Autora:
B. Côrtes
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Não é a primeira vez que
viajo na temática espacial. Mas você, mana, há de convir que um jogo que promete te levar à Lua já chega provocando altas expectativas. Para quem não está de primeira viagem, o efeito acaba sendo seu oposto: “promete demais? Traz de menos” – pensei. E foi assim que eu quebrei lindamente a cara com uma playtest de “mais um” eurogame que traz temática especial – sim, essa é a palavra certa. Não estou aqui para explicar o jogo, coisa que já está muito bem feita por aí, mas para comentar a experiência que tive. Partiu mundo da Lua?
Tabuleiro central do protótipo avançado de Luna Maris, a ser publicado pela editora Meeple BR.
Em meio à onda de hypes marcianos, Luna Maris foi corajoso em voltar olhos para a Lua. Mais próximo de nós, o satélite é fonte de recursos minerais valiosíssimos visados por até quatro grandes organizações e suas equipes de pesquisa, que, como na realidade, devem ter sua pitada de agressividade para conquistar algum destaque em seu empreendimento lunar. A história nos lembra o autor: também um tanto mais próximo que os astrodesigners que costumamos conhecer, Ricardo Amaral é brazuca, e promete um título de porte para o catálogo nacional. Não seria a vez dos “zucajogos” ocuparem um pedacinho do espaço até então monopolizado pelos eurogames?
Apesar de toda a coisa astral, o clima todo fica muito diferente do que o que costumamos encontrar. Isso por conta da riqueza de detalhes do jogo: cada ação possível, recurso, missão, cada pedaço da estrutura de pontuação tem ciência até nas minúcias. Para mim, nerd-raiz, foi bom ter um descanso da diplomacia alienígena e mesmo do futurismo distópico exacerbado. Longe disso, encontrei em jogo cientistas com especialidades pertinentes, salas de trabalho e salas – muitíssimo bem-vindas – de descanso, e até um cardápio vegano adequado às condições de pressão e temperatura e tudo o mais que só a física explica pra a gente.
Detalhe explicativo de alguns componentes do jogo. Imagem retirada do Facebook oficial Luna Maris.
Em suma, Luna Maris está prestes a se realizar como um título brasileiríssimo de substância, com mecânicas da escola europeia que o antecede muito bem aplicadas, gostoso, com um tempo de jogo bom e promessa de componentes adoráveis para quem, como eu, sabe que tudo cabe em papel e madeira. Mais que isso, é um jogo em que se aprende alguma coisa. Não só como acumular e poupar energia para suas ações, mas por que o hélio é tão valioso e que alho poró é um prato das galáxias. Gosto disso, gosto de coisas feitas de forma entregue e detalhista. Não é à toa que o jogo escolhe a Lua: clássica inspiração para quem sabe olhar.
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