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Resenha Dungeonology: Quando o hype dá uma rasteira

Dungeonology: the Expedition

andrekohn11/05/20 20:35

andrekohn

11/05/20 20:35

418 mensagens MD

Dungeonology: The Expedition foi lançado no fim do ano passado pela Ludus Magnus Studio e quando bati os olhos no kickstarter fiquei encantado. Embora tenha pego a versão retail meses depois, o jogo tinha diversas características que me pareciam interessantes: temático, mais leve e descompromissado do que os jogos que costumo jogar, habilidades assimétricas, arte linda, componentes de qualidade, miniaturas, muita interação e a premissa completamente original de ser um dungeon crawler no qual, ao invés de sair por aí atacando criaturas e procurando loot, somos estudantes fazendo seu mestrado pra Universidade e temos como tarefa compreender a espécie que mora na dungeon e submeter nossa tese antes dos outros alunos para conquistar mais pontos de vitória e vencer o jogo.

Dungeonology: Componentes (FOTO)

Apenas pelo fato do tema do jogo ser tão original, já merecia minha atenção. Olhei rapidamente as mecânicas e peguei. Mas, depois de jogar algumas poucas vezes, compreendi que o trem do hype tinha me atropelado.
O jogo é bastante simples, com os jogadores movendo seus personagens pela dungeon e tentando coletar cubos de informação para poderem submeter sua tese no final. Para isso, os jogadores vão abrindo novos tiles da dungeon e jogando cartas de sua mão que podem contribuir para passar nos testes e coletar os cubos, dar habilidades especiais para aquele turno ou atrapalhar o adversário numa jogada – sim, caso você ache importante pode jogar uma carta para reduzir as chances de sucesso do seu oponente em um teste.

No jogo também vemos um “boss” que fica perambulando pela dungeon e se metendo no nosso caminho, seja pra dar porrada ou pra nos jogar pra mais longe do nosso objetivo. E assim o jogo flui: abrindo novos tiles, descendo nas profundezas da dungeon, jogando cartas para coletar cubos, usando nossas habilidades especiais até que alguém submete a tese, o que faz o gatilho para o fim do jogo e os outros então correm para alcançar mais uns pontinhos ao seu final.

Utilização de cartas é o principal mecanismo do jogo. (FOTO)

O Boss do jogo serve para atrapalhar todos os jogadores. (FOTO)

Bom, a verdade é que Dungeonology promete o que cumpre, mas não promete muito e usa sua lábia para te convencer de que suas promessas são grandes. E eu caí na lábia do malandro. Isso porque o jogo é extremamente aleatório, deixando pouco espaço para estratégia e focando mais na tática e no quão adaptável você consegue ser no seu turno. Contudo, no seu turno você tem pouquíssima variedade de ações: basicamente andar, tentar coletar cubos ou jogar alguma carta que permita uma habilidade especial. O take that não está apenas presente, mas é, talvez, a mecânica principal do jogo. E, no fim das contas, infelizmente, Dungeonology não cumpre o seu propósito (para mim): divertir.
Quais as decisões a serem tomadas no seu turno? Posso andar, tentar pegar cubos - da dungeon ou de outro jogador - ou fazer alguma habilidade caso possua uma carta para tal. Turno do outro? Vou fazer o possível pra impedir que ele progrida, de forma direta, podendo fazer com que o turno do meu adversário seja completamente nulo. Achei um jogo muito raso, até mais que o necessário. Fica a sensação de que faltou algo. E as regras? Bom, são tantas e com tantas exceções que temos que recorrer ao manual diversas vezes, mas o jogo está longe de ser denso, estratégico, tenso. Simplesmente não compensou por aqui.

Dungeonology é ruim? Olha, como já disse, nesse aqui fui eu que caí na lábia do vendedor e fui atrás de algo que ele nunca prometeu, mas fez com que eu acreditasse que queria aquilo.
Se você gosta de zoar o amigo e rir do fracasso dele, jogar de uma maneira bem leve e descompromissada, se adaptar às poucas ações que você tem no seu turno e usar suas habilidades especiais, esse jogo é pra você, especialmente por conta da qualidade imensa dos componentes e da arte.

É difícil destacar no jogo mecânicas ruins, sem sentido, regras estranhas, falta de variabilidade, falta de interação, algo que permita adjetivá-lo como”ruim”. Não é, só não tem nada demais no jogo, nada que seja tão bom quanto os componentes e a arte. Então cuidado pra não fazer a conta errada: hype + minis + arte +tema original + bons reviews = diversão. A conta nem sempre vai ser assim.
Não foi pra mim. Pode ser pra outros.

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Comentários:

Allansy
88 mensagens MD

Allansy11/05/20 23:22

Allansy » 11/05/20 23:22

Tá aí um que entrei nesse hype mas resisti ao KS (leia frete) ahahaha
Boa resenha me livrou de uma ahaha

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andrekohn
418 mensagens MD

andrekohn12/05/20 12:19

andrekohn » 12/05/20 12:19

Allansy::Tá aí um que entrei nesse hype mas resisti ao KS (leia frete) ahahaha
Boa resenha me livrou de uma ahaha

Obrigado meu caro. Faz parte né hahaha
Às vezes a gente se esquiva, às vezes não. Jogo é bom, só não é pra mim.

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mauricioherrer
49 mensagens MD

mauricioherrer14/05/20 08:54

mauricioherrer » 14/05/20 08:54

Board game é ki nem casamento. Só sabe se vai dar certo depois que casa.

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Odanan
938 mensagens MD

Odanan14/05/20 13:50

Odanan » 14/05/20 13:50

mauricioherrer::Board game é ki nem casamento. Só sabe se vai dar certo depois que casa.

Dica: teste antes

(os jogos e o casamento)

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NightCrawler
57 mensagens MD

NightCrawler18/05/20 09:40

NightCrawler » 18/05/20 09:40

Em primeiro lugar, parabéns pela resenha, foi muito bem escrita!

Já passei pela tristeza da pré-venda comprando o Anthem (PS4), que foi caro e decepcionante... Depois disso prometi que nunca mais compraria nada antes de testar ou de ter os problemas oficiais expostos.

O problema que temos nos board games é que nem todos serão lançados no Brasil, o que faz com que, em alguns casos, tenhamos que arriscar (fora os itens exclusivos do KS...). Outro empecilho é o bendito hype, que é capaz de esgotar a tiragem do jogo (O Nemesis, por exemplo, é muito difícil achar... E quando surge é mais de U$ 300)

No final das contas, se a grana estiver disponível, prefiro arriscar e depois passar o jogo do que ficar sem ele...

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