Oficina de Miniaturas – Por Cláudio Villa
Olá pessoal,
Meu nome é Cláudio Villa, tenho trinta e quatro anos e a partir de hoje irei partilhar com vocês um pouco sobre modelismo e miniatura. Eu iniciei no hobby por acaso, quando em 1992 entrei em uma loja da Games Workshop na Espanha e vi um cara pintando um goblin. Ali comprei minha primeira caixa de miniaturas, algumas tintas e pinceis e comecei a brincar.
Modelismo não era algo estranho em casa, já que meu pai há muitos anos construía em sua oficina modelos de navios a vela a partir de kits, plantas e desenhos. Quando criança eu passava horas ao lado dele, me apaixonando pelo modelismo e pelos navios antigos.
Ao longo das próximas semanas quero abordar aqui diversos assuntos relacionados ao hobby: técnicas, teorias, jogos etc. Que tal começarmos abordando um pouco da história do modelismo?
Das pirâmides ao plástico
As miniaturas surgiram como representações de guerreiros e seus primeiros exemplares datam ainda do antigo Egito. Ao longo dos séculos eles estiveram presentes em diversas culturas, mas foi por volta do século XVIII que surgiram os avôs das miniaturas atuais, popularmente conhecidos como soldadinhos de chumbo. Os primeiros exemplares tinham uma aparência 2D e eram moldados ao se derramar metal líquido sobre duas placas de pedra.

Diorama representando um exército composto de miniaturas 2D
Nos anos seguintes, diferentes técnicas e materiais foram utilizados entre eles o alumínio, ferro, composto (uma mistura de cola e serragem) e o mais comum, o chumbo. A partir de 1950 com o desenvolvimento do plástico (mais durável, leve e barato) o mercado se expandiu, popularizando as miniaturas como brinquedos.
Em meados da década de 1990 houve um ressurgimento das miniaturas metálicas, mais detalhadas e voltadas ao público de hobbistas. Com o tempo, o chumbo (metal tóxico ao toque) foi substituído por ligas metálicas mais leves, geralmente de estanho, que são mais leves, tem melhor definição e resistência mecânica.
Exemplos de miniaturas e seus materiais: chumbo, liga de estanho, plástico
Por muito tempo as miniaturas representavam apenas figuras militares históricas, mas isso logo iria mudar.
Masmorras e Dragões
Em meados da década de 1960, com a crescente popularização do gênero de fantasia (impulsionado pelas obras de Tolkien) nos EUA, os praticantes de wargaming começaram a voltar sua atenção para jogos que simulavam batalhas entre seres fantásticos, criando conjuntos de regras para esses cenários como o Chainmail.
Em 1974, Gary Gigax usou o Chainmail como base para um conjunto de regras que utilizava personagens individuais ao invés de exércitos, batizando-o de Dungeons & Dragons, o precursor do R.P.G moderno.
Hoje em dia, apesar das miniaturas históricas ainda terem um forte apelo, muitas companhias desenvolveram seus negócios quase que exclusivamente com miniaturas de fantasia e ficção cientifica. Entre as mais conhecidas estão a Reaper Miniatures, a Games Workshop, a Dark Sword entre outras.
Na próxima coluna vamos falar sobre o hobby em si, quem pode desenvolvê-lo e o que é preciso para começar. Até lá.
Cláudio Villa
"Eu sempre quis ser um pirata sanguinário, pilhar navios, saquear cidades e roubar muito ouro. Logo meu pai me convenceu que essa não era uma forma positiva de encarar a vida e que eu deveria fazer algo mais tranquilo. Resolvi pintar miniaturas e desde então me tornei um cidadão de bem. Nessa coluna irei apresentar um pouco sobre o modelismo de figuras: técnicas de pintura, jogos, dioramas e tudo o que se relacionar ao hobby. Pegue seus pinceis e tintas e vamos trabalhar."