
Estou escrevendo esse texto extra para falar um pouco do novo jogo que a Funbox está trazendo, o Apagão: Ruas de Fúria. Eu tive a oportunidade de jogá-lo com o criador do jogo (Gustavo Barreto) ontem, e como o jogo acabou de ser colocado à venda, achei que seria interessante escrever um pouco sobre ele.
Em Apagão, jogo baseado nos quadrinhos de mesmo nome, você é o líder de uma gangue em uma São Paulo tomada por um apagão. Você deve batalhar (ou melhor dizendo, tretar, cair na porrada) com as outras gangues para conseguir recursos.

Você pode escolher entre um time de roller derby (esporte que eu nem sabia que existia), um grupo feminista radical, uma gangue chavosa (sim, é essa a palavra que eles usam no manual), um grupo de street art, um grupo que quer criar uma ditadura e uns fanáticos religiosos (estou resumindo muito, por favor autor de Apagão, não venha me bater), sendo que você precisa interpretar a gangue escolhida em determinadas situações.

(as gangues do apagão)
Eu não vou explicar as regras aqui (o manual já está disponível e provavelmente várias pessoas muito melhores nisso que eu o farão), mas relatarei a minha experiência jogando. O jogo começou e nós logo escolhemos as nossas gangues. Entraram em jogo os autoritários, os chavosos, as feministas, o pessoal da street art e os fanáticos religiosos (eu).
Nós começamos colocando algumas cartas na nossa frente para pontuar e logo partiram para a porrada por causa de uma bateria, se não me falha a memória. Eu perdi miseravelmente, uma vez que eu não tinha entendido direito como o combate funcionava e fui para o quebra-pau desarmado.
Outra vez foram três pessoas competindo por uma lata de goiabada, e eu resolvi fugir (minha mão estava péssima).
A única vez que eu consegui me dar bem foi quando o autor tentou roubar uma bateria e eu consegui bloquear cinco cartas seguidas dele (o que aparentemente é meio difícil de acontecer). Eu não ganhei nada, mas também não perdi.
Eu já contei a melhor parte do jogo ? Eu tinha comentado sobre a interpretação das gangues, e isso é algo que torna o jogo muito diferente de outros. Na hora de tentar jantar alguém na porrada, você deve interpretar um membro da sua gangue e tentar ameaçar o seu adversário. Ele, por sua vez, pode fugir ou chamar te chamar para a briga.
Existem algumas cartas com respostas já prontas, mas não fica tão engraçado como criar as suas próprias. Nós caímos na gargalhada com alguém falando que ia me crucificar e eu tentando falar em línguas (ashabalabala !)
O jogo possui também uma regra semelhante a do truco, onde você aumenta o valor ganho em uma treta. Para isso, você deve ameaçar o seu adversário de pixo (ou morte em casos extremos). O autor estava contando de uma partida que ele jogou onde o pixo seria pintar a face do adversário com tinta facial, o que gerava uma tensão muito maior durante as tretas.

(alguns dos componentes do jogo)
No geral o jogo é muito divertido, funciona bem e é simples de entender depois da primeira rodada. Eu acabei tendo mãos muito ruins, mas acho que perdi pois tentei seguir o caminho da paz, sem interferir na vida de ninguém. Aparentemente o melhor é sucumbir à selvageria que o apagão trouxe e tretar com o máximo de gente possível.
Esse é um jogo que eu recomendaria para a família ? Depende, obviamente ele não funcionaria com crianças ( a idade recomendada é de 14 anos), mas eu também não consigo me imaginar dizendo para a minha avó que eu vou transformá-la num saco de pancadas. Creio que ele funcione bem com uma faixa etária média, nem muito nova nem muito velha.
Obviamente os jogadores devem ter alguma maturidade para distinguir as ofensas do jogo com ofensas reais (todos estão só representando papéis, sem transparecer opiniões ou coisas do tipo). Dessa forma todos podem desfrutar de um jogo muito agradável banhado a sangue, violência e muitas, mas muitas risadas !

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Imagens:
https://cornershopapp.com/pt-br/products/178g5-xavante-goiabada-600g
https://www.magazineluiza.com.br/oculos-de-sol-juliet-accessori/p/jkk2baca61/md/ocus/

