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Sorte e emoção nos jogos

Xadrez
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    LuisPerdomo28/11/20 15:15
    avatar
    LuisPerdomo
    28/11/20 15:15
    647 mensagens MD

    Olá, jovens.

    Hoje vamos falar sobre os diferentes níveis de sorte nos nossos amados jogos e estudar alguns casos. Se você clicou no hyperlink, o jovem leitor percebeu que existe uma vasta pluralidade de significados. Para o presente texto, eu vou considerar que sorte é tudo aquilo que foge ao nosso controle, aleatoriedade, acaso. 

    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/c750c_69fvf5.jpg


    No nosso contexto, o exemplo mais típico que eu posso te dar é o rolar de um dado. Você pode tentar rolar o dado com a mesma força, do mesmo jeito, na mesma posição, mas, convenhamos, dificilmente você vai conseguir reproduzir o mesmo resultado com perfeita precisão e essa é justamente a (des)graça da coisa. É realmente uma questão de perspectiva. Para alguns, um pouquinho de aleatoriedade apimenta as coisas, aquela sensação de não saber o que te espera, a excitação gerada pelo risco. 

    "Eu preciso tirar 18 ou mais jogando esse D20, ou meu personagem vai morrer!". 

    "19!!!!!! Toma essa, Troll!"

    Essa injeção de adrenalina só ocorre porque o preço para tal recompensa está naquilo que vai além do seu controle, a impotência de saber que não depende mais de você, entregar para Deus, seja o que Deus quiser...

    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/ecf9b_69fvf5.jpg


    Há quem discorde dessa premissa, como o nosso jovem E=mc² da imagem, mas hoje, para nossa alegria, não vamos falar de física moderna, ou de como se fazer uma careta, então deixemos o jovem Einstein de lado e voltemos para o Troll que o jovem acima acabou de matar.


    O jovem guerreiro Xandão acima só ficou tão excitado por matar aquele Troll porque ele sabia que as chances estavam fortemente contra ele, mas, ainda assim, ele venceu as probabilidades. A sorte mexe com nosso imaginário, ela nos cativa, atribuímos cargas de significado a seus eventos, colocamos o emocional para jogo.


    Se o jovem Xandão tivesse fracassado em seu teste de força, ele ficaria um tanto desapontado, mesmo que, racionalmente, ele soubesse que muito provavelmente ele fracassaria, mas não estamos aqui falando de racionalidade, estamos?


    As chances de uma pessoa morrer em um acidente de carro são muito maiores do que as de morrer em um acidente de avião. Mesmo assim, no inconsciente popular, uma boa parcela do nosso povo tem muito mais medo de viajar de avião. Sim, eu sei, esse é um exemplo bastante batido e até forçado, além de haver uma série de aspectos culturais e educacionais envolvidos no processo de construção do mito, o que não vem ao caso mencionar aqui, ou estaria tangenciando demais o tópico em questão. Se colocarmos em termos práticos, um acidente de avião impacta muito mais do que um acidente de carro, sem contar que a abundância com que os acidentes de carro ocorrem faz com que naturalizemos o fato.


    Nem falamos de jogo ainda e o tópico já está ficando bastante tenebroso, vamos mudar de tópico, falemos de algo mais interessante, dinheiro. As chances de você ganhar na Mega Sena são de 1 em 50.063.860, ou aproximadamente 0,000002%, se preferirem. Eu nunca ganhei na loteria (obviamente, pois nunca apostei - nesse caso, as chances são de 0 mesmo), também não conheço ninguém que tenha ganhado (se eu ganhasse, eu não contaria nem pra minha mãe... tá maluco, jovem? Para o mundo saber disso, é um áudio no Whatsapp dela... "amiga, não conta pra ninguém..."). Se colocarmos em termos racionais, 0,000002% não me parece muito atraente.... MAS VOCÊ VIU QUE ACUMULOU?! (EM CAPSLOCK!!!). As pessoas não olham para os 0,000002%. Os não sei quantos milhões de reais são muito mais interessantes. Uma aposta mínima custa R$ 4,50. Supomos que uma pessoa aposte em média umas 10 vezes por mês, ao final do ano ela gastou R$ 540,00 (R$ 4,50 x 10 x 12) e teve aí cerca de 0,00024% (0,000002% x 10 x 12) de chance de ganhar alguma coisa (seria bem mais fácil você ganhar um Oscar). Em termos práticos, sem emoção aqui, você trocou um boardgame todo pimpado por 10 dúzias de micro momentos de esperança. Ah, mas se eu ganhar, Luis, eu compro TUTO!!! Aham... 


    Sorte = emoção.


    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/47ab4_69fvf5.jpg


    Sério, jovem? A hipoteca da sua casa tá em jogo. Tem um segurança do tamanho de um armário com uma soqueira com o seu nome escrito nela te esperando na porta do Casino. Você vai jogar esses dados todo cagado, jovem, e o ateu passa a acreditar em tudo na hora. Você não vai fazer essa cara de Stock Photo, convenhamos... mas sim, sorte gera emoção. Algumas pessoas gostam de emoção, outras não, elas preferem ter o controle da situação, previsibilidade, chatice.


    O preço do controle é a falta de emoção. Aqui no nosso mundinho, nós chamamos isso de Euro.


    Nesse sentido, aqui proponho uma métrica, que varia do jogo onde só há sorte e zero controle até o extremo oposto disso, aquele jogo onde, se todos fizerem os mesmos movimentos na mesma ordem, eles chegarão exatamente ao mesmo resultado (yay! \o/).


    100 % de sorte: Bingo


    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/ac097_69fvf5.jpg


    Você pode até comprar várias cartelas e aumentar suas chances, você pode tentar cobrir todos os números com múltiplas cartelas, mas você não tem o controle sobre qual número sai, o que compõe a força motriz do jogo. Você pode comprar 99 cartelas e o jovem que comprou uma só vencer. É pura emoção e zero estratégia. 


    LuisPerdomo::Eu lembro de uma vez quando fui a um hotel fazenda com a família, eu tinha 11 anos. Um daqueles hotéis no meio do nada onde os velhos vão pra encontrar paz e tranquilidade, os pais não sabem onde deixar os filhos e acabam trazendo os pestinhas com eles, o que fatalmente compromete a tal paz e tranquilidade. Eu era uma criança estranha (bom, hoje sou melhor do que isso, hoje sou um adulto estranho) e me deparei num bingo em meio aos vovôs e vovós do entorno. Eu realmente não lembro qual era o primeiro prêmio, mas eu nunca me esquecerei do segundo. É uma sensação esquisita quando você compete pela medalha de prata. Era uma garrafa PET cheia de paçoca. Eu nunca tinha visto tanta paçoca na minha vida. Eu estava intrigado. Eu queria aquele santo Graal. Ver uma quantidade tamanha de paçoca num recipiente que claramente não foi feito para aquilo me deixou fascinado de modo que até hoje eu lembro daquela garrafa como se estivesse aqui agora na minha frente. Resumo da ópera, não ganhei nem o pote de plástico vagabundo pra você estocar feijão congelado com mais estilo do que um pote de sorvete. A lembrança, todavia, residirá na minha memória afetiva pra sempre. Ainda tenho sonhos recorrentes com aquela garrafa verde de paçoca, mesmo seguramente sendo um produto um tanto fora dos padrões de conservação, beirando o não sanitário, mas para minha versão juvenil de 11 anos, certamente era o santo Graal do Willy Wonka. 

    Sim, jovem, esse que aqui vos fala já teve um certo grau de emoção participando de um bingo.

    99% de sorte: Jogo da Vida

    tpcordeiro::Na verdade seu único objetivo com a review do Jogo da Vida foi poder ter sempre um link à mão para fazer piadinhas infames citando a palavra vida, o universo e tudo mais e derivações. Confesse!


    S2 jovem cordeiro


    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/629b5_69fvf5.jpeg



    O máximo de controle que você tem nesse jogo é quando você rola a roleta e se depara com uma bifurcação, podendo decidir qual é o caminho mais vantajoso. De resto, o jogo se resume a "role a roleta e veja o que acontece". Ao menos olhe pelo lado bom, ainda é o jeito mais fácil de você se tornar médico.

    90% de sorte - Banco Imobiliário (Percentuais totalmente chutados, não reparem. De agora em diante, eu vou colocar medidas genéricas)







    Rodney, coelho te ama, cara!


    Roll and move. Jovem, estamos falando de um jogo no qual simplesmente você não controla onde você vai cair. O único grau de tomada de decisão que você tem está geralmente associado aos lugares onde você cai. Ainda assim, não é como se você planejasse cair naquele hotel super faturado do seu jovem colega burguês.

    Munchkin: muita sorte, algumas piadas (com data de validade curta)


    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/a5ec2_69fvf5.jpg



    É extremamente caótico, mas ainda assim, há um mínimo e tomada de decisão a cada jogada, especialmente a decisão conjunta de perpetuar o jogo indefinidamente atacando com todas as forças qualquer jovem santo que ouse terminar o jogo. (Why, people?).


    Coup: sou o duque e pego 3 moedas. (e outros jogos de dedução social)



    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/52deb_69fvf5.jpg

    Você recebe um par de personagens, mas, na prática, você pode ser quem você quiser. Nesse jogo, a sorte é mitigada se você souber blefar, for um excelente artista, ou ainda um telepata, um verdadeiro analista das mentes humanas em todas as suas sutilezas. Não, você não é o Duque! Claro que se você tiver os personagens que você quer, tudo fica muito mais fácil. Falar a verdade é muito mais cômodo. Na verdade, nesse caso, você fica torcendo para os outros suspeitarem que você está mentindo.


    O (des)equilíbrio do jogo se dá em torno da interação social. "Não vamos deixar o jovem fulano ganhar!". Está decidido, seu azar é ter amigos que são fdp (flor de pessoa). Jogos como The Resistance possuem o problema de te dar ainda menos autonomia, a depender do papel que lhe foi atribuído e, diferentemente do coup, você precisa ficar com ele até o jogo acabar (ou você ser eliminado(a)). Ter a oportunidade de mentir é legal pra caramba e carrega consigo toda aquela excitação de ser pego na mentira, mas boa sorte sendo um NPC inocente.


    War: tirei 6 com o dado amarelo. Onde está seu Deus agora?



    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/e41a9_69fvf5.jpg



    Mais um da série: pra peidar, você precisa rolar um dado pra verificar se foi só peido mesmo. Sim, você pode distribuir seus exércitos extras da forma mais "estratégica" possível, mas, sejamos francos, não tem muita estratégia quando o jovem Xandão abriu tirando um monte de 6 e nem por um decreto você conseguiu retomar os territórios conquistados por ele porque ele só tira número alto no dado de defesa também. Não tem mérito nenhum em tirar número alto no dado. Não existe "fulano é bom de rolar dados". Fulano é sortudo, isso sim. Sorte pra mim é não ficar preso numa partida de 4h+ jogando esse jogo. Depois euros que são burocráticos. 


    Catan: um pouco mais de controle estatístico, mas nem tanto.



    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/9972e_69fvf5.jpg



    Eu não vendi o meu Catan, eu doei. Eu vou deixar o politicamente correto aqui de lado por um momento, com licença. Eu não tenho nada contra Catan, contra quem gosta de Catan ou qualquer coisa do tipo. Existe campeonato mundial de Catan!!! Isso é o quanto muita gente ama esse jogo. Temos uma dívida eterna com esse jogo, ele abriu as portas para muitos outros melhores. O mesmo vale para os velhos clássicos, se estendermos a lógica. Só existem os tops do ranking hoje porque lá atrás esses designers estavam jogando esses jogos. Contudo, não é por isso que eu deva gostar deles (gostar não é sinônimo de respeitar).

    Existem dois tipos de jogos de dados: aquele em que você precisa jogar o dado para ver o que vai acontecer e aqueles em que você joga o dado e aí decide o que vai acontecer.

    O ápice do planejamento estratégico do Catan, na minha humilde opinião, está no setup e, mesmo assim, qualquer pessoa que manje um mínimo de estatística básica, vai perceber que as decisões não são tão complicadas assim. Existe ali uma certa tensão, a marcação de recursos chave, a ameaça quanto à possível expansão de um ou mais jogadores te bloqueando à medida em que eles se expandem. Não me entendam mal, existe sim um aspecto estratégico ali, não nego. Acontece que tudo isso é mitigado com o uso abusivo de dados.

    Bacana, existe no ar a emoção de ter muitos recursos na mão e torcer para não sair um 7, que é o número mais comum entre a soma de dois dados de 6 faces, o que faria com que você tivesse que descartar cartas, mas, a meu ver, o fato de você não controlar isso tira toda a graça do jogo. Sim, a lei dos grandes números faz com que a distribuição dos resultados assuma uma curva normal, mas mesmo assim. Eu sou pessimista, avesso ao risco, vejo o lado negativo da sorte. A frustração de não conseguir fazer o que eu quero por conta de algo que foge ao meu controle é muito maior do que a excitação de conseguir mais do que eu precisava por algo que me favoreceu também ao acaso. Isso sou eu, jovens, eu não sou parâmetro pra ninguém.

    Castles of Burgundy: dados mais sensatos


    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/66dbe_69fvf5.jpg



    Castles of Burgundy é o tipo melhorado de jogos de dados (Nota passivo agressiva do autor: o tipo certo é não ter dados, mas nem todo jogo é perfeito). Você rola os dados e depois decide o que você faz com eles, sendo que há uma série de opções relevantes possíveis e recursos que ajudam a contornar aquele número indesejado.

    Magic, the gathering: Azul é a cor mais quente


    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/996d9_69fvf5.jpg



    Azul é (discutivelmente??) a cor mais forte do Magic na maioria dos formatos competitivos. Por duas questões que a tornam quase que única no que ela proporciona dentro da colorpie do jogo: anular mágicas e manipulação do baralho. Oras, mas manipulação do baralho é justamente o quê? Mitigação da sorte. Magic é um jogo de cartas, naturalmente haverá uma certa aleatoriedade envolvida, uma vez que você embaralha essas cartas e começa o jogo com uma certa mão. Há duas formas bastante eficientes de mitigar sua sorte no Magic: pilote muito bem o seu baralho e tenha muito dinheiro. Não se esqueça de jogar de azul e pedir mulligan nas horas certas.

    Se azul é a cor mais forte, vermelho é a cor mais caótica, responsável por trazer momentos históricos para a comunidade como esse:





    Dois dos maiores jogadores do hall da fama desse jogo estavam disputando um confronto direto usando o mesmo tipo de baralho. A carta chave desse confronto épico é essa aqui: ignite memories. O jogador alvo deve revelar uma carta de sua mão aleatoriamente e esta carta lhe causa dano igual ao seu custo, sendo que a carta tem rajada, ou seja, múltiplas cópias dela aparecem na mesa de acordo com o número de mágicas jogadas previamente nesse turno. O baralho funciona de modo a explorar todo o potencial desse tipo de carta. Você joga múltiplas mágicas em um mesmo turno, conjura ignite memories e então faz N cópias dessa carta contra seu oponente. Gabriel Nassif sobreviveu a uma rajada dessas com 1 ponto de vida somente e virou o jogo na sequência devolvendo na mesma moeda. As chances de ocorrer o que ali ficou registrado (segundo um comentário nesse vídeo) foram de 1/243 ou, aproximadamente, 0.4%. Dá pra sentir a energia do público vibrando ao testemunhar algo tão raro.


    Dominion: e se todos jogamos com a mesma pool de cartas?



    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/b1628_69fvf5.jpg



    Ah, deckbuilder. Adorado por muitos, odiado por muitos outros. O fato é que, diferentemente dos dados, rotacionar um baralho de ponta a ponta te oferece alguns pontos táticos. Você sabe o que está por vir a partir do que já saiu. Rolar dados são eventos completamente independentes entre si. Se você tirou 6 num dado, nada te impede de tirar 6 no próximo dado. Se você está jogando War e seu território só tem uma pecinha segurando aquele lugar, seu adversário só precisa daquele território para vencer o jogo, você vai tirar 6 sempre, pode ter certeza disso. É assim que War funciona.


    A vantagem desse tipo de mecânica é que, se bem executado, chega uma hora que todos os planetas "magicamente" se alinham e você consegue executar combos megalomaníacos onde, a partir de certo ponto, a sorte pouco importa. Esse "magicamente" depende de um tiquinho de sorte também, apesar da boa administração das cartas, e é aí que se encontra a emoção atrelada à incerteza.


    E se tirarmos a incerteza como um todo?


    Terra Mystica: varia o setup, depois disso é só talento mesmo



    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/16b9a_69fvf5.jpg



    Aqui não vamos falar mais de sorte, ao invés disso, vamos falar de variabilidade. A "sorte" de Terra Mystica se resume ao setup em contraste com a ordem dos jogadores. A partir dali, não há nenhuma informação escondida, isto é, tudo que for feito dali em diante pode ser rastreado, previsto. Não vou entrar no mérito dos poderes variáveis causando certos desequilíbrios, o que vocês já devem ter percebido pelo andar da carruagem é que variabilidade é um "mal necessário" para manter um jogo sempre fresco, novo em termos de proporcionar experiências diferentes.


    Acontece, meus caros jovens, que é muito difícil desenvolver um jogo desses. É muito mais fácil resolver tudo no dado, estou falando com vocês, anos 60. Não somos supercomputadores, então, para sair um produto final desses, é preciso muito teste, muita tentativa e erro. O jogo é perfeito? Não, nenhum é.


    A recíproca é verdadeira. O preço de se ter todo esse controle é o sacrifício na questão da emoção. É possível traçar todos os movimentos futuros, otimizar, estipular a melhor jogada. Se ele construir ali, eu construo aqui, se ele pegar esse bônus, eu guardo meus recursos para a próxima rodada, etc. Para alguns malucos, como esse que aqui vos fala, a emoção reside justamente aí. É como se a verdadeira proposta do jogo fosse ser, na verdade, um grande puzzle interativo onde a "incerteza" ali contida é se você será capaz de encontrar a solução ou não. Diferentemente dos dados, isso depende de você, não do acaso. 


    Você venceu o jogo, você jogou melhor, foi você simplesmente, não foi a sorte, não foi o coração das cartas, não foi o baralho do seu avô, não foi o dado da sorte, foi você. Eu sou egoísta, não gosto de dividir minha vitória com ninguém, nem com a sorte. Quando eu venço um jogo porque claramente tive sorte, fica um sentimento de vazio pairando no ar. Não estou dizendo que, num jogo que depende de sorte, não haja mérito por parte do jogador. O que ocorre na prática é que o jogador experiente vai, dentro de seus recursos disponíveis, preparar o terreno para que a sorte o favoreça o máximo possível sempre. É aquela história: um jogador experiente vai ganhar a maioria das partidas contra um jogador de pouca habilidade, ainda que frequentemente favorecido pela sorte.


    E se tirarmos o setup variado?


    Xadrez: o jogo dos reis (...ou seria da rainha?) Paulo do Covil, eu sei que você e outros enxadristas brasileiros chamam de dama, mas rainha é muito mais imponente, convenhamos. Deixemos a notação de xadrez de lado e assumamos uma licença poética só dessa vez.



    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/c4282_69fvf5.jpg


    O único aspecto variável do xadrez é quem vai ficar com as brancas ou as pretas, e isso faz toda a diferença do mundo. Novamente, a partir daí, não há "surpresas", tudo que for feito pode ser antecipado por ambos os jogadores. A emoção do jogo está na batalha de mentes que mostrará quem é capaz de chegar mais longe nas abstrações, na leitura de mesa. É uma guerra fria dos intelectos. Às vésperas de cada movimento há um turbilhão de tensões "se ele fizer esse movimento, eu respondo com isso, ele vai jogar ali, então eu jogo aqui".


    Há quem diga que o xadrez ficou "chato", que o campeonato mundial tem 12 empates seguidos porque os jogadores estão no mesmo nível. Há quem diga, inclusive, que os computadores vão dominar tudo. O Kasparov discorda.


    Você sente que o jogo é chato, um verdadeiro porre, extremamente emocionante quando um jogador parado, sem fazer nada por quase 2 minutos, é a parte que causa mais alvoroço em meio aos comentaristas.




    Se você não entendeu absolutamente nada do que se passou no vídeo acima, esse breve vídeo instrucional a seguir vai te explicar de uma forma que eu não seria capaz de fazer melhor huehuehuehue:




    Jogos, assim como esportes (tecnicamente muitos consideram poker e xadrez como esportes), carregam consigo uma propriedade em comum: competimos a fim de provar nosso valor em um determinado meio. Até nos jogos cooperativos, queremos vencer a mesa. Queremos mostrar que somos melhores, do que os outros, do que outras versões de nós mesmos, do que uma inteligência artificial, que seja. 


    Jogamos jogos para nos divertir, isso é fato. Ninguém aqui é masoquista (nada contra(?)). Além disso, obviamente queremos ganhar. É muito mais prazeroso ganhar, ainda que algumas partidas sejam tão épicas que mesmo perdendo você sente que aquilo tudo valeu a pena. Vencer uma partida épica dessas é ainda melhor. A história é escrita pelos vencedores.


    Independentemente do nível de sorte contido em um jogo, a maior emoção está na incerteza de saber se você vai ganhar ou não. Jogar um jogo que você já tem certeza que vai ganhar não tem graça nenhuma. 


    Como você se emociona ao jogar um jogo, não importa. Se é antecipando os próximos 5 movimentos do seu adversário ou rezando para tirar 20 naquele dado, realmente não importa. O importante é você sentir alguma coisa enquanto joga. O dia que um artista subir num palco e não sentir aquele friozinho na barriga, mesmo que ele esteja lá subindo pela milionésima vez, melhor mudar de ofício. No nosso caso, se aquela mesa prontinha pra jogo não te desperta nenhuma emoção, está na hora de mudar de jogo, ou até mudar de hobby.


    Divirtam-se, jovens.


    Até a próxima.

    Forte abraço,


    Luis Perdomo

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  • XANDAO13BR
    908 mensagens MD
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    XANDAO13BR28/11/20 16:07
    XANDAO13BR » 28/11/20 16:07

    LuisPerdomo:: Olá, jovens.

    ...



    O jovem guerreiro Xandão acima só ficou tão excitado por matar aquele Troll porque ele sabia que as chances estavam fortemente contra ele, mas, ainda assim, ele venceu as probabilidades. A sorte mexe com nosso imaginário, ela nos cativa, atribuímos cargas de significado a seus eventos, colocamos o emocional para jogo.




    Se o jovem Xandão tivesse fracassado em seu teste de força, ele ficaria um tanto desapontado, mesmo que, racionalmente, ele soubesse que muito provavelmente ele fracassaria, mas não estamos aqui falando de racionalidade, estamos?


    ...

    ...

    Mais um da série: pra peidar, você precisa rolar um dado pra verificar se foi só peido mesmo. Sim, você pode distribuir seus exércitos extras da forma mais "estratégica" possível, mas, sejamos francos, não tem muita estratégia quando o jovem Xandão abriu tirando um monte de 6 e nem por um decreto você conseguiu retomar os territórios conquistados por ele porque ele só tira número alto no dado de defesa também. Não tem mérito nenhum em tirar número alto no dado. Não existe "fulano é bom de rolar dados". Fulano é sortudo, isso sim. Sorte pra mim é não ficar preso numa partida de 4h+ jogando esse jogo. Depois euros que são burocráticos. 


    ....

    Oi?!
    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/ba91e_gbgnhq.png
    Que texto gostoso de ler!
    Sempre digo que este assunto é a astrologia dos boardgames...
    ... e ninguém gosta de quem joga de azul no Magic.
    Abraços joviais!

    6
  • LuisPerdomo
    647 mensagens MD
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    LuisPerdomo28/11/20 16:13
    LuisPerdomo » 28/11/20 16:13

    XANDAO13BR::
    LuisPerdomo:: Olá, jovens.

    ...






    O jovem guerreiro Xandão acima só ficou tão excitado por matar aquele Troll porque ele sabia que as chances estavam fortemente contra ele, mas, ainda assim, ele venceu as probabilidades. A sorte mexe com nosso imaginário, ela nos cativa, atribuímos cargas de significado a seus eventos, colocamos o emocional para jogo.







    Se o jovem Xandão tivesse fracassado em seu teste de força, ele ficaria um tanto desapontado, mesmo que, racionalmente, ele soubesse que muito provavelmente ele fracassaria, mas não estamos aqui falando de racionalidade, estamos?


    ...




    ...

    Mais um da série: pra peidar, você precisa rolar um dado pra verificar se foi só peido mesmo. Sim, você pode distribuir seus exércitos extras da forma mais "estratégica" possível, mas, sejamos francos, não tem muita estratégia quando o jovem Xandão abriu tirando um monte de 6 e nem por um decreto você conseguiu retomar os territórios conquistados por ele porque ele só tira número alto no dado de defesa também. Não tem mérito nenhum em tirar número alto no dado. Não existe "fulano é bom de rolar dados". Fulano é sortudo, isso sim. Sorte pra mim é não ficar preso numa partida de 4h+ jogando esse jogo. Depois euros que são burocráticos. 


    ....

    Oi?!
    https://ludopedia-posts.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/ba91e_gbgnhq.png
    Que texto gostoso de ler!
    Sempre digo que este assunto é a astrologia dos boardgames...
    ... e ninguém gosta de quem joga de azul no Magic.
    Abraços joviais!

    Jovem Xandão, que alegria inenarrável em te ter por aqui. De uns tempos pra cá, eu reparei que você interagiu em um post ou outro, possivelmente aqueles em que eu usava o exemplo do personagem fictício de mesmo nome, o jovem Xandão. 

    O Xandão original do qual eu faço referência é apenas um meme (como 90% das referências que eu faço por aqui), mas achei muito engraçado alguém com o mesmo nick enfim ter comentado esse fato hahaha.

    Obrigado pela leitura, jovem.

    0
  • XANDAO13BR
    908 mensagens MD
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    XANDAO13BR28/11/20 16:17
    XANDAO13BR » 28/11/20 16:17

    Achei extremamente inusitado e, o mais engraçado, é que ontem mesmo muitas coisas que você disse eu falei em um VideoCast/Podcast que participo, o Jogando Papo.

    1
  • LuisPerdomo
    647 mensagens MD
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    LuisPerdomo28/11/20 16:23
    LuisPerdomo » 28/11/20 16:23

    XANDAO13BR::Achei extremamente inusitado e, o mais engraçado, é que ontem mesmo muitas coisas que você disse eu falei em um VideoCast/Podcast que participo, o Jogando Papo.

    Mera coincidência, jovem. Eu não costumo acompanhar podcasts, então foi uma dupla coincidência você ter falado sobre esse assunto nessa mídia haha.

    (Acabei de reparar aqui usando a ferramenta do @ para citar usuários que existem 9 "Xandões" na Ludopedia hahaha. Eu não fazia ideia.)

    [Disclaimer] Qualquer semelhança com a realidade algum Xandão nos meus textos é mera coincidência. :D

    1
  • LuisPerdomo
    647 mensagens MD
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    LuisPerdomo28/11/20 17:36
    LuisPerdomo » 28/11/20 17:36

    XANDAO13BR::Achei extremamente inusitado e, o mais engraçado, é que ontem mesmo muitas coisas que você disse eu falei em um VideoCast/Podcast que participo, o Jogando Papo.

    Jovem, fui atrás do podcast e ouvi a parte da análise dos boardgames. Baita coincidência. Vocês até falaram das piadas intermináveis (e sem graça) de Munchkin.

    Discordo em termos sobre o Terraforming Mars. Entendo seu ponto, mas particularmente enxergo sob uma perspectiva diferente. A meu ver, Terraforming Mars não tem tanta variedade assim e isso não necessariamente é algo ruim. Se você abstrair o contexto, que é algo que eu faço com muita frequência, apesar dos nomes e efeitos "diferentes", funcionalmente falando, todas as cartas fazem algo muito parecido: aumentar e diminuir estatísticas.

    Nesse review tem uma visão mais detalhada do assunto, mas resumidamente, se você abstrair o fato que as imagens são diferentes e os nomes também, na prática, você sempre vai concentrar seus esforços em um par ou trio de estatísticas mais relevantes para a sua engine. Não faz muita diferença se o card A tem uma imagem de uma floresta em marte e o card B tem a imagem de arbusto, nesse jogo, eu sou o cara do verde, então podem chegar (exemplo forçado aqui apenas para ilustrar).

    Sobre Terra Mystica versus Gaia Project, exatamente isso que você falou. Também prefiro o Terra Mystica, tenho 3 tabuleiros do jogo, contando agora com essa expansão mais recente, e não preciso de mais nada. Eu não preciso de um tabuleiro modular que me faça parar um tempão analisando cada lugar ótimo para a minha raça a cada nova partida. Eu já tenho muito no meu prato. O jogo já tem tantas ramificações e variações. Até a ordem dos bônus de final de rodada mudam "tudo". Considerar tudo mesmice ou apreciar cada mínimo detalhe na sua mais sutil variação vai de acordo com a sensibilidade de cada um. 

    Fugindo um pouco do escopo, entrando em território muito polêmico aqui, eu acredito que quem se cansa fácil de todo jogo que joga porque é sempre "a mesma coisa" apresenta traços de alta ansiedade. Não tem como a pessoa jogar um par de vezes um jogo e falar que "é sempre a mesma coisa". Você literalmente jogou o jogo duas vezes, jovem! Xadrez é ""sempre a mesma coisa"" e o número de possíveis configurações é virtualmente infinito. Pessoas descobrem possibilidades até hoje. Novos livros e artigos são escritos sobre o jogo que é "sempre a mesma coisa". 

    A meu ver, trata-se da diferença entra a verticalização e horizontalização de jogos. Não tem certo nem errado, vai de acordo com o julgamento de cada um, mas há aqueles que querem ficar bons em uns poucos jogos e aqueles que querem experimentar um mundo de jogos, mas na prática, eles não apreciam nenhum. Eu já cansei de ver influencer falando "ah, esse jogo tá no meu top 10, mas faz x meses/anos que eu não jogo". Só se for no seu top da nostalgia, cara pálida, porque esse fenômeno me passa a impressão de que nem os próprios influencers são capazes de absorver toda a nova leva anual de novos jogos, quem dirá os pobres consumidores que ficam completamente perdidos em meio a uma série de reviews superficiais porque os influencers têm uma agenda muito corrida, mal terminaram de aprender um jogo, já aparecem outros 5 na fila.

    Sem querer dar uma de vira-lata pra gringo porque não estou falando de um país em específico, mas de uma comunidade global, que, justamente por conta disso, é muito mais propensa a receber esse tipo de abordagem. Eu pago muito pau quando eu vejo um review de um jogo, mesmo que seja um jogo que eu nem vá muito com a cara, mas me deparo com um texto gigantesco, maior do que o próprio manual do jogo, detalhando os mínimos aspectos do jogo. Respeito imenso por todo o tempo e dedicação que aquela pessoa depositou naquele review. Eu li esse review do A Feast for Odin e, após completar a leitura, disse pra mim mesmo: "passo, não é bem o que estou procurando, mas respeito máximo pelo redator do post". Esse texto sozinho me disse muito mais do que 10 vídeos de "e aí, galera, hoje vamos dar uma olhada no Banquete a Odin! Não se esqueça de dar o like, ativar o sininho..." juntos.

    Ah, só uma observação. Azul é minha cor favorita do Magic. Joguei competitivamente de azul por quase uma década e ainda tenho meu UWx Miracles guardado. Não me odeiem, jovens hahaha.

    3
  • XANDAO13BR
    908 mensagens MD
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    XANDAO13BR28/11/20 17:47
    XANDAO13BR » 28/11/20 17:47

    Muito bacana você ter nos prestigiado com a sua audiência, valeu demais! O bom do debate é exatamente isso, a oportunidade de aprender e ver as coisas sob outros pontos de vistas. Eu posso concordar com você, eu posso discordar de você, mas a reflexão promovida é sempre engrandecedora.

    2
  • Odanan
    995 mensagens MD
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    Odanan29/11/20 07:00
    Odanan » 29/11/20 07:00

    Texto bonito, texto bem feito, texto formoso.

    É pra ler coisas boas assim que eu estou na Ludopedia. Muito obrigado, LuisPerdomo por mais uma obra-prima. Saiba que você alegra nossos cérebros e corações com suas criações. Com algumas adaptações, você conseguiria juntar tudo num (fantástico) livro sobre jogos. Think about it.

    Ah, e ainda no campo das considerações? Quando vou poder te mandar uma cópia do meu jogo para você conhecer? (e quem sabe animar de fazer um review?)

    4
  • Helton Leite
    274 mensagens MD
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    Helton Leite29/11/20 08:29
    Helton Leite » 29/11/20 08:29

    Mais uma vez, um excelente texto. E, ao me deparar com "War: tirei 6 com o dado amarelo. Onde está seu Deus agora?", passei a imaginar uma partida de War com o Rômulo Mendonça narrando... taí uma maneira (talvez a única) de eu encarar novamente uma partida desse jogo :D

    2
  • educez
    1139 mensagens MD
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    educez29/11/20 08:56
    educez » 29/11/20 08:56

    Que texto! Gostoso de ler...

    Eu estava indo por este caminho de "zero sorte", na busca pelo jogo "perfeito"... mas, recuei... comecei a me entediar... controle demais não dá... que tal uma pitada de ameritrash? rs

    Hoje busco o equilíbrio, nem zero sorte, nem sorte demais... jogo tem que ter emoção também...

    Por isso curto euros com mecânicas propícias a sorte (deckbuilding, dice placement, etc). Que tal um híbrido? Um ameristrash de vez em quando também cai bem...

    Show demais... continue com os excelentes textos...

    5
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Xadrez - Sorte e emoção nos jogos
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