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As questões raciais estão em jogo em cada espaço compartilhado em nossa sociedade. Nesse contexto, o exercício de transformação da realidade também deve vir à mesa quando o assunto é o universo dos jogos de tabuleiro. A Tile Antirracista surgiu como uma jogada para fomentar reflexões e mudanças no hobby boardgamer e vem, cada vez mais, marcando presença nas discussões e nos acontecimentos desse universo. Fechamos o ano te convidando a somar a essa iniciativa, trazendo também suas reflexões e uma mudança de atitude aos canais, aos grupos e às mesas de que participa. A transformação acontece turno a turno.
A seguir, trazemos aqui um compilado das Tiles Antirracistas mais recentes da nossa página no Instagram. Compartilhe essa ideia!

Você já ouviu falar na African Boardgame Convention?
Iniciada em 2015 por Kenechukwu Ogbuagu KC (designer boardgamer, além de diretor de criação e fundador da KayCee Games), a African Boardgame Convention (AB Con) é a primeira convenção de jogos de tabuleiros realizada na África. Um ano mais tarde, Kenechukwu chamou para a parceria Zainab Haruna e juntos aumentaram o tamanho da feira e sua localização, passando a acontecer anualmente no coração da Nigéria, em Abuja.
A convenção é um lugar para unir amantes de jogos de tabuleiros, fãs de livros, designers, ilustradores, jogos de protótipos e ainda mais galera desse meio. Nela rola também algumas competições e premiações entre os jogos africanos.A inspiração de Kenechukwu Ogbuagu KC é que ele acredita que os jogos de tabuleiro podem ser usados para contar histórias, principalmente as africanas, além das tantas outras lições de vida que os jogos podem oferecer.
E, para melhorar ainda mais a situação, em 2019 eles criaram a AB Con Kids. Destinada exclusivamente para crianças e escolas, envolvendo workshops e competições de criações de jogos. Tudo para aprimorar a educação das crianças gerando experiências mais lúdicas e duradouras.
Eu (Nanda), particularmente, fiquei maravilhada ao descobrir sobre estas convenções. A Nigéria tem mesmo destacado-se com bastante jogos novos sendo produzidos. O mercado por lá tem ficado cada vez mais aquecido e eu aqui fico na torcida para muito em breve conseguir ter acesso a estes jogos novos (e tão necessários) que estão sendo criados por lá, por africanos e sobre a África. Combinação melhor para mim não há!
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Negar o racismo não é apenas fechar os olhos para um problema tão evidente na sociedade brasileira. Negar o racismo é deslegitimar a luta por um tratamento mais humano e mais justo. É negar séculos de uma história marcada por escravidão e desigualdade.
O primeiro passo para a solução de um problema é reconhê-lo como tal. Adotar um discurso que minimiza ou ignora a existência desse problema é voltar muitos e muitos passos atrás na construção de uma realidade mais acolhedora a todas.
Antes de flertar com o perigoso discurso do "somos todos iguais", para e pensa: com quem você quer jogar nesta partida?

Quando a questão é transformação social, prática pede crítica e crítica pede prática. Sem essa combinação, a construção de uma conduta antirracista tende a ficar limitada à superficialidade e, consequentemente, operar mais como enfeite que como mudança.
Traduzindo para o *boardgamês*, isso quer dizer que estratégia e jogada precisam uma da outra para movimentar um jogo traçando um caminho lógico, no qual seja possível calcular, planejar e construir uma vitória, por exemplo. Também podemos pensar nisso como um tabuleiro de jogos clássicos, como na imagem. A jogadora que parte de uma atitude caminha em direção à outra, passando pelo centro que as conecta: um processo que se compõem de tempo e atravessamentos.
No hobby, está cada vez mais comum ver práticas ocas tomando para si o título de antirracistas sem nenhum processo crítico. É o caso da publicação compulsória de hashtags e frases de efeito sem reflexão nenhuma, por exemplo, e chega até processos mais complexos, como a criação, por designers brancos, de personagens não-brancas representadas meramente com base em estereótipos, sem passar por um debate mais amplo ou se abrir à crítica. Ao mesmo tempo, a crítica que não gera ação é um desperdício do potencial de transformação. Fica inerte.
Como mudar isso?
Ao fazer, questionar, discutir, refletir, aprimorar, repensar. Ao sentir, trazer à mesa. Uma proposta pata construir relações e ambientes livres de racismo como um processo aberto e coletivo. Essa é a tile que queremos pôr pra jogo. E você?