XANDAO13BR::Eu estava aguardando para ver o que a Estrela ia apresentar para poder comentar qualquer coisa a esse respeito. É fantasiosa e até mesmo delirante a defesa que o iuribuscacio faz da empresa em todos os sentidos. É uma idealização de uma empresa que não existe hoje.
Eu respondi isso em outro tópico, e reproduzo aqui:
Eu já esperava uma qualidade inferior ao que estamos acostumados com os jogos chamados modernos. Sempre foi avisado que os componentes dessa linha "premium" da Estrela seriam inferiores aos mesmos em decorrência do preço, mas parece que a má qualidade superou negativamente as piores previsões.
A Estrela hoje não é a Estrela que muitos conheceram há 20, 30 ou 40 anos. A abertura econômica do Brasil no início da década de 90, e a entrada no mercado de brinquedos importados, chineses principalmente, impactaram bastante na presença da empresa no mercado e a sua saúde financeira. Na sua linha de jogos, que é o que interessa aqui, praticamente todos, senão todos, são jogos nacionalizados (tropicalizados) da Hasbro. Contudo, a Hasbro entrou no mercado nacional em 2004 com estes mesmos jogos e na ocasião fez um acordo com a Estrela de que ambas as empresas continuariam publicando os mesmos jogos. Este acordo não foi renovado em 2007, e desde 2008 a Hasbro move um processo contra a Estrela tentando impedir que ela continue publicando esses jogos e pague todos os royalties decorrentes dos mesmos por todo o período. Acontece que no ano passado foi prolatada sentença neste processo que a Hasbro move contra ela e que se arrasta há mais de 12 anos, no qual não somente confirmou o a obrigação de pagamento de royalties por todo o período de 2007 até a presente data dos jogos que ela publicava, o que ultrapassa o montante de R$ 20 milhões, como também a obriga a transferir todos os direitos sobre as marcas dos jogos Detetive, Jogo da Vida, Combate, Genius e outros. Ela então não vai mais poder publicar e comercializar estes jogos e somente conseguiu manter (por enquanto) o Banco Imobiliário. Importante dizer que ainda é uma decisão de primeiro grau e ambas as partes recorreram, mas já sinaliza que a Estrela irá perder esta queda-de-braço. Além disso, conforme informações neste processo, a situação financeira da Estrela (em 2019 quando o cálculo foi feito) apresentou nos últimos 12 meses um prejuízo da ordem de R$ 39 milhões, um patrimônio líquido negativo de mais de R$ 460 milhões, além de acumular dívida de R$ 1 bilhão em impostos e contribuições assessórias ao Fisco nacional.
Por isso, não acredito que seja uma "aposta" da Estrela no nicho, e sim uma forma, pode-se dizer desesperada, de se manter neste segmento de mercado. É delirante considerando essa situação que a empresa encontra-se hoje defender que se trata de um elaborado plano estratégico de inserção no mercado.
Desta forma, o que poderia ser uma oportunidade a novos e desconhecidos designers nacionais de ter o seu jogo publicado, mas com esta qualidade apresentada, muito inferior a jogos nacionais na mesma faixa de preços, e cito nesta questão os jogos da MS Jogos do Macri, ou o próprio Comic Hunters, como que os importados Pandemic, Photossyntesis, Dixit, King of Tokyo, e vários outros que aqui encontra na Ludostore, eu temo pelo impacto negativo que isso possa trazer ao trabalho deles.
Caro Senhor Xandão13BR
Com todo o respeito, eu não utilizaria as palavras “fantasiosa” e “delirante”, em relação ao meu comentário, porque achei que ele foi bastante lúcido, mas cada um escreve o que quer.
Em relação ao que o senhor escreveu, dá a impressão que a Estrela só fabrica o Detetive, o Jogo da Vida e o Banco Imobiliário, e que se deixar de lançar esses produtos a empresa quebra. Do meu ponto de vista, a coisa não é bem assim, considerando a enormidade de outros produtos que a empresa comercializa. Estamos falando da maior empresa de brinquedos do país, e que não trabalha com apenas jogos de tabuleiro. Porém mais uma vez, se o pensamento do senhor se restringe apenas a alguns jogos, dentro do enorme leque de produtos da empresa, tudo bem, pense como quiser.
Em momento algum do meu comentário, eu disse que a Estrela tem planos de fazer parte do nicho de mercado de boardgames, disputando os consumidores de Galápagos, Devir e outras editoras. Aliás, muito pelo contrário, o que eu disse é que não interessa à empresa entrar em um mercado que vende tão pouco em comparação com o segmento onde ela atua. Por outro lado, a própria empresa já demonstrou interesse em investir na fabricação e comercialização de jogos modernos, conforme demonstra o lançamento da linha Estrela Premium Games.
É possível que isso seja um movimento empresarial para suprir uma eventual perda dos outros jogos tradicionais pertencentes à Hasbro? Sim, é possível, da mesma forma que também é possível que isso não tenha nada a ver. Muito embora o fato da empresa estar investindo em autores nacionais, focada em uma produção nacional, sem as complicações decorrentes de jogos de editoras internacionais, seja um forte indicativo de uma linha de ação nesse setor.
É possível que o lançamento dos jogos da linha Estrela Premium Games não tenha impacto algum no mercado de board games, e todos os seus consumidores jamais cheguem a se interessar por outros jogos que não os dá Estrela, que serão mais baratos e de qualidade inferior? Eu acho isso pouco provável, dado o tamanho assombroso da quantidade de consumidores da Estrela, mas isso também é possível. Da mesma forma, eu acho que seria bastante razoável supor que parte das pessoas que comprarem o “Herdeiros do Khan” e os demais jogos do selo Estrela Premium Games, venha a se interessar por outros jogos do mesmo estilo, mesmo que um pouco mais caros.
Foi o que eu disse no meu comentário, que o senhor de forma muito deselegante tachou de fantasioso e delirante. Contudo, o fórum é aberto a qualquer tipo de manifestação, mesmo as que não sejam muito corteses, portanto o senhor pode ficar com o seu ponto de vista, que eu mantenho o meu.
Respeitosamente.
Iuri Buscácio
P.S. Em tempo, quanto ao impacto negativo sobre a reputação de um designer, que teve um jogo seu lançado pela Estrela, eu realmente me pergunto se seria tão ruim, ter meia dúzia de pessoas reclamando da qualidade dos componentes do seu jogo, que vende 50.000 cópias por ano.