Qualquer pessoa que já conheceu o Torres, é impossível não compará-lo com o Santorini. Ambos possuem movimento em grade e em 3 dimensões, usam blocos para construir o tabuleiro e ambos tabuleiros são quadrados. Mas a comparação é quase algo como Xadrez vs Damas. Seguem meus dois centavos:
Santorini é um jogo excelente para o seu objetivo: é um filler para duas pessoas. Uma partida ou melhor de 3, como preferir, belíssimo. Mas não serve como o prato principal da noite, ou da jogatina. Em 3P, é caótico; e, em 4P, só se em times equilibrados (Pai+Filha vs Mãe+Filho), porque, além dos desequilíbrios dos poderes das cartas, ter times desequilibrados é muito frustrante. Ele não entrou na disputa do Spiel, mas entrou na lista dos recomendados de 2018. Quanto mais desequilibrado o jogo, mais rápida é a partida, então isso acaba não sendo um problema tão grande.
Torres também é excelente, mas enquanto o Santorini serve de sobremesa ou de entrada, Torres entra como o prato da noite. Como ele tem controle de área e não altera o tamanho do tabuleiro, em 2P o jogo brilha menos do que em 3P ou 4P. Eu recomendo fortemente a jogar com as regras avançadas: você começa com todas as cartas de efeitos na mão e pode jogar uma por turno ao custo de 0 AP; e tem uma pontuação extra que é sorteada no setup do jogo. E para facilitar, eu explico cada carta. O jogo não tem sistema de catch up, logo, pode ser um pouco frustrante passar a última meia hora do jogo sem nenhuma chance de reverter sozinho o jogo, por isso é sempre bom manter a marcação. Quanto ao Spiel, ele foi vencedor em 2000, o segundo da dupla Kiesling e Kramer (com Tikal, em 1999).
Hoje o Torres e o Tikal talvez competiriam entre os Kennerspiel, mas na época só tinha o Spiel e foram merecidamente vencedores. Santorini veio num ano difícil. Entre os nomeados estavam Azul (vencedor), Luxor e The Mind. Entre as recomendações, só conheci o Santorini (as demais foram 5-Minute Dungeon, Facecards, Majesty: For the Realm, Memoarrr! e Woodlands).