Vidradas na Bavária!
O vidro é o frágil material que é intrínseco ao nosso dia-a-dia e seu surgimento é datado de pelo menos 4.000 anos a.C.. As primeiras descobertas desse material se deram na sociedade egípcia, onde foram encontrados artefatos de 1.400 a. C. de cunho artístico e decorativo que muitas vezes eram confundidos com belas pedras preciosas.
Egípcios soprando vidro
Embora os milhares de anos passados, foi apenas no século XVI que sua produção foi intensificada na Europa, tornando-se um item da vida cotidiana. Naquela época, para produzir vidro era necessário madeira para baixar a temperatura de fusão da areia de quartzo, que por sua vez conferia a cor verde florestal ao vidro (cor que chamamos hoje carinhosamente de verde garrafa). Entretanto, devido aos caprichos das classes dominantes da época, muitas florestas foram desmatadas por causa do vidro, pois suas terras poderiam ser melhoradas com a infraestrutura. Devido ao intenso desmatamento, o vidro florestal deixou de existir no século XIX. No início do século XIX, a madeira foi substituída pelo tijolo na fabricação de vidro com a invenção do forno de anel (mais conhecido como glory hole). Apenas na floresta da Bavária, uma das principais expoentes dessa tecnica, aproximadamente 50 olarias de tijolos foram construídas no período.
Hoje não há mais vidrarias florestais na Alemanha, mas na rota do vidro na região da Bavária podemos visitar diversos locais para conhecer a história cultural do vidro na região, como realizar uma visita ao Museu do vidro Frauenau:
Museu do vidro de Frauenau – quase todo feito de vidro
No mundo dos jogos de tabuleiro temos vários títulos rementes ao vidro: Sagrada, Azul vitrais de Sintra e o não tão conhecido por aqui: A rota do vidro (Glass Road) do Uwe Rosenberg que é um euro médio, mas beeeem acirrado!
Toda trabalhada no verde florestal
Vidros guardam coisas preciosas!
Em Glass Road, produzimos vidro em 4 rodadas (que passam mais rápido que um copo de vidro quebrando). Além do vidro precisamos produzir também tijolos e argila para a construção de edifícios que valerão pontos no final do jogo. Para realizar tais objetivos, contratamos em cada rodada 5 dos 15 especialistas que estão à nossa disposição. Entretanto, a sacada é prever quais especialisras que os oponentes também utilizarão para sermos mais eficazes pois podemos copiar as ações se uma jogadora abaixar uma carta idêntica à que temos em mãos!
Trabalhadores para serem contratados em cada rodada
Alguns trabalhadores possuem como custo de uso a retirada de uma floresta do seu tabuleiro pessoal, mas há quem consiga jogar sem desmatar e sair com a vitória!
Um dos fatores que deixa o jogo super disputado é a roda de produção: para conseguir os itens mais valiosos (vidro e tijolo) é preciso ganhar os demais recursos para que a seta fique livre, pois sempre que o zero marrom ficar vazio ele anda. Então na hora que conseguimos 1 vidro ficamos com zero dos próximos recursos. As construções não são baratas e os recursos são muito voláteis.

Roda de produção.

Mercado e board individual inicial.
O jogo tem um alto fator de rejogabilidade pois o mercado de construções é muito versátil e as escolhas das jogadoras no quesito de especialistas não é sempre previsível. O que senti em todas as mesas que joguei é que falta tempo para fazer tudo o que pensávamos no começo da partida afinal as 4 rodadas correm num piscar de olhos, então temos que ficar vidradas!

Jogando Glass Road na penúltima edição da JogaMana
Glass road tem feito sucesso nas mesas da JogaMana. Ficou curiosa?
Venha jogar conosco!