Hoje faz 1 semana que estou com minha querida cópia de um Banquete a Odin. Nesse meio tempo foram jogadas exatamente 5 partidas, 2 delas com 2 jogadores e 3 delas com 3 jogadores.
Desde antes do jogo chegar em minhas mãos, li bastante e asssiti diversos vídeo falando a respeito de suas mais diversas estratégias e caminhos. Uma delas, que gerou bastante repercussão entre a comunidade, é a ação de Emigrar.
Essa ação foi tida como overpowered e roubada por boa parte da player base do jogo. Todavia, muitos, eu incluso, não a consideram nem de perto o caminho único ou correto para a vitória. Em seguida, irei explicar, com base em minha visão, o motivo de tal ação não se destacar além do que deveria em relação às outras.
Para começar é preciso entender a real matemática por trás da ação de Emigrar. É claro que, à primeira vista, olhar barcos que valem 18 e 21 pontos e, além disso, diminuem o custo da alimentação parece algo extremamente lucrativo, principalmente tendo em vista que somente 2 ilhas no jogo pontuam mais que 18 e 21 pontos. No entanto, se formos analisar o passo a passo da ação, iremos entender que essas pontuações podem nos enganar.
Os barcos possiveis de emigrar valem, normalmente, 5 e 8 pontos e quando emigrados sobem para 18 e 21 respectivamente, portanto a ação de emigrar acrescenta 13 pontos em relação ao que você tinha anteriormente. Mas não para por aí, é bom lembrar que para Emigrar é necessário gastar uma quantidade de moedas equivalente ao número da rodada e moedas, em Um Banquete a Odin, valem pontos na proporção 1:1. Dessa forma, a emigração que mais dará pontos no jogo será a da primeira rodada, cujo gasto será apenas 1 moeda, representando um lucro total de 12 pontos em relação ao que já se tinha. Por consequência, na última rodada, ao gastar 7 moedas em uma emigração, o lucro será de apenas 6 pontos. Em outras palavras, um barco emigrado na última rodada vale 11 ou 14 pontos e não mais 18 ou 21.
Claro que pontuar de 6 a 12 pontos a mais do quese havia anteriormente, com o acréscimo do desconto na alimentação, certamente não é algo que esteja próximo de ser ruim. No entanto, isso por si só, em minha opinião, já demonstra que a ação não é roubada, mas ainda pode-se discorrer mais a respeito.
Se analisarmos o melhor cenário possível para a Emigração, que é o da primeira rodada, perceberemos que será necessário gastar todos os nossos 6 trabalhadores para executá-la. 1 trabalhador para pegarmos 2 madeiras, 2 para construir o barco, 1 para conseguir uma moeda e por fim os últimos 2 para finalmente emigrarmos. Ou seja, será necessário todas as ações que temos na primeira rodada para disfrutar da Emigração com maior lucratividade, sem contar que essa conta só funciona se determinados espaços não forem bloqueados por outros jogadores, caso contrário não será possível Emigrar na primeira rodada.
Por fim, jogar um barco fora com a ação de Emigrar é simplesmente renunciar os benefícios que ele pode gerar ao longo do jogo ou de algumas rodadas. Sem contar que, se um jogador direcionar todo seu jogo para emigrar o maximo possível, é capaz que o mesmo tenha dificuldade em cobrir as penalidades em seu tabuleiro. Além disso, a ação de Emigrar costuma ser muito cobiçada pelos jogadores, o que gera uma grande disputa pelos espaços de ação, não permitindo que você usufrua de todos os 3 disponíveis sem ninguém para marca-lo. Dessa forma, acaba que os jogadores terminam o jogo com um número de emigrações muito proxima, cerca de 2 ou 3, o que, a depender da rodada em que foram realizadas, não representam uma diferença relativa de pontuação considerável (em relação aos adversários).
Sendo assim, fica exposta a minha visão que a ação de Emigrar, como já bem debatida em outros fóruns, não representa algo desbalanceado em Um Banquete a Odin. Nessa análise não levei em consideração cartas de ocupação que auxiliam essa estratégia e a tornam mais viável, tendo em vista que quase toda estratégia do jogo possui cartas de ocupação que as tornam mais eficiente, dependendo o jogador da sorte de cavar as cartas que o convém.