Além disso, é a chance de exportar nossa história para outros países, sem falar que muitas pessoas aqui mesmo do Brasil vão conhecer personagens históricos esquecidos. Isso é um jogo e não um livro de história, mas é inegável que ensinará um pouco de história. Infelizmente vivemos na era da problematização. 

é cada uma mermão...

gabriel_soaresd::Além disso, é a chance de exportar nossa história para outros países, sem falar que muitas pessoas aqui mesmo do Brasil vão conhecer personagens históricos esquecidos. Isso é um jogo e não um livro de história, mas é inegável que ensinará um pouco de história. Infelizmente vivemos na era da problematização. 

exatamente, tem um pouco de historia pra dar uma valorizada no país, mostrar que a gnt eh mais que samba e futebol, ai vem os cara reclamar... falta do que fazer

Isquedo::Tem o recalque de um colega de hobby, que não para de repetir que é professor de História em suas postagens. Creio que o recalque dele é por saber que o Zé Mendes, autor do jogo, fez um jogo com fundo histórico sem ter o diploma de historiador. O cara é extremamente vaidoso e está fazendo um certo movimento por pura dor de cotovelo, pois não leu o manual e nem viu nenhum gameplay, mas vive vomitando nas redes sociais "segundo minha formação, isso me incomodou", "como sou professor de história, me incomodo com isso". Parei de dar palco, pois o indivíduo só quer auto afirmação.

  Verdade, porque história é um conteúdo que está ao alcance de qualquer indivíduo bastando apenas querer ler e investigar sobre o assunto e não tem nada de difícil, logo qualquer um pode sem diploma ser um excelente sábio de história. Tenho um amigo que não é historiador mas sabe tudo sobre história oriental, tudo porque ele sabe ler e buscar conhecimento na área.
 
  Mas muitas pessoas invejam o excelente trabalho do Zé Mendes, e digo que ele fez um bom trabalho nos lembrando de heróis esquecidos. Don obá e Tibiriçá, nunca ouvi falar mas agora quero saber tudo sobre eles. E quem diria que a Maria Quitéria existia com sua história incrível.

Primeiro que é um jogo, e não um livro de História (como um colega citou anteriormente).

Segundo que o autor do jogo, assim como um escritor, poeta, diretor de cinema etc possui/recorre a uma (digamos) liberdade poética, pegando uma realidade e a adaptando ao contexto (no caso, um boardgame).

Terceiro que, feita essa liberdade poética, cabe a nós atribuir sentido (é o que estamos debatendo). Eu penso que pode ser, sim, um jogo bastante lúdico para uma sala de aula por exemplo, mas temos que lembrar que nem tudo é feito sozinho. Precisamos atribuir sentido.

Quarto que atribuir sentido não necessariamente excluir problemas inerentes ao recorte histórico em que o jogo é baseado (a escravidão não deixou de existir na História a partir do momento em que o jogo foi desenvolvido).

O debate é importante, guys. Faz bem não só pra comunidade, mas para a sociedade como um todo.

1) Fico sabendo da polêmica
2) Procuro quem fez os comentários
3) Entro pra ver sua coleção
4) Constato que ele tem Five Tribes na lista de desejos
5) Fim da polêmica
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Não é coisa de politicamente correto ou incorreto, é alguma birra relacionada aos envolvidos

Eu não sou muito fã de euros em geral e tenho minhas dúvidas se essa tentativa de misturar com 4X acaba dando algo bom. Em q pesem os comentários positivos, muita gente adora jogos q não gosto e vice versa. Por via das dúvidas, não vou comprar, até pq aposto q alguém do meu grupo irá.

Ou seja, o jogo em si sequer me atraiu muito. Não assisti gameplay e nem pretendo. Mas na boa, esse pessoal mimizento demais está de doer. Os caras realmente tem q tentar politizar (pro lado do próprio mimimi) qualquer produto, cena, letra de música, frase, QQ coisa mesmo. Sem saco pra isso.

Edit: quer falar do aspecto histórico por trás do jogo? Pode começar por outros, já existem vários, como Mombasa e Puerto Rico.

Sobre esta questão da temática, acredito que o jogo ele pode levantar uma discussão sobre quais as representações existentes em torno do Primeiro e Segundo Reinado, que seria o período histórico aonde se situa o jogo Brazil Imperial.

Historicamente o Brasil Imperial enfrentou um grande dilema em torno da escravidão: por um lado houve aumento nas alforrias como forma de dar alguma satisfação na política externa, em especial à Inglaterra,  que na época era uma superpotência e era contrária à  escravidão por motivos capitalistas. Por outro lado o império fez vista grossa ao intenso tráfico negreiro (com todas as consequências já conhecidas aos africanos) que atingiu o seu ápice durante o Brasil Imperial.

Ou seja, em resumo o Brasil Imperial trouxe uma permanência das velhas estruturas de poder, inclusive com o aumento de intensidade do tráfico negreiro; permanecia a elite política, representada principalmente pelos imperadores portugueses que permaneceram no Brasil "supostamente independente", assim como a elite agrária. Quanto mais escravos eram libertos, um número ainda maior era traficado, o que se tornou insustentável e, junto com outras questões, acabou levando à instauração da República.

Acredito que o jogo de tabuleiro Brazil Imperial passa um pouco distante destas questões que claro, poderiam ser resolvidas minimamente com algum esclarecimento no manual de regras, a exemplo de outros jogos como Endeavor, que além de reconhecerem a escravidão como um "problema", agregam este elemento ao jogo como uma escolha imoral e que pode ter consequências.

Os elementos do jogo, em especial as personagens, possivelmente são retratadas de forma a dar visibilidade à monarquia portuguesa então presente no Brasil. 

Figuras históricas e negras  como Machado de Assis e André Rebouças são vistos pela ligação com a monarquia, e não por terem se notabilizado em suas respectivas áreas. 

Ausências de personagens ligadas ao ideário republicano, tais como Tiradentes, reforçam a propaganda monárquica que o jogo talvez se proponha. 

Os bandeirantes colocados como inimigos (quando na ação de exploração)  convergem à defesa da monarquia, visto que o "mito" dos bandeirantes foi criação posterior à república, como forma de "apagar" o passado colonial e imperial português criando a figura de um "desbravador". 

Por fim, os quilombos são "explorados" como recursos, sem sequer uma interação ao menos de conflito que casa com uma representação mais servil e romantizada dos negros.

Seria presunçoso dizer que são "problemas"; mas no mínimo são questões que a forma como a temática do jogo foi projetada, pode levantar. 

Heron_da_Cruz::

MuCiLoN::
[…]

Se as críticas ao tema do jogo não passam de “mimimi da galera da lacração”, porque você trouxe esse texto bem escrito e levantando pontos honestos e bem argumentados?
Agora você me confundiu todo!

Pessoalmente eu não me manifestei sobre esse assunto (mimimi de lacração) e até peço perdão se aqui ou em outro ambiente (facebook, telegram etc.) , deixei transparecer isso e, pior ainda, se pareci conivente com alguma ofensa com o jogo ou designer.
Como disse, o jogo ele levanta vários questionamentos sobre a forma como o Primeiro e Segundo Reinado são retratados. Cada qual tem sua forma de interpretar, seja pela sua formação, pela sua ideologia etc. 

Historiadores, jornalistas, sociólogos etc., tem formas diferentes de trabalhar as fontes e interpreta-las.

Sinceramente, acho que existe uma diferença entre tu dizeres que um jogo "é racista", por exemplo, e que ele "ignorou a escravidão". Eu acho que essa questão acaba surgindo no Brazil Imperial (essa discussão) por ele estar sendo taxado como "histórico" e essa é uma palavra que não remete apenas à ciência Historiografia, mas utilizada para memórias, trabalhos jornalísticos, etc.  

Não sei até aonde as pessoas estão genuinamente interessadas na questão racial, no Brazil Imperial. Mas o fato é que, segundo a historiografia, o Brasil Imperial foi o período aonde o tráfico negreiro foi mais intenso e, caso o jogo silencie sobre isso, pode incomodar alguns.

Se algo é dito como histórico, talvez algumas pessoas se sintam na obrigação de colocar ali, embora haja pontos positivos, possa também existir silêncios e alguns direcionamentos. 

Mas no final essas questões acabam todas se confundindo e viram algo pessoal.