smsnick::Apesar de concordar em partes com a opinião do Iuri, creio q isso é normal em qualquer mercado em expansão. Board game ta em alta no país, e se vc não comprar, outro com toda certeza, irá. Muitos novatos inclusive q chegaram agora, ficam encantado com tudo.
Argumentos dos tipo "Se ninguém comprar" é algo utopico e nem deveria ser um cogitado em uma discussão. Quer exemplo mais claro do "estrago" q the witcher fez?! No meio de uma pandemia ainda! Pensa com a economia estabilizada quantos a mais não teriam entrado no financiamento tbm!
Nenhuma empresa lança um produto preocupado com os q não vão comprar, pelo contrário, o cálculo é justamente em cima dos q com certeza comprarão, independente de qualquer coisa... Por isso vemos muitos "fora de estoque" valendo fortuna, pq alguém sempre vai estar querendo e com disposição à pagar.
Resumindo, nessa guerra de boicote e radicalismo, os únicos q saem perdendo são os que não compram. triste realidade, mas é assim q funciona. Atualmente sou do time, crítico sim, mas dentro do possível, tento manter minha coleção sem pesar na consciência.
Caro Smsnick
Numa boa, minha restrição não é uma questão de radicalismo, nem de mover uma “guerra santa” contra a Galápagos e demais editoras, até porque são elas que produzem algo, do qual eu gosto muito, que são os board games.
No entanto, eu acho que o preço dos jogos está fora de controle e perdeu totalmente qualquer senso de proporção. Já que a conta de luz foi mencionada anteriormente, só para ter uma idéia, na minha casa nós somos comedidos, e gastamos de luz por mês, uma média de R$ 100,00, pelo menos até agora, antes do aumento. Se eu comprar um jogo de tabuleiro por R$ 600,00, isso quer dizer que eu terei gasto em um único produto, a mesma coisa que toda uma família gastou de conta de luz, em seis meses. É muita coisa. Até dá para fazer uma "extravagância", dependendo do preço e de vez em quando, mas não dá para fazer isso com todo o jogo que é lançado.
Além disso, sempre existe uma justificativa para o aumento do preço dos jogos. Quando uma justificativa não se aplica, se arruma outra, e por isso, comprar board games está ficando quase que inviável. Quando o jogo tem miniatura, a culpa pelo preço elevado é dessas “malignas peças plásticas”. Quando o jogo não tem miniatura, a culpa pelo preço alto é da alta do dólar. Quando jogo não tem miniatura e o dólar está em queda, aí a culpa é do frete que aumentou. Assim, a história que se “vende” para o público consumidor, é que a justificativa da vez, não só cobre aquilo que se economizou pela ausência dos outros fatores, como ainda é fundamental para tornar o jogo ainda mais caro. É mais ou menos assim: “olha, realmente é um jogo de cartas, que não tem miniatura, mas o frete subiu tanto, que mesmo sem ter miniatura, ainda assim o jogo tem de custar esse tanto que ele custa”. Com todo o respeito a quem concorda com essa argumentação, mas eu não caio mais nessa conversa não.
Pelo amor de Deus, tudo bem que tem a questão do trabalho intelectual, que é preciso considerar a arte que é muito bonita, mas o Arkham Horror Card Game é um jogo de CARTAS, minha gente, e por isso, eu não consigo ver o que justificaria ele custar R$ 450,00 / R$ 500,00. A única possível explicação que me ocorre, é que o jogo é baseado no universo dos Arkham Files, que faz muito sucesso e tem muitos fãs. Eu também sou muito fã e curto muito toda a “mitologia lovecraftiana”, só que, definitivamente, pelo menos na minha opinião, apenas o cenário e a ambientação do Arkham Horror Card Game, de forma alguma justifica que ele custe tanto dinheiro. Eu não tenho nenhuma dúvida, de que, se o tema do jogo fosse outro, dificilmente o preço dele seria tão alto.
Portanto, a questão não é ideológica não, mas sim de dinheiro mesmo.
Guardadas as devidas proporções, da mesma forma que eu acho que não se justifica uma pessoa dar R$ 5.000,00 em um celular, só porque ele é um iPhone da Apple, eu também acho que não há nenhum motivo em pagar R$ 450,00 / R$ 500,00 em um card game, só porque ele pertence ao universo Arkham Files.
E tem outra questão fundamental, que é o fato do Arkham Horror Card Game ser lançado pela Galápagos, que sempre implica em um grande risco do jogo vir com uma quantidade absurda de erros, e erros graves, que afetam a jogabilidade. Considerando que o jogo tem muito material a ser traduzido esse é um risco muito real, e com grande chance de acontecer. Em um jogo tão baseado na história e no cenário, isso pode ser um verdadeiro desastre. Nesse caso, não dá nem para imaginar a frustração que será, se a pessoa pagar R$ 450,00 em um jogo de cartas, terminar com um produto quase que inutilizável ou tiver que se virar para consertar ela própria o jogo, e ainda depender da boa vontade da Galápagos, que todo mundo já conhece, para repor as cartas com defeito.
Para finalizar, eu realmente queria muito esse jogo, mas tanto o seu elevado preço, quanto a quantidade de jogos, lançados ultimamente pela Galápagos, com sérios problemas e graves erros de tradução e revisão, me fizeram desistir completamente do Arkham Horror Card Game. Boa sorte, para quem se arriscar.
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio
P.S. Imaginem, se mesmo com esse preço tão alto, a Galápagos fizer com o Arkham Horror Card Game, a mesma safadeza (porque não tem outro nome, aplicável ao caso), que ela fez com o Everdell. Quem não está sabendo, é bom dar uma olhada no tópico do Victor K, sobre os erros desse jogo. Depois de comprar, não adianta nada vir aqui no Ludopedia reclamar e “soltar os cachorros”, para cima da editora.