kaioschi::Excelente, sem mais.

O texto veio numa hora precisa para mim, estava prestes a cometer um crime contra minha carteira (Rococó Deluxe) e a reflexão solidificou minha decisão depois de dias olhando para os números e um carrinho de compras sedutor e assustador.

O pior é quando entramos numa verdadeira guerra entre nossa consciência e nossa ansiedade. Somos capazes de criar os argumentos mais toscos para justificar nossos impulsos. Não tem problema nenhum em comprar o Rococó Deluxe. O problema é comprá-lo mesmo quando no fundo você acha que não deve fazê-lo. 

Infelizmente vejo acontecer no tabuleiro algo que já é recorrente em outros trechos desse Brasil: a gourmetização!
Antes coisa gourmet era vinho, que pouquíssimos membros da intelligentsia entendiam. Agora tudo precisa ser gourmet, da cerveja gelada do happy hour ao esporte (vide as bicicletas de 10 000,00, mais equipamento que custa outro tanto), passando pelo cachorro (já que vira-latas só o vizinho tem) e celulares.
E os jogos estão nessa situação que além de chata (já que gostar de tomar Skol virou motivo pra olhares reprovadores) DÓI DEMAIS NO BOLSO, já que o item gourmetizado tem preço de caviar, pois a sacralidade do produto exige que seu apreciador raspe a conta bancária para manter a degustação, que muitas vezes serve pra mostrar pro vizinho o quanto se é chique e refinado - até num jogo de mesa.
Desculpe o desabafo num tópico tão acertado!

adolfocaetano::Infelizmente vejo acontecer no tabuleiro algo que já é recorrente em outros trechos desse Brasil: a gourmetização!
Antes coisa gourmet era vinho, que pouquíssimos membros da intelligentsia entendiam. Agora tudo precisa ser gourmet, da cerveja gelada do happy hour ao esporte (vide as bicicletas de 10 000,00, mais equipamento que custa outro tanto), passando pelo cachorro (já que vira-latas só o vizinho tem) e celulares.
E os jogos estão nessa situação que além de chata (já que gostar de tomar Skol virou motivo pra olhares reprovadores) DÓI DEMAIS NO BOLSO, já que o item gourmetizado tem preço de caviar, pois a sacralidade do produto exige que seu apreciador raspe a conta bancária para manter a degustação, que muitas vezes serve pra mostrar pro vizinho o quanto se é chique e refinado - até num jogo de mesa.
Desculpe o desabafo num tópico tão acertado!

Tá tudo bem, jovem. Obrigado pelo desabafo. Estás no lugar certo.

Ótimo texto, ótimos ensinamentos.

Fiz muito isso no começo, comprei diversos jogos "iguais", jogos que eu "descobri" que eu não gostava.
Sem contar vários que eu abri a caixa, destaquei os tiles e sequer cheguei a abri os decks, vendi literalmente aberto para conferir se eu queria o jogo ou não.

Hoje estou mais seletivo, mas ainda caio em um ou outro lançamento que "todo mundo precisa ter".

Enfim, vivendo, jogando e aprendendo.

elvislucas::Ótimo texto, ótimos ensinamentos.

Fiz muito isso no começo, comprei diversos jogos "iguais", jogos que eu "descobri" que eu não gostava.
Sem contar vários que eu abri a caixa, destaquei os tiles e sequer cheguei a abri os decks, vendi literalmente aberto para conferir se eu queria o jogo ou não.

Hoje estou mais seletivo, mas ainda caio em um ou outro lançamento que "todo mundo precisa ter".

Enfim, vivendo, jogando e aprendendo.

Sim, vivendo, jogando e aprendendo.

Não pense que às vezes eu também não caio numa cilada aqui ou ali

O importante é aprender com os erros e não se punir por causa disso.

Ótimas reflexões!!
Já comprei muito jogo por impulso e me arrependi. Hoje gosto (e jogo) apenas metade do que tenho na estante, e isso me fez pensar muito a respeito do consumismo vinculado ao hobby - problema que venho tentando monitorar de forma mais consciente  há mais de um ano. 
Todos esses passos que você citou são fundamentais para não embarcar no "hype", ou não desperdiçar tanto tempo, espaço e dinheiro. 
Concordo que este texto deveria ser fixado aqui na Ludopedia e em outros fóruns sobre boardgames, pq vai ajudar muita gente.
Grata pelo texto!!

tatirewisky::Ótimas reflexões!!
Já comprei muito jogo por impulso e me arrependi. Hoje gosto (e jogo) apenas metade do que tenho na estante, e isso me fez pensar muito a respeito do consumismo vinculado ao hobby - problema que venho tentando monitorar de forma mais consciente  há mais de um ano. 
Todos esses passos que você citou são fundamentais para não embarcar no "hype", ou não desperdiçar tanto tempo, espaço e dinheiro. 
Concordo que este texto deveria ser fixado aqui na Ludopedia e em outros fóruns sobre boardgames, pq vai ajudar muita gente.
Grata pelo texto!!

Eu mesmo só tenho uns 3 jogos que comprei no meu primeiro ano de hobby... Acho que, principalmente os novatos, compram demais e jogam de menos, então não sabem muito bem nem do que gostam, então acabam com muita coisa parada na prateleira depois de um certo tempo... 

tatirewisky::Ótimas reflexões!!
Já comprei muito jogo por impulso e me arrependi. Hoje gosto (e jogo) apenas metade do que tenho na estante, e isso me fez pensar muito a respeito do consumismo vinculado ao hobby - problema que venho tentando monitorar de forma mais consciente  há mais de um ano. 
Todos esses passos que você citou são fundamentais para não embarcar no "hype", ou não desperdiçar tanto tempo, espaço e dinheiro. 
Concordo que este texto deveria ser fixado aqui na Ludopedia e em outros fóruns sobre boardgames, pq vai ajudar muita gente.
Grata pelo texto!!

Muito obrigado. Fico feliz que tenha sido útil

Acho difícil ver este texto estampado na página inicial porque, ainda que seja importante falarmos sobre esse assunto delicado em meio ao hobby, ironicamente o hobby também só sobrevive em meio ao consumismo. O problema real está no consumismo exacerbado, fora de controle. O site sobrevive de publicidades veiculadas por empresas que esperam vender seus produtos para a gente. Não condeno o site de forma alguma, é simplesmente como a lógica da coisa funciona. Um texto como este poderia ser encarado como uma espécie de propaganda negativa, eu entendo.

As empresas também não têm responsabilidade sobre nossos hábitos de consumo, elas estão apenas jogando o jogo, com o perdão do trocadilho. A conscientização vem de dentro, textos como este são apenas um alerta. Do mesmo jeito que uma propaganda não está explicitamente "te forçando" a comprar o jogo. 

Fico feliz que ainda assim meu texto esteja alcançando pessoas e gerando reflexões positivas, mesmo não obtendo uma visibilidade maior nos espaços de prestígio do site (e novamente, eu super entendo isso, de verdade). Se uma pessoa aqui repensou sua atitude de forma consciente, já valeu meu esforço.

Nessa quarentena eu vendi metade da minha coleção e ainda tenho mais de 40 jogos. Estou satisfeito com esse número por enquanto. É uma quantidade enorme pra uns, ou uma quantidade ínfima para outros. Não tem certo nem errado, não tem número mágico. O certo é a pessoa estar bem consigo mesma.

diegosantos88::
Eu mesmo só tenho uns 3 jogos que comprei no meu primeiro ano de hobby... Acho que, principalmente os novatos, compram demais e jogam de menos, então não sabem muito bem nem do que gostam, então acabam com muita coisa parada na prateleira depois de um certo tempo... 

Justamente. Jogo parado é dinheiro parado, tempo perdido. Melhor passar adiante para alguém que vá aproveitá-lo melhor e recuperar parte desse dinheiro.

LuisPerdomo::As empresas também não têm responsabilidade sobre nossos hábitos de consumo, elas estão apenas jogando o jogo, com o perdão do trocadilho. A conscientização vem de dentro, textos como este são apenas um alerta. Do mesmo jeito que uma propaganda não está explicitamente "te forçando" a comprar o jogo. 

Fico feliz que ainda assim meu texto esteja alcançando pessoas e gerando reflexões positivas, mesmo não obtendo uma visibilidade maior nos espaços de prestígio do site (e novamente, eu super entendo isso, de verdade). Se uma pessoa aqui repensou sua atitude de forma consciente, já valeu meu esforço.

 Perfeito! Criticar o "sistema" (essa criatura subjetiva, sentada num trono, às vezes chamada capitalismo, às indústria, às vezes capital) é uma maneira esfarrapada de tirar a culpa dos ombros. Cansei de ver professor na licenciatura de história (Sou dentista de profissão e fiz História por paixão, com desejo de dar aula - pode me chamar de louco) que criticava o capitalismo por "provocar" o consumismo entrar em sua SUV nova pra ir embora. Quem faz precificação, valoração, exploração em material de consumo supérfluo (seria o tabuleiro um gênero de primeira necessidade, ao lado do arroz tão criticado pela inflação de seu valor?) ter o valor que tem é o consumidor que se sujeita a pagar. Desculpas sobre impostos ou cotação de moeda estrangeira é um modo de passar o pano na própria "subserviência" ao "sistema", mas que não pode viver sem o mimo do treco comprado a peso de ouro. Toda essa discussão esfarrapada (na minha humilde e verborrágica opinião) sobre os valores dos jogos de tabuleiro me lembra muito o chilique quando o assunto é aquisição de automóveis. Brasileiro reclama dos preços mas lambe o chão das montadoras.!