tpcordeiro::Luis, descobri seus planos escusos, confesse! Seu objetivo é a conquistaaaa! dominar o painel de textos em destaque na página inicial da Ludopedia, onde haverá apenas textos seus.
Hahaha, juro que pensei nisso e um dia vou sincronizar os envios de uns 4~5 textos para conseguir essa façanha. O máximo que já consegui foram 2 ao mesmo tempo, umas 2 ~ 3 vezes.
Dessa vez foi por 3 motivos que não esse:
- Tinha acabado de escrever sobre o Knizia no texto sobre o Tigris e Euphrates. Só tenho esses 2 jogos dele, quis "esgotar" esse autor logo.
- Era sábado, dia perfeito para fazer essa referência.
- Eu queria fazer uma extensão
desse tópico aqui, Esse é o típico texto que eu escrevi mais para mim do que para os outros. Essa história do Kasino me deixa nostálgico.
tpcordeiro::LuisPerdomo::Esse jogo requer um pouco de memória, mas normalmente a intuição te leva a apontar quem é o(a) maior gastador(a) da festa.
Sobre o jogo, adoro leilões, a ideia me pareceu bem interessante, mas admito q me pareceu mais dependente de memória q meu cérebro carcomido pelo tempo é capaz de suportar...
A ideia é
muito interessante. O jogo está num preço bom. Na época que eu comprei era um tanto mais caro. Esse jogo nem ocupa espaço, a caixa desse jogo é surpreendentemente fina, ainda que o material seja de excelente qualidade. (Esse review não é patrocinado. Até então, nenhum deles foi).
Sobre a questão das partidas em si, apresentei esse jogo para os meus pais nessa quarentena (52 e 55 anos). Na primeira vez que jogamos, minha mãe não entendeu muito bem o conceito e ficou pobre logo de cara. Depois que ela viu que não pontuou, a ficha caiu e ela entendeu a maldade da coisa. Dali em diante o jogo ficou muito mais marcado e competitivo.
Os valores, em função da oferta e demanda das cartas no decorrer da partida, são regulados quase que organicamente. Você não precisa exatamente decorar: "Fulano gastou as notas de 1,2,4,12,20; Sicrano gastou 1,2,3,6,10,15". Você pega muito pelo contexto: "Fulano só tem carta de valor baixo, ele ainda tem dinheiro. Beltrano já tem um 9 e um "2x", ele já deve estar praticamente sem gás.". A intencionalidade das jogadas, as notas que as pessoas usam. Por exemplo, o jovem abre o leilão oferecendo um 2, você cobre com um 4, ele sempre cobre com um 10 na sequência. Provavelmente ele não tem nada entre 2 e 10. Coisas que a gente sempre repara também, se alguém gastou o 20 ou o 25. Isso varia muito de acordo com a mesa, mas aqui raríssimas vezes vemos alguém usar o 20 e o 25 em uma mesma partida. As chances dessa pessoa terminar como a mais pobre são bem altas. Ou ela simplesmente não vai participar de nenhum outro leilão até o final do jogo.... Aí vem um leilão de carta negativa e ela tem que pagar alguma coisa para se safar daquilo, ou vai sobrar pra ela.
A maldade travestida de simplicidade nesse jogo é fora de série. O jovem Knizia pensou em tudo. Não tem como você fazer uma jogada x, deixar seu burro na sombra e esperar o jogo acabar. Você nunca sabe o que pode vir em seguida. São 16 cartas apenas, mas a ordem em que elas aparecem
e a ordem dos jogadores mudam tudo. Eu já joguei esse jogo algumas boas dezenas de vezes e não me canso. Como disse, sempre que levo para uma jogatina, são umas 3 partidas no mínimo. Só acho que ele não brilha tanto assim com 3 jogadores: uma pessoa será a mais pobre e, entre as outras duas, quem tiver mais pontos ganha. A essência se mantém, mas o jogo fica muito mais marcado em torno de quem está com menos dinheiro e, mais importante, com quanto dinheiro ele está. Com 5 jogadores, por outro lado, o ritmo muda bastante e a marcação muda seu foco. Jogadores terão acesso a menos cartas em suas áreas de jogo porque todo mundo quer ter ao menos alguma coisa para pontuar e você nunca sabe quando a próxima carta verde vai sair. Cada vez que uma carta verde sai, mais perto do fim, o valor daquele lote de cartas entre uma carta verde e a outra muda completamente. Há muita especulação nesse jogo.
"Especulação" é um nome bonito para "contar com a sorte". Tem sorte? Óbvio que tem. Às vezes a carta certa aparece no momento certo para um felizardo, mas se tratando de um jogo igualmente nivelado, todos tinham noção dos riscos e prêmios, então ele apostou naquele andamento de partida. Tudo depende da velocidade com que as cartas verdes aparecem. Você pode começar mais agressivo ou mais conservador, é 50~50%. O que deixa esse jogo verdadeiramente interessante é essa zona cinza de adaptação entre sua postura inicial e o desespero final. Uma partida leva uns 10~15 minutos, então não tem tempo para materializar eventuais frustrações. Você ganha, você fica mega satisfeito porque o que você especulou aconteceu como você esperava. Você perde, você fica com vontade de jogar de novo porque o setup é ridiculamente rápido (é só embaralhar as cartas de jogo e redistribuir as cartas dos respectivos jogadores) e "agora você vai fazer melhor".
Como eu falei lá no começo, se é o melhor jogo de leilão do Knizia, eu não sei, só joguei esse, os outros eu só conheço na teoria. Para mim, esse é o melhor custo benefício de jogo de leilão do Knizia. Seria uma categoria muito específica se ele não tivesse tantos jogos de leilão.
Meus jogos favoritos de caixa maior nos quais leilão é uma das mecânicas principais são
The Estates e
Chicago Express. Não sei dizer precisamente qual dos dois eu gosto mais, os dois jogos são geniais e não têm elemento de sorte, característica que costuma me chamar a atenção em jogos. (Through the Ages e El Grande, por exemplo, têm leilão entre suas mecânicas, mas não considero uma de suas mecânicas principais).