william_assis::Acho que nada justifica esse preço, por qualquer análise que se faça.
Em maio foi lançado, simultaneamente ao restante do mundo, O Senhor dos Aneis. O dólar já estava alto, é de uma editora famosa por não aliviar nos preços e eu achei caro pagar os 500 reais pedidos na pré-venda, mas o hype imenso, de uma franquia que não se precisa dizer nada, me fez comprar o jogo. Como todos sabem o jogo possui várias miniaturas, apesar de não serem pintadas, mas todos os componentes de boa qualidade. De acordo com a editora o jogo vendeu mais de mil cópias nas primeiras 48hs de pré-venda. Isso há cerca de 4 meses atrás.
Portanto, diferentemente de outras opiniões aqui, que respeito, acho que a discussão é valida a respeito do caminho que o mercado está tomando. Se ficarmos apenas no "compra quem quer", poderá ter um desfecho ruim não apenas para os consumidores mas também para as pequenas editoras.
Eu acho que o problema é que se ninguém comprar ou boicotar, tem 2 desfechos possíveis:
- eles vão abaixar aos poucos e muita gente vai comprar;
- eles vão abaixar aos poucos e não vai vender tão bem. chegarão outros lançamentos e ele vai ficando pra trás, a ponto de não vender tudo. aí começa o prejuízo: se eu fosse lojista e tivesse 20 cópias de um jogo caro e vendesse 10, eu teria que reduzir o preço pra aliviar o estoque ou deixar pegando poeira no depósito. Próxima vez que tiver outro lançamento de fora, eu já não pego 20, pego 10 ou 5; e isso pode levar lojistas a não pegar nenhum, até chegar num ponto onde o jogo nem venha pra cá, porque pra editora não compensa pq não tá vendendo tão bem e o jogo sai caro. Aí sobra o que? Importar. Aí a facada é bem mais embaixo.
Eu paguei um pouco mais de 500. 600 não pagaria. Acredito que vai baixar sim, pós-hype, mas aí surgirão novos lançamentos até lá, a galera vai querer jogar o novíssimo "Jogo X". Tem uma galera que enjoa rápido. Poderia ser diferente, poderíamos curtir melhor o jogo, por mais tempo. Igual música hoje. Antigamente a galera curtia um álbum todo, pegava a capa pra ler a letra, outra experiência. Os jogos de tabuleiro hoje estão sendo consumidos meio fast-food, meio Spotify, meio Netflix. Consome rapidamente um e já quer partir pro próximo. Claro, há muitas exceções, mas conheço gente que não fica mais de 2 meses jogando o mesmo jogo. Nem 1 mês. Sou contra isso. Mas quando cheguei no ramo já tava assim. São pouquíssimos que conheço que jogam o mesmo jogo regularmente por muito tempo. Mas também não sei se o próprio mercado do hobby alimenta isso.