Die Tavernen im Tiefen Thal é um jogo familiar bem ao estilo alemão que se estrutura no mecanismo de colocação de dados e também no deck building. A sensação que nos transmite é mesmo a de sermos donos do boteco e com muita vontade de ganhar dinheiro para o melhorar e com isso atrair mais e melhor clientela, de preferência nobre!
O nosso baralho inicial não é muito eficiente. No decorrer do jogo, no entanto, melhores cartas vão sendo adicionadas graças ao mecanismo de deck building, com a agradável possibilidade de ter as cartas adquiridas disponíveis logo na ronda seguinte. Uma medida sensata, caso contrário, elas seriam usadas muito pouco ou talvez nem tivessem tempo de entrar no decurso das 8 rondas que dura o jogo.
O jogo usa dois tipos de moeda, o dinheiro e a cerveja. O dinheiro permite melhorias, a cerveja permite atrair mais e melhor clientela.
Os dados são usados para ativar as cartas de clientes que por sua vez pagam pelo serviço e nos fazem amealhar dinheiro; ou ativar os recursos da taberna que nos permitem servir os clientes, como o serviço à mesa, o lavar da louça ou os carregamentos de cerveja indispensável ao dia a dia.
O elemento sorte existe inevitalmente quando dados e cartas se juntam ao balcão, mas no caso dos dados, o draft dissemina essa aleatoriedade, enquanto a robuta empregada que lava a louça, permitindo-nos adicionar +1 ao valor de um dado, atenua eventuais azares na seleção final dos dados.
A qualidade dos componentes do jogo é muito boa e diversificada. Na caixa podem encontrar-se vários zipbags, muito úteis para armazenar os componentes, que são muitos e alguns deles de dimensões bem reduzidas.
Os tabuleiros individuais (taberna) são fantásticos e os seus encaixes, tipo puzzle, ajudam a concretizar o mecanismo das melhorias, empurrando a temática e fazendo crescer dentro dos jogadores a sensação de evolução da taberna. Quanto ao grafismo completamente em linha com aquilo que se pretende num jogo onde cerveja, gente robusta e calejada pelo trabalho se emulsionam.
Os cinco módulos garantem variabilidade e sensações diferentes em função daqueles que se escolham usar. No entanto, qualquer que seja a escolha, o jogo flui bem, embora a experiência se aproxime bastante de um multiplayer solitário, que pessoalmente não me incomoda nada.
A interação, embora exista por via do draft, não é assim tão significativa que se possa catalogar Die Tavernen im Tiefen Thal como um jogo com muita interação entre os jogadores. Existe mas pouco expressiva.
Em suma, um eurogame médio de qualidade, uma experiência de jogo muito temática, bem pensada e visualmente apelativa.