Bom, amigos, o texto teve um grande feedback, agradeço demais ao tempo dedicado para lê-lo a ainda mais comentá-lo. Muito obrigado a todos, ficou até inviável agradecer a cada um individualmente. Como citei, que a discussão continue de forma saudável nos comentários. Vamos ver os pontos do amigo AdrianoA que discordou de alguns itens e acho salutar este tipo de contraposição. Amo uma boa discussão com argumentos. Quem sabe consiga elucidar alguns pontos!
TEXTO: Obviamente, se você a adquiriu com seu dinheiro, seu trabalho e de forma lícita. Poderia encerrar esta coluna por aqui, com a devida reflexão, este parágrafo, por si só, já possui muitas implicações.
AdrianoA: Acho que este trecho fugiu demais do assunto principal e não contribuiu em nada.
Lukita: Não creio que tenha fugido, pois quero frisar que ninguém tem nada a ver com os hábitos de outro (um dos pontos centrais do texto), desde que estes hábitos sejam cultivados de maneira lícita. Se não os fossem, os outros poderiam ou teriam a obrigação de inibi-los. Não obstante, foram apenas algumas palavras de extensão.
TEXTO: Quando alguém posta uma foto de uma coleção de centenas e centenas de jogos, sempre surgem comentários do tipo“quantos não veem mesa?” ou“duvido que jogue todos”. … Quantas vezes por semana você joga? … As coleções ganham tamanho porque não queremos vender os jogos anteriores e, amigo leitor, este é verdadeiro ponto deste artigo: ter uma coleção! ….
AdrianoA: Eu tive um colega (tive porque viajou e nós não o vemos há muuuuito tempo) que não entendia nada de RPG, mas adorava sentar a mesa conosco e por seu personagem nas situações mais malucas, para nós! Seus colegas... enfim, esta postagem sua poderia ter como questionamento inicial: “O que move uma pessoa a ter um board game?” Pra ser sincero, esta é uma pergunta que poderia facilmente ser alvo de monografias e dissertações: “o que move um homem?”.
Mas não temos tempo nem ambiente para isso, apesar de eu crer piamente que esta pergunta responderia muitos questionamentos levantados neste teu artigo. Diversão? Hobby? Colecionismo? Compulsividade? Satisfação do desejo de um filho? Enfim... assim como são complexas nossas motivações, são complexas nossas explicações.
Lukita: Concordo. Assunto complexo e que pode ser abordado pelo prisma social, psicológico, econômico, cultural, histórico etc. Bem levantado!
Texto: Com que você frequência você assiste ao mesmo filme?.... Com que frequência você lê o mesmo livro?
AdrianoA: Permita-me achar isso relativo amigo. E se a pessoa tem jogos pelo simples prazer de colecioná-los, isso é totalmente ignorado. Eu já tive uma coleção de selos, até que cheguei a mesma reflexão... porque tê-los se não usá-los? Daí descobri que eu não era um colecionador mas um mero simpatizante ou admirador, e me desfiz da coleção.
Lukita: usei para estabelecer que o apego a algum item não está ligado, necessariamente, à quantidade em que é efetivamente usado. A coleção de livros seria o melhor exemplo de todos. Páginas e páginas paradas. Nem por isso perdem seu valor.
Texto: cuide menos do tamanho dos outros e cuide mais dessa sua mixaria!
AdrianoA: Eu acho que o referencial é que vai dizer se a pessoa tem uma mixaria ou não. Eu tenho uma moto de 650cc linda que todos ficam olhando quando saio pelas ruas com ela, mas quando vou a um encontro de motociclistas, minha moto parece ser tão ignorada quanto qualquer 125cc desses entregadores de pizza que trabalham de moto diariamente.
Minha coleção tem um número pequeno em comparação aos colegas “board gamers” que tenho, porém muitos deles tem jogos como Bang! Pocket, Hannabi, Love Letter, Genial, Don Capolo, Black Stories, etc.... enquanto na minha os jogos são Zombicide S1, S2 e TCM, Battlestar Galactica com expansão, Tannhauser e Memmoir com expansões, Axis and Allies, etc... em termos de valor, o custo da minha está entre os 3 mais altos com certeza. Eu chamaria isso de mixaria?
Sobre o exemplo da minha moto, creio que há uns 10 anos atrás era muito difícil encontrarmos uma pessoa com mais de 30 anos fã de jogos de mesa (além de dominó, baralho, damas e xadrez). Isso porque não tínhamos opções atrativas e acessíveis como hoje, daí se alguém (naquele tempo) apresentasse uma opção de jogo para socializar, já era uma surpresa, e se tivesse dois ou três poderia já ser taxado de fã! Qualquer número mais que isso era rotulado de viciado. Daí vem uma pergunta: Hoje em dia, se alguém te diz que possui 4 jogos de mesa, você diria que esta pessoa é viciada?
De qualquer forma, eu prefiro entender que este parágrafo foi mais um recado para gente exibicionista que acha que números vão lhe dar razão ou importância nos argumentos. Sabe aquele tipo de gente que diz: “Eu tenho 300 jogos e estou dizendo que este é ruim!” dá vontade de responder: “Sim, ó grande faraó.” kkkkkk
Lukita: acho que aqui houve uma pequena confusão e creio que neste ponto os amigos citaram minhas humildes contribuições na divulgação do hobby. SEMPRE que vejo foto de alguém começando ou com uma coleção "pequena", dou os parabéns. SEMPRE falo que não interessa a quantidade de caixas, mas a quantidade de amizades feitas em torno da mesa. No entanto, criou-se em muitos a cultura do desdém, colecionadores têm vergonha de postar fotos de suas coleções por ter de ouvir os questionamentos, de motivação duvidosa, de como aproveitam sua coleção. Meu recado foi justamente aos que fazem descaso das coleções grandes, porque até agora não vi nenhum destes grandes serem pedantes. Pelo contrário, boa parte dos maiores incentivadores do hobby têm muitos jogos e ainda mais vontade e disposição em compartilhar seus conhecimentos.
A relação à mixaria foi para combinar com o primeiro parágrafo e o duplo sentido que sugeri e para a "mixaria" de consciência em não entender que cada um utiliza seu ganha pão como convém. Jamais para o tamanho de coleção.
Mas fique tranquilo, gosto do debate saudável! Grande abraço! 