iuribuscacio::Seeker::iuribuscacio::
(...) Ao invés de somente xingar e vilipendiar as pessoas, com argumentos rasos do tipo: “a culpa é só desses riquinhos que atrapalham tudo”, “ah, o mercado é assim e nada vai mudar então e melhor se conformar”, e coisa e tal, eu prefiro propor o questionamento e levar as pessoas, que assim quiserem a uma reflexão sobre o tema. (...)
Por isso que falei, logo no inicio da primeira mensagem: "sou recente no hobby, ainda nao tenho propriedade para argumentar com seguranca por aqui". Me manterei assim quieto, sem opinar mesmo, pois acabo as vezes sendo muito mal interpretado e a hostilidade de alguns acaba nao valendo a pena. Vejo muitas vezes uma hostilidade aos novatos (sim nos nao sabemos NADA) desnecessaria e ate infantil(nao eh esse caso por favor rs!). Uma pena pois a ideia do forum eh justamente promover o debate entre iniciantes e experientes tambem. Mas os iniciantes acabam sendo acuados severamente pela soberba de alguns poucos veteranos.
E na verdade nao xinguei ninguem, soh me defendi de xingamentos.
De qualquer forma obrigado pelas dicas... Bom saber que ha caminhos!!! E novas esperancas
Caro Seeker
Eu peço que você não tome o meu comentário como algo pessoal, contra si, ou como se eu estivesse te mandando um recado. Muito pelo contrário, de forma alguma foi essa a minha intenção. O que eu disse em relação ao “xingamento” foi porque, de uma forma geral, as pessoas tratam o board game, como se ele tivesse uma importância muito maior do que ele na realidade tem.
Isso aqui é um hobby, um passamento, que tem, ou pelo menos deveria ter, a mesma profundidade do tricô, das palavras cruzadas, da montagem de quebra-cabeças, e qualquer outra coisa que as pessoas façam para se distrair. Por isso, o board game tem de ser antes de qualquer coisa, algo divertido, que agrade a todos, mas acima de tudo uma coisa saudável. O mesmo se aplica às discussões a respeito dos jogos. Infelizmente, o que mais se vê por aqui são as pessoas se maltratarem, se ofenderem mutuamente, faltarem com o respeito e a cortesia, para com seu semelhante, entre outras coisas muito tristes e feias. A comunidade boardgamer tem o péssimo hábito de levar tudo a ferro e fogo, e a defender seus pontos de vista como se sua vida dependesse disso, e é muito comum ver as pessoas passando do ponto, as vezes por demais. Quando alguém fala que não gostou do jogo preferido de outra pessoa, algumas delas reagem como se tivessem xingado a mãe.
Foi em relação a esses casos que eu falei em “xingamento”, e definitivamente não vi nada disso, naquilo que você escreveu. Portanto, se você enxergou alguma indireta no recorte que você fez daquilo que eu disse, eu lhe asseguro que definitivamente não foi esse o caso. Possivelmente alguém pode ter ficado ofendido quando você falou em comportamento patológico de consumo, mas eu não me senti nem um pouco afetado por isso, e acho até que você tem alguma razão nesse particular.
Não obstante, eu concordo totalmente quando você fala na intolerância do pessoal das antigas, antes da fundação da Galápagos, quando jogos de tabuleiro modernos em português, lançamentos nacionais e mercado brasileiro de board games ainda eram um sonho distante. Parte dessa rapaziada “old scholl”, não são todos evidentemente, tende a achar que se você não começou a jogar antes de 2010, se você nunca foi à Essen ou à Gen Con, se você não tem 5 estantes abarrotadas de jogos, no melhor estilo cenário de canal de BG do Youtube, e se você não conhece e já jogou todos os jogos de Lacerda, Rosenberg, Kramer, Kiesling, Vlaada, Lang, Knizia, Feld, Stegmeier, Bauza, Cathala, Fister e companhia, então você não sabe nada, e nem vale a pena te escutar.
Isso para mim é uma bobagem sem tamanho, até porque, Abu Ali Haçane (Alhazém) já ensinava mil anos atrás na antiga Pérsia, e Descartes muitos séculos depois, que uma ideia ou argumento deve se sustentar pelos seus próprios fundamentos e não por uma suposta autoridade da pessoa que proferiu essa ideia ou argumento. Por isso, tenha você começado a jogar board games, com a cópia alemã do Catan em 1995, ou tenha você entrado para o hobby no mês passado, o que vale é o peso da sua ideia e da sua contribuição e não o seu background. Claro que uma pessoa com mais experiência no hobby, certamente possui mais elementos, para eventualmente fundamentar melhor, e com mais propriedade, um determinado entendimento, do que um recém chegado. Mas isso, por si só, não garante de forma alguma, que o ponto de vista de alguém mais experiente esteja necessariamente correto, e nem que o ponto de vista de alguém menos experiente esteja necessariamente errado.
Outra coisa que é de uma arrogância e uma estupidez sem limites, e que também é muito comum no meio do board game é a falácia de que quem gosta de euros super pesados e mais complexos é mais inteligente do que aqueles que preferem jogos família ou festivos. Se alguém disser que não gosta do Twilight Imperium IV, e que acha o jogo chato, ele é imediatamente tachado como intelectualmente limitado, por alguns boardgamers, mesmo que o camarada seja formado pela MIT, com mestrado na LMU de Munique e doutorado em Harvard, tenha tabalhado na NASA, e fale seis idiomas fluentemente. Só que como ele não gosta do TI4, então não deve ser muito inteligente. O absurdo de um pensamento como esse dispensa qualquer comentário.
O mais legal de tudo, quando eu vejo esses arroubos de arrogância é lembrar que o Tom Vassel, por quem diversos “sommeliers de board game” ficam babando, é um cara que saca horrores de jogos modernos e, no entanto, conforme reza a lenda, adora King of Tokyo, um jogo família, como muita rolagem de dado, muita interação, muita palhaçada, uma enorme dependência de sorte, e quase nenhuma estratégia.
Por fim, meu camarada Seeker, não se acanhe em dizer o que você pensa, e principalmente contribuir com qualquer debate aqui no Ludopedia, independente do seu pouco tempo de board game, porque se a pessoa com quem você estiver debatendo valer a pena, certamente ela saberá te ouvir e te tratar com todo o respeito, que não apenas você, mas todos aqui merecem.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio
Entendi Iuri, eu peco desculpas pela minha confusao. Eu que interpretei errado.
Agradeco de coracao todo tempo disposto no ocorrido. Tomou proporcoes que nao queria.
No mais, acho que eu nao sou o publico alvo daqui.
Nao tenho mais esse lado emocional de debates de quando era jovem(inclusive o coracao nao me permite mais, ao menos foi o que o medico falou heheh)
As geracoes estao mudadas de fato. Na minha epoca de desenvolvimento pessoal de adolescente, soh havia relacoes interpessoais ao vivo. E a lei da rua sempre foi: respeito eh pra quem tem. Desrespeitou ja era, perdeu respeito. Pisou na bola, falou histerico, perdeu a razao, perdeu respeito, arque com as consequencias das suas acoes. O debate assim se tornava proveitoso. Hoje em dia os relacionamentos interpessoais sao atraves de uma tela. Nao se identifica e se fala o que quer pois nao terao consequencias.
Nao sou adepto disso. Talvez se tivesse paciencia e mais saude poderia ser adepto? Nao sei.
Respeito os jovens que se predispoe a gastar tanta energia com xingamentos e formas de se construir frases no intuito unico de humilhar os outros. Apesar de achar extremamente inutil e improdutivo TEM QUEM SE DIVERTE E VIVE ASSIM! Incrivel. Nao eh pra mim, de fato! Fico triste ate em ver pessoas tao assim.
Por fim desculpe o incomodo. Obrigado por tudo, vou dar um tempo aqui e voltar pra "minha turma" pq aqui ja fui despachado com veemencia pelos "haters"(virou cliche e moda ser hater! nao da pra crer!).
Parabens por sempre tentar conscientizar os jovens, se nao tivesse problemas de coracao te ajudaria nessa empreitada.