viniciusjf::Legal mesmo, parabéns. Acho que temos raízes culturais fascinantes e extremamente vastas, que podem oferecer uma infinidade de temas, mas que a gente infelizmente não valoriza (ou pior, pois sabemos que há toda uma camada da população que luta contra isso), por motivos igualmente desalentadores que já conhecemos muito bem.
Mas só uma coisa me incomoda, gente... Já que o jogo tá em pauta, eu sou uma pessoa ruim porque tenho um Mombasa na minha coleção? devo queimá-lo? Minha capacidade de abstração e discernimento de que aquilo é só um jogo e não uma espécie de bíblia ou código de valores não são o bastante? Isso realmente me preocupa, porque se for assim, então ele só a ponta do iceberg.
Isso me lembra o caso do "jogo do demônio" (termo aplicado ao RPG e Trading Card Games em vários momentos da nossa história) e aquele episódio das Família Dinossauro em que o Dino vira censor e começa a proibir palavras na TV...
Não está errado, um jogo em si é só um conjunto de mecânicas. Mas, como uma forma de expressão, ele significa uma série de conteúdos que se revelam de nossa cultura. Talvez sequer o próprio autor tenha atentado para isso à época em que desenvolveu o jogo, mas, conforme a comunidade foi se desenvolvendo, esse conteúdo foi se revelando.
Um caso bastante exemplar é o do Spirit Island. Ele em si é um conjunto de mecânicas, mas, devido à sua temática, ele jogou uma luz sobre praticamente todos os outros jogos sobre colonização, pois esses ignoram que a conquista de novas terras pelos europeus se deu à custa do genocídio de civilizações inteiras.
A conclusão é: jogue tranquilo o seu Mombasa e divirta-se. Agora, inclusive, esse jogo terá uma nova camada para você que, após a jogatina, poderá debater esse tema com seus amigos. Longe de ser uma pessoa má, você provavelmente se tornará uma pessoa melhor porque agora possui mais repertório sobre um tema tão importante e atual!