É, parece que o rolar de dados não foi de sorte, ou a carta de Pandemia era uma das primeiras no nosso baralho de eventos…
E um ano que já ia meio conturbado, trouxe um desafio nunca antes vivido nessa escala: uma pandemia.
Inevitavelmente me veio a mente o jogo Pandemic, o mapa mundi e as infecções se alastrando continente a continente. Cubinhos se multiplicando rapidamente pelo tabuleiro… respira, mas longe dos outros.
Com isso veio o isolamento, que sem alguma atividade pra ocupar a mente, vai transformando precaução em paranóia. E quem tem pequenos em casa? Escolas fechadas costumam gerar, digamos, uma certa ansiedade nos pais
Isso me lembrou essas sugestões para férias que escrevi em 2019: E que venham as férias. Podia ser um ponto de partida… mas dessa vez eu gostaria de ir um pouco além e oferecer opções pra quem não está preparado com uma coleção para o período, ou que no melhor estilo apocalipse zumbi, terá que se virar com impressora, lápis e papel ou um baralho comum.
Se você tiver uma criança maior, de uns 9, 10 anos, pode até começar com Pandemic mesmo e aproveitar pra conversar um pouco sobre o que está acontecendo. As crianças também tem sido muito bombardeadas com informações sobre a Pandemia e muitas estão ansiosas e assustadas. Minha pequena de quase 6 tem achado tudo divertido na verdade, e disse que vai achar legal fazer as atividades da escola em casa (quero ver até quando) já a mais velha, de 12 anos, começou com uma tosse e já ficou apavorada.
O tempo todo recebo comentários de quem lê os meus textos sobre como não consegue jogar com as crianças, que elas não se concentram, que não tem paciência… e em tempos de telas na palma da mão e imediatismo de respostas, isso não é de se espantar. Mas o que posso dizer é que é um processo, e se você nunca fizer isso de sentar com os pequenos e apresentar jogos bem simples de inicio, com pacência pras levantadas, distraídas, propostas de uso de componentes pra outras finalidades, eles vão demorar bastante a pegar o espírito da coisa. No início, quando minha filha menor tinha pouco mais de 3 anos e comecei a apresentar jogos, passei por tudo isso com ela, mas hoje com quase 6 anos, joga muita coisa, Kingdomino, Sereias, Patchwork. Hive, Parade, e temos reservado uma horinha ou pelo menos algum momento juntas para jogar praticamente todos os dias.
Se você tem uma coleção de jogos já, pode começar pelos favoritos e aos poucos você poderá ir apresentando aqueles que você também gosta mais, mesmo que tenha que simplificar algumas regras ou terminar uma partida bem antes.
Muitas lojas ainda estão vendendo jogos para entrega, então, tomando os devidos cuidados na hora de receber a encomenda, pode ser uma boa opção acrescentar alguma novidade.
Mas caso não seja também o momento de de gastar os recursos que podem estar contados, afinal o importante é saber alocar os recursos, não é? Uma boa opção pode ser procurar algum jogo print and play, isso claro se você ainda tiver tinta e papel pra sua impressora.
Testei um jogo bem divertido com as meninas chamado Candy Craze, ganhador do prêmio de primeiro lugar num concurso de jogos print and play de 2018 (The Roll and Write Global Jam) aqui adoramos coisas com temas de Halloween então esse veio bem a calhar, como as instruções estão em inglês, embora seja simples, tive que ler algumas vezes para entender realmente, gravei um pequeno vídeo das instruções para facilitar.
Basicamente vocês são crianças andando pela rua e coletando doces cada um com a sua cestinha em forma de abóbora, na qual de acordo com o número sorteado no dado que representa cada doce indicará a posição onde você vai encaixar o doce escolhido, pode parecer muito simples, mas os doces têm tamanhos diferentes e pontuações diferentes o que acaba tornando a escolha não tão simples como parece inicialmente. De cara jogamos duas vezes seguidas e as meninas adoraram jogo. Mas é igualmente divertido para adultos. Vou deixar links de algumas opções de print em play no final do post, que tem jogos para crianças também. No Caso do Candy Craze além da impressão, você precisará de 5 dados, de preferência de cores diferentes, caso não tenha, existem vários apps com dados vituais, como esse, por exemplo: https://play.google.com/store/apps/details?id=net.kosev.dicing
Mas e se a tinta e papel da impressora acabar, o que fazer? Pode ser um momento para relembrar alguns jogos da infância em que só precisava de um lápis e papel.
Crianças que estão começando a ler podem se divertir jogando Forca com palavras simples, a minha Alice joga sempre com o pai e hoje em dia ela adora, joga até de cabeça sem precisar nem de lápis e papel. Se já estiver bem firme na leitura, que tal apresentar o superclássico STOP? (que só recentemente descobri que em alguns lugares se chama Adedonha!) Nesse jogo fazemos colunas com várias categorias, por exemplo: animal, filme, fruta, carro e por aí vai, sorteia-se uma letra e em cada coluna é preenchido um item da categoria começando com a letra escolhida. Pura nostalgia.
Lembrei essa semana de um joguinho muito simples que tenho vontade de apresentar para as meninas: uma disputa de fazer quadradinhos ligando pontinhos, que ao serem fechados você coloca sua letra dentro.Cada um faz um traço e tenta fechar mais, se ao colocar o traço fechar um quadradinho você coloca sua letra dentro. Quem fechar mais quadradinhos ganha. Eu não tenho a menor ideia de como chama, mas vou colocar uma foto ao lado tenho certeza que muita gente vai lembrar dele.
E se você foi pego totalmente desprevenido nessa, muito provavelmente pelo menos um baralho você tem. Sinceramente não sei nada de jogos de baralho, nunca joguei truco, não entendo nada de buraco, canastra ou seja o que for, no máximo joguei 21. Mas criança adora jogos de tapão, e com um baralho comum dá pra fazer fácil um jogo assim. Basta dividir o baralho igualmente entre os jogadores e cada um coloca uma carta formando uma pilha no meio falando um número na sequência, quando o número bater com a carta que foi colocada, é hora do tapão. Quem pegar todas as cartas é o vencedor. Você pode ou não usar as cartas de K J e Q, geralmente eu usava como número 10. Como tem mais, o 10 quando chega acaba gerando batidas erradas, o que é bem engraçado. O As conta como 1. Enquanto você não tem o ótimo Taco, Gato, Cabra… da Papergames, pode quebrar o galho dando uns tapas num baralho especialmente se andar precisando descarregar o estress nessa Corontena.
#fiqueseguro
#fiqueemcasa
Mais alguns links para testar jogos Print ad Play:
jogamana::Lembrei essa semana de um joguinho muito simples que tenho vontade de apresentar para as meninas: uma disputa de fazer quadradinhos ligando pontinhos, que ao serem fechados você coloca sua letra dentro.Cada um faz um traço e tenta fechar mais, se ao colocar o traço fechar um quadradinho você coloca sua letra dentro. Quem fechar mais quadradinhos ganha. Eu não tenho a menor ideia de como chama, mas vou colocar uma foto ao lado tenho certeza que muita gente vai lembrar dele.
Joguei bastante no 2o. grau! Parece q lá fora esse jogo se chama "Dots and boxes", se vc procurar por esse termo no Google Play vai achar vários apps pra jogar até mesmo online. Tem alguns em português tb com o nome de "Jogo do Pontinho".
jogamana::O tempo todo recebo comentários de quem lê os meus textos sobre como não consegue jogar com as crianças, que elas não se concentram, que não tem paciência… e em tempos de telas na palma da mão e imediatismo de respostas, isso não é de se espantar. Mas o que posso dizer é que é um processo, e se você nunca fizer isso de sentar com os pequenos e apresentar jogos bem simples de inicio, com pacência pras levantadas, distraídas, propostas de uso de componentes pra outras finalidades, eles vão demorar bastante a pegar o espírito da coisa. No início, quando minha filha menor tinha pouco mais de 3 anos e comecei a apresentar jogos, passei por tudo isso com ela, mas hoje com quase 6 anos, joga muita coisa, Kingdomino, Sereias, Patchwork. Hive, Parade, e temos reservado uma horinha ou pelo menos algum momento juntas para jogar praticamente todos os dias.
Tb comecei bem cedinho com meu filho, com 3 ou 4 anos, já colocando alguns infantis na mesa, como Loony Quest, Leo, até mesmo Uno, normalmente com regras adaptadas, mais simples, muitas vezes nem era pra ninguém "ganhar", era só pra ele "sentir" o jogo, os componentes, ter algo diferente na rotina. Nesse sentido tb mostrava até outros jogos chamativos como Hive, Blood Rage e The Gallerist, só para ver mesmo, se acostumar. E ele já de cara começava a inventar regras com aqueles componentes (regras simples, obviamente), mas o importante era despertar o apreço dele pelos jogos. E eu sempre com a ideia dele parar quando quisesse. Várias vezes ele quis parar no meio de uma partida (seja por estar cansado, sem foco ou simplesmente "porque sim") e eu nunca reclamei com ele por conta disso. É importante dar o tempo dele, o espaço dele.
Resultado: hj com 7 anos ele já até cansou dos gateways, como Ticket To Ride, Kingdomino e Bärenpark e já joga coisas mais pesadinhas (obviamente as vezes sem tanta estratégia ou desenvoltura, mas gosta de insistir) como Bunny Kingdom, Isle of Skye: De Líder a Rei, Dogs, Lords of Xidit e até mesmo La Granja com algumas suavizações nas regras!