básico, usando apenas parte dos decks que vêm na caixa!). É claro que já imaginei possíveis expansões pra essa delícia!
Acessível e denso, ao mesmo tempo. Novamente, como o café ♥
Como se não bastasse isso tudo, é um prato cheio para a minha gula, antropóloga que sou, por pequenas curiosidades sobre bairros, circuitos de consumo, nichos culturais, percepções estereotípicas de grupos citadinos…

Pretendo me esbaldar sempre que tiver tempo pra mais uma dose.
Jogo de Kickstarter*, junto ao estúdio @_qualitybeast, é o meu novo queridinho e eu tiro o meu chapéu pra editora brasileira que enxergar primeiro o potencial dessa belezura. Me avisem!
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