metelo::
Mas essa questão de preço inviabilizar o hobby e um problema bem brasileiro, onde a renda e baixa e torna o preço absurdo. Pq na maioria dos mercados os preços não são assim.
Outro detalhe, muitos videogames são extremamente estratégicos. O civ mesmo não requer agilidade alguma. O mesmo se aplica ao xcom 2. E quem não jogo Masters of Orion. A grande diferença e q com um processador no meio vc pode fazer coisas q não dá p fazer em um boardgame. Existe um nicho grande de jogos estratégicos em vídeo game que dê certo modo são em geral modelos mais precisos da realidade q eles representam. E no passado, eu curtia muito fazer Lan parties p jogar esses jogos a noite toda. Mas não era tão interativo ter cada um em seu computador do que toda naesa jogando algo mais simples.
Caro Metelo
Você tem toda a razão sobre a questão econômica. O grande problema do board game é que nós estamos tentando importar um hobby europeu e norte-americano, quando a realidade socioeconômica brasileira é muito distante daquilo que se encontra, tanto na Europa, quanto nos Estados Unidos. E isso se torna ainda mais grave pela necessidade que o hobby possui, de uma grande quantidade de praticantes para se manter e se desenvolver. Board Game com salários em euro ou dólar é uma coisa, enquanto que board game com salários em real, é uma história muito diferente.
Na época do lançamento do Nemesis, eu escrevi um tópico, só para dar uma maior perspectiva, mostrando que se esse jogo específico fosse lançado nos EUA, mantendo a mesma proporção, em relação à remuneração média do brasileiro, para os salários de um norte-americano, o jogo custaria praticamente o preço de um carro usado bom, lá nos EUA. Certamente que se o Nemesis custasse isso tudo para um americano, ou para um europeu, o jogo jamais teria o mesmo desempenho em vendas que ele teve. Mas como o Nemesis custou apenas uma pequena fração daquilo que o americano médio ganha, o jogo vendeu para caramba. Se ele tivesse custado apenas R$ 200,00 no Brasil (e se tivesse uma produção sem tantos erros e com mais qualidade, não se pode esquecer), certamente ele também teria vendido bastante por aqui.
Antes que comecem a me questionar dizendo que esse jogo jamais custaria tão barato, que a nossa moeda é fraquíssima perante o dólar e o euro, e que a nossa taxa tributária é um acinte, eu quero esclarecer que isso é apenas uma comparação genérica para mostrar o quanto o nosso hobby representa economicamente, entre a nossa realidade e outras realidades internacionais. De forma alguma, essa comparação está baseada em dados reais, porque aí não haveria possibilidade alguma de comparar a realidade socioeconômica de norte-americanos e europeus, com a realidade socioeconômica de brasileiros. Nesse caso, a conclusão óbvia seria de que é melhor desistir do hobby, porque ele não foi feito para o “nosso bico” tupiniquim.
Quanto à relação entre vídeo games e board games, certamente que existem jogos eletrônicos, com propostas bem próximas aos board games, como é o caso do jogo para PC “Sid Meier’s Civilization” lançado em 1991, e que deu origem dez anos depois ao board game. Além desse, existem diversos outros jogos eletrônicos, nesse mesmo sentido, como o “Master of Orion” que você citou e até mesmo o aclamado “Age of Empires”. Porém esses jogos são exceções, e, via de regra, os vídeo games são muito mais dinâmicos e mais rápidos.
É como se os vídeo games fossem filmes de ação, como “Sete Homens e um Destino” (o antigo obviamente), “Duro de Matar” e “John Wick” (para atender a diversas gerações), e os board games fossem filmes de drama como “Casablanca”, “O Poderoso Chefão” e “Spotlight – Segredos Revelados”. Então eu acho que apesar da alternativa do BGA, board games e video games não têm muito a ver um com o outro.
Mas, apesar das diferenças, eu também acho que os recursos tecnológicos, inerentes aos vídeo games, podem ser um caminho muito interessante para tornar dos board games, no mínimo, uma experiência bem diferente daquilo que eles já são. Não é substituir, mas adicionar e diversificar.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio