"Loucura no laboratório! Dr. Eureka precisa de ajuda para completar seu experimento. Então, transfira seu material entre os tubos de ensaio certos, na ordem certa, e mais rápido que os outros jogadores para se tornar o melhor e mais brilhante cientista!!!"
Regras detalhadas no vídeo aí em cima, e resenha em seguida...
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Ok.
Pensa num jogo fácil de explicar.
Você terá 3 tubos de ensaio a sua frente, cada um com duas bolinhas.
Vocês vão abrir uma carta no centro da mesa, e todos os jogadores, ao mesmo tempo, vão tentar posicionar as bolinhas de seus tubos na ordem que aparecer na carta.
A graça do jogo é que você não pode tocar nas bolinhas. Então você deve manusear os tubos para que elas deslizem de um para o outro.
Se uma bolinha cair na mesa, você está fora da rodada.
No fim, quem conseguir acertar a ordem primeiro grita "Eureka!!!", fica com a carta, e abre a próxima carta da pilha.
O primeiro jogador que conseguir juntar 5 cartas é o vencedor.
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E certo.
Primeiro ponto de destaque fica na simplicidade do jogo.
Tudo aqui é muito intuitivo. Ao começar a explicar as regras as pessoas já sabem o que precisam fazer e soltam aquele sorrizão.
Sobre a jogatina em si.
Você tem aquele ar de corrida durante a partida. Afinal, todos estão tentando resolver um desafio o mais rápido possível.
Mas fica claro que nas primeiras cartas os jogadores se concentram mesmo em se adaptar aos tubinhos. Apesar do jogo possuir uma mecânica simples, mudar as bolinhas de tubinho não é uma tarefa tão fácil. E é jogando que você percebe sua total falta de coordenação motora. Demoram algumas rodadas pro pessoal se acostumar, então é comum você ter pessoas correndo atrás de suas bolinhas nas primeiras partidas.
Mas, isso faz parte da diversão.
Depois de um tempo, o pessoal realmente entra no espírito da corrida, e o jogo ganha velocidade.
Velocidade esta que mantém as bolinhas caindo. Você pode até ter se adaptado à mecânica do jogo, mas a tensão da corrida leva ao erro. Seja por bolinhas no chão ou por gritar Eureka sem ter realmente completado o desafio.
O jogo é tenso. Você nunca sabe quando a rodada pode acabar.
Mas no fundo, o que ficam são as risadas.
O jogo é leve e rápido demais para ser levado à sério.
Mesmo assim, depois de várias partidas fui obrigado a criar algumas regras paralelas para manter a ordem na mesa.
Coisas simples como:
• O jogador que ganhou a última rodada revela a próxima carta;
• Todos devem segurar o tubinho em sua base (porque segurando na boca as pessoas tendem a ajudar a bolinha com os dedos);
• Quem gritar "Eureka" na hora errada perde uma carta que já possui.
Nada muito elaborado, mas que faz falta depois de um tempo.
Dito isso, temos a questão dos próprios desafios.
Todas as cartas exigem um planejamento simples. Perceba que o espaço dos tubos é bem limitado, e muitas vezes a bolinha que você quer em cima está no meio de outras duas.
Isso implica em usar todos os tubos para tirar da frente, ou guardar para mais tarde, ou para alterar a ordem simplesmente. Por isso não existe uma receita para vencer, o jogo exige que você pense um pouco antes de sair mexendo em tudo.
O que realmente é bom, você se sente bem ao completar um desafio antes dos outros.
Outro ponto que gosto de comentar, e que tem relação com esta velocidade nas partidas, é que todos começam com as bolinhas na mesma posição em seus tubos, mas após a primeira rodada vocês continuam na posição em que pararam.
Isso faz com que cada jogador tenha um desafio diferente, como consequência de suas últimas ações.
É comum um jogador começar uma rodada mais perto de uma resposta do que os outros, mas ele nem sempre percebe isso.
Agora, pontos negativos.
Na verdade só encontrei um ponto negativo, e ele já é um clássico.
Quando apresentei esse jogo em uma das minhas mesas mais recorrentes, ele simplesmente não saiu da mesa.
Jogos pequenos e simples, como este, tendem a puxar várias partidas seguidas, então podem ficar enjoativos rápido.
Para compensar, a solução também é a mesma em todos os casos: deixa a caixa na estante um tempo, assim não vai ficar repetitivo.
Praticamente todos os jogos podem cair nessa armadilha da repetição, mas jogos pequenos e rápidos são mais propensos a este problema por aqui.
E um ponto que não é positivo nem negativo, e vale mais pelo comentário.
O jogo foi sim desenvolvido para crianças, e tem sua simplicidade focada nisso. Mas sempre vejo os adultos entrando na brincadeira também, se divertindo, e as vezes pedindo aquele "algo mais".
Por conta disso, tenho a impressão que Dr. Eureka merecia uma expansão, em módulos, que aumentasse a complexidade da partida de alguma forma.
Este jogo já cumpre seu papel de forma fantástica, mas realmente acho que existe uma oportunidade aqui para fazer o jogo ficar ainda maior.
No fim.
Este é um dos poucos jogos que tive que tirar da mão de meus irmãos para que eles lembrassem de comer e ir no banheiro.
As partidas são frenéticas, e a passagem de turnos é tão natural que ninguém vê o tempo passar.
Mais um jogo que conseguiu cumprir o que prometeu.