A primeira coisa que chama atenção em Coimbra é o visual. As ilustrações de Chris Quilliams, com linhas curvilíneas e cores quentes, remete a uma arte aconchegante e arrojada, ao mesmo tempo em que o cenário e a temática nos levam a um lugar no passado. O lugar, neste caso, é Portugal do século XV-XVI, época de modernização e prosperidade – às custas da exploração desenfreada das colônias, mas quem se importava com isso?




Tente não se distrair tanto com os desenhos: Coimbra é muito mais que um rostinho bonito. No mundo criado por Virginio Gigli e Flaminia Brasini (musa que também assina Lorenzo il Magnifico, entre outros), somos chefes de família que buscam apoio para fomentar e manter toda essa prosperidade da região. Como, você me pergunta? Procurando influência dos quatro principais pilares da época: membros do conselho, comerciantes, clérigos e acadêmicos. Esses pilares formam trilhas por meio das quais é possível obter recursos e pontos no final do jogo.

A rodada começa com uma rolagem de dados (a quantidade varia conforme o número de jogadoras). Mas não se trata de um jogo de sorte. Os dados servirão para todas na mesa, que escolherão por ordem de turno e de acordo com o valor e a cor demonstrada.



Esses dados servirão para uma espécie de leilão em que as pessoas competem para subornar pessoas influentes na sociedade. Na prática, isso significa comprar cartas de personagens com determinadas habilidades que serão interessantes para pontuar, obter recursos e até para ferrar os oponentes. Ao comprar uma carta de personagem, a jogadora também avança em uma das trilhas de influência.

Esse leilão é uma das partes mais interessantes e competitivas do jogo, pois você deve optar entre pegar um dado de valor maior e garantir a carta de sua escolha pagando mais ou pegar um dado menor e pagar menos, mas sem garantia de conseguir o que quer. A cor dos dados também importa, pois vão determinar em qual influência você vai obter recursos na próxima etapa.




Outra parte imprescindível de Coimbra é o mapa do peregrino, onde um representante de sua família irá visitar monastérios da região para obter vantagens. Você também pode investir em expedições para colônia como Tanger, Maskal e Ilha dos Açores. Costumam ser meio caras, mas dependendo do seu jogo pode te dar muitos pontos no final.

Eu diria que Coimbra é um jogo envolvente, com boa interação entre as jogadoras, muitas formas de fazer pontos e diferentes possibilidades de combos, o que torna tudo mais interessante. Uma excelente opção para quem está começando nos jogos de estratégia, pois as regras não são muito difíceis, e também diversão garantida para as mais experientes. Também é uma excelente opção para se jogar a dois.