Quando fui apresentar para um amigo o Tikal, eu falei assim: "Mano, tenho um jogo de tabuleiro aqui móh legal, vamos jogar?" e ele foi respondendo: "É tipo war? Mas eu nunca joguei war!"
Caramba, não dá para ofender um jogo que nem o War, que um amigo que nunca tinha jogado um jogo de tabuleiro, o conhece. Poxa, temos que aprender a ter paciência e aprender a trazer novos jogadores no hobby.
Eu sou o dono dos jogos em um dos meus grupos, durante a primeira vez, jogando com eles, eu sempre sou o responsável por explicação das regras e enquanto jogamos, vou dando dicas para eles entenderem melhor o jogo e até mesmo vencer. Inclusive, eu até tomo caminhos para não vencer a primeira partida, justamente porque eu sei que a experiência da vitória assim como saber que você perdeu mas poderia ter ganho é motivacional. Quem não gosta de vencer? Quem depois de vencer não quer uma nova experiência e ai jogar de novo? Ou então quem não quer ganhar depois de entender porque perdeu, jogar de novo para corrigir aquele erro que tirou sua vitória? Quem não gosta disso?
E por outro lado, digo por experiência própria, quando a pessoa perde e não entende nem porque perdeu, dá uma sensação de que teve uma experiência negativa. Meu exemplo é o Terraforming Mars, quando o joguei, me explicaram de uma forma que ficou bem confusa o entendimento do jogo e durante ele, fui jogando e perguntando o tempo todo sem entender bem a dinâmica do jogo e ao final, só senti a experiência de que perdi e sem nem saber porque.
Como joguei só uma vez, até hoje não sei se eu gostei ou não do TfM kkkk. Jogaria de novo porque sou persistente, mas sei que outras pessoas não jogariam de forma alguma, porque em determinado momento do jogo que durou 3 horas, foi chato para mim criar recurso, usar e passar minha vez, me senti jogado pelo jogo kkkkk.
Voltando ao caso inicial. Eu expliquei para meu amigo que não era o War, mas é tipo kkkk. Entrei na dele. E apresentei ele ao Tikal. Jogamos e ele gostou muito. E depois eu falei, vou tentar arrumar um jogo tipo War para gente jogar, mas que tenha fim kkkkk.
Na hora de apresentar o jogo, dependendo da pessoa, eu apresento falando que jogos de tabuleiro são como ferramentas de interação social, assim como filmes ou séries, porém com a vantagem de desenvolver pensamento crítico, cognitivo e raciocínio lógico. Enquanto para outros já apresento como uma espécie de diversão e passatempo mesmo.
A minha posição é: não acho certo apedrejar o War, Banco Imobiliário e etc., estes dois específicamente me trouxeram aqui e continuam trazendo pessoas até aqui. Independente dos seus problemas, se as pessoas conhecem só eles, já meio caminho andando para apresentar uma coisa nova, pois elas já vão estar prontas para uma nova experiência. Mesmo que elas sempre tenham falido no Banco Imobiliário ou sofrido com horas de um jogo de War sem fim. Temos só que pedir permissão para mostrar para elas que há espaço para boas experiências sem esse sofrimento passado.
Faz um tempo que não ouço é tipo war, mas a última vez que eu ouvi, foi bom. Só tive que explicar que é tipo porém mais rápido. Quer experimentar?
Pode ser que daqui a uns anos, alguns amigos meus não aguentem o Coup, pois eu sempre levava nas nossas reuniões e encontros (antes da quarentena). Alguns já compraram a própria cópia. E pode ser que o Coup tome a posição do War, Banco imobiliário ou Imagem e Ação na vida dessas pessoas, mas o meu papel não é julgar o que jogaram, é mostrar que é acessível outros jogos.